Meu Amigo Cleto Cardozo,
amigo, filho, marido, pai, terminou nesta vida como um Herói… Hoje com carinho,
oro por ti…
Deus Todo-Poderoso, que
a vossa misericórdia se estenda sobre a alma de Cleto Cardozo, meu amigo, que
vindes de chamar para vós. Possam as provas que ele suportou na Terra lhe serem
contadas, e as nossas preces abrandar e abreviar as penas que pode ainda
experimentar como Espírito!
Bons Espíritos, que
viestes recebê-lo, e vós sobretudo seu anjo guardião, assisti-o para ajudá-lo a
se despojar da matéria; dai-lhe a luz e a consciência de si mesmo, a fim de
tirá-lo da perturbação que acompanha a passagem da vida corporal para a vida
espiritual. Inspirai-lhe o arrependimento das faltas que pôde cometer, e o
desejo que lhe seja permitido repará-las para apressar o seu adiantamento para
a vida eterna feliz.
Cleto Cardozo, vindes
de reentrar no mundo dos Espíritos, e entretanto estais aqui presente entre
nós; vede-nos e nos ouvis, porque não há de menos entre nós e vós senão o corpo
perecível que vindes de deixar e que logo será reduzido a pó.
Deixastes o grosseiro
envoltório sujeito às vicissitudes e à morte, e não conservastes senão o
envoltório etéreo, imperecível e inacessível aos sofrimentos. Se não viveis
mais pelo corpo, viveis da vida dos Espíritos, e essa vida é isenta das
misérias que afligem a Humanidade.
Não tendes mais o véu
que oculta aos nossos olhos os esplendores da vida futura; podeis, de hoje em
diante, contemplar novas maravilhas, ao passo que nós estamos ainda mergulhados
nas trevas.
Ides percorrer o espaço
e visitar os mundos em inteira liberdade, ao passo que nós rastejamos
penosamente sobre a Terra, onde nos retém nosso corpo material, semelhante para
nós a um pesado fardo.
O horizonte do infinito
vai se desenrolar diante de vós, e, em presença de tanta grandeza,
compreendereis a vaidade dos nossos desejos terrestres, das nossas ambições
mundanas e das alegrias fúteis das quais os homens fazem as suas delícias.
A morte não é, entre os
homens, senão uma separação material de alguns instantes. Do lugar de exílio,
onde nos retém ainda a vontade de Deus, assim como os deveres que temos a
cumprir neste mundo, nós vos seguiremos pelo pensamento até o momento em que
nos será permitido nos reunirmos a vós, como estais reunido com aqueles que vos
precederam.
Se não podemos ir perto
de vós, podeis vir perto de nós. Vinde, pois, entre aqueles que vos amam e que
amastes; sustentai-os nas provas da vida; velai sobre aqueles que vos são
caros; protegei-os segundo o vosso poder, e abrandai seus pesares pelo
pensamento de que estais mais feliz agora, e a consoladora certeza de estarem
um dia reunidos a vós num mundo melhor.
No mundo em que estais,
todos os ressentimentos terrestres devem se extinguir. Para vossa felicidade
futura, de hoje em diante, que possais a eles ser inacessível.
Perdoai, pois, àqueles
que procederam mal para convosco, como vos perdoam os que podeis ter procedido
mal para com eles.
Hoje e sempre meu
amigo, estejas onde estiveres que estejas Bem!