Não
é tão fácil a conversão do homem, quanto afirmam os portadores de convicções
apressadas. Muitos dizem “eu creio”, mas poucos podem declarar “estou
transformado”.
As
palavras do Mestre a Simão Pedro são muito simbólicas. Jesus proferiu- as, na
véspera do Calvário, na hora grave da última reunião com os discípulos.
Recomendava ao pescador de Cafarnaum confirmasse os irmãos na fé, quando se
convertesse.
Acresce
notar que Pedro sempre foi o seu mais ativo companheiro de apostolado. O Mestre
preferia sempre a sua casa singela para exercer o divino ministério do amor.
Durante três anos sucessivos, Simão presenciou acontecimentos assombrosos. Viu
leprosos limpos, cegos que voltavam a ver, loucos que recuperavam a razão;
deslumbrara-se com a visão do Messias transfigurado no labor, assistira à saída
de Lázaro da escuridão do sepulcro, e, no entanto, ainda não estava convertido.
Seriam
necessários os trabalhos imensos de Jerusalém, os sacrifícios pessoais, as
lutas enormes consigo mesmo, para que pudesse converter-se ao Evangelho e dar
testemunho do Cristo aos seus irmãos.
Não
será por se maravilhar tua alma, ante as revelações espirituais, que estarás
convertido e transformado para Jesus. Simão Pedro presenciou essas revelações
com o próprio Messias e custou muito a obter esses títulos. Trabalhemos,
portanto, por nos convertermos. Somente nessas condições, estaremos habilitados
para o testemunho.
Obra:
Caminho, Verdade e Vida - Emmanuel / Francisco Cândido Xavier