A faixa, estendida num
ponto estratégico de rua de grande circulação de veículos, nos
chamou a atenção. Após o nome de uma mulher, a inscrição dizia:
Obrigado por esses quarenta anos de convivência. Te amo. E
havia o nome de um homem.
Quarenta anos. Uma
vida. Qual seria o segredo desse relacionamento profundo e
duradouro?
Em quarenta anos, os
filhos nasceram, cresceram e se foram, deixando o ninho vazio. Os
dois estão agora como começaram: a sós.
Em quarenta anos,
mudou a maneira de se entender muitas coisas, mudou a moeda, mudou o
governo. Em quarenta anos, o país passou por crises financeiras
diversas.
Faltou água, houve
enchentes, faltou energia elétrica, amigos morreram, novas amizades
surgiram.
Mas o amor dos dois
permaneceu. Sobreviveu a tudo. A todas as crises. como?
Talvez a receita se
encontre no respeito, no diálogo e na confiança que caracterizam o
verdadeiro amor, tal como escreveu, um dia, Thomas
Gordon:
Tu e eu vivemos um
relacionamento que valorizo e quero conservar. No entanto, cada um
de nós é uma pessoa diferente, com suas próprias necessidades e o
direito de satisfazê-las.
Quando tiveres
dificuldade para resolver teus problemas, tratarei de escutar-te
cordialmente e ajudar-te, com o objetivo de que encontres tuas
próprias soluções, ao invés de depender das
minhas.
Da mesma maneira,
tratarei de respeitar o teu direito de escolher as tuas próprias
ideias e desenvolver teus próprios valores, mesmo que esses sejam
diferentes dos meus.
Quando tua
atividade interferir no que devo fazer para a satisfação das minhas
necessidades, te comunicarei aberta e honestamente como me afeta a
tua conduta, confiando que tu me compreenderás e ajudarás no que
puderes.
Da mesma maneira,
quando algum dos meus atos te for inaceitável, espero que me
comuniques, com sinceridade, teus sentimentos. Escutarei e tratarei
de mudar.
Nas ocasiões em
que descobrirmos que nenhum dos dois pode mudar sua conduta para
satisfazer as necessidades do outro, reconheçamos que temos um
conflito que requer solução.
Comprometamo-nos,
então, a resolver cada um desses conflitos, sem recorrer ao uso do
poder ou da autoridade, para vencer, às custas da derrota do
outro.
Esforcemo-nos para
encontrar uma solução que seja aceitável para ambos. Tuas
necessidades serão satisfeitas e também as minhas. Ambos venceremos
e nenhum de nós será derrotado.
Nossa relação
poderá ser suficientemente positiva para que, nela, cada um de nós
possa esforçar-se para chegar a ser o que é capaz de
ser.
E poderemos
continuar nos relacionando um com o outro com respeito, amor e paz
mútuos.
* * *
A finalidade do amor é
amar. E amar significa doar, servir, renunciar.
Amar significa
comprometer-se, entregar-se totalmente com a esperança de produzir
amor na pessoa amada.
Todo ser humano deseja
sentir-se amado, aquecido, acompanhado e bem cuidado por
alguém.
Mas esse bem não se
tem, se não se oferece outro semelhante, porque só o amor gera amor.
Redação do Momento
Espírita, com base no cap. eu relacionamento com os outros,
de Thomas Gordon, do livro Um presente
especial, de Roger Patrón Luján, ed.
Aquariana.