Não te julgues sozinho na luta
purificadora, porque o Senhor suprirá todas as nossas necessidades.
Ergue teus olhos para o Alto e, de
quando em quando, contempla a retaguarda.
Se te encontras em posição de servir,
ajuda e segue.
Recorda o irmão que se demora sem
recursos, no leito da indigência.
Pensa no companheiro que ouve o
soluço dos filhinhos, sem possibilidades de enxugar-lhes o pranto.
Detém-te para ver o enfermo que as
circunstâncias enxotaram do lar.
Para um momento, endereçando um olhar
de simpatia à criancinha sem teto.
Medita na angústia dos
desequilibrados mentais, confundidos no eclipse da razão.
Reflete nos aleijados que se algemam
na imobilidade dolorosa.
Pensa nos corações maternos,
torturados pela escassez de pão e harmonia no santuário doméstico.
Interrompe, de vez em quando, o passo
apressado, a fim de auxiliares o cego que tateia nas sombras.
É possível, então, que a tua própria
dor desapareça aos teus olhos.
Se tens braços para ajudar e cabeça
habilitada a refletir no bem dos semelhantes, és realmente superior a um rei
que possuísse um mundo de moedas preciosas, sem coragem de amparar a ninguém.
Quando conseguires superar as tuas
aflições para criares a alegria dos outros, a felicidade alheia te buscará,
onde estiveres, a fim de improvisar a tua ventura.
Que a enfermidade e a tristeza nunca
te impeçam a jornada.
É preferível que a morte nos surpreenda em serviço, a esperarmos
por ela numa poltrona de luxo.
Acende, meu irmão, nova chama de
estímulo, no centro da tua alma, e segue além...Sê o anjo da fraternidade para
os que te seguem dominados de aflição, ignorância e padecimento.
Quando plantares a alegria de viver
nos corações que te cercam, em breve as flores e os frutos de tua sementeira te
enriquecerão o caminho.
(Do livro “Fonte
Viva”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel).