Aguça
os ouvidos e assinalarás os múltiplos chamados do Senhor ao testemunho de
serviço, em teu próprio aperfeiçoamento, cada dia.
Os
apelos do Céu ressoam por toda parte, sem palavras, sem abalo, sem ruído...
Repara:
– é a dureza de coração que te convida ao exercício da piedade;
a dor que te pede reconforto balsamizante;
é
a calúnia que te reclama o esforço heroico do perdão com absoluto esquecimento
do mal;
é
a sombra que espera por tua lâmpada acesa na inspiração do bem;
é
o cipoal da discórdia que te aguarda a bênção de harmonia...
Não
olvides que o Senhor apeia para a tua bondade e para a tua compreensão, para a
tua paciência e para a tua capacidade de servir, em todos os ângulos do
caminho...
Aqui
é uma esperança frustrada, ali é um desafio do sofrimento que, em nome d’Ele,
te pedem confiança e conformação...
A
voz do Mestre vibra no santuário doméstico, na oficina em que te confias à
conquista do pão, no templo de tua fé religiosa, na via pública...
Fala-te
de mil modos diferentes nos amigos, nos parentes, nos companheiros e nos
desconhecidos que cruzam com teus passos pela primeira vez!
Levanta-te
cada manhã e prepara a acústica da própria alma, a fim de lhe registrares as
sugestões e não te esqueças de que se souberes escutar o Divino Mentor nos
diversos chamamentos de cada hora – chamamentos à ação digna, à sublimação dos
sentimentos, ao dever bem cumprido e à atitude da reta consciência – em breve,
te elegerás escolhido para o concerto dos servidores divinos na Glória
Superior.
Em verdade,
o Dono da Vinha convida os operários da sementeira e da seara, indistintamente
para o trabalho comum; entretanto, o esforço e o devotamento, a boa vontade e o
sacrifício do cooperador são as forças que o destacam para a eleição a que deve
e pode erguer-se.
Muitos
chamados e poucos escolhidos! – proclamou o Divino Mestre. É que todas as
criaturas estão na Terra, chamadas à construção da luz, mas só aquelas que se
consagram às próprias obrigações, na execução dos divinos desígnios, podem
atingir a vitória dos que persistem no bem até o fim.
(Obra:
Instrumentos do Tempo - Chico Xavier/Emmanuel)