segunda-feira, 30 de novembro de 2015

ASSOCIAÇÃO










Se o homem pudesse contemplar com os próprios olhos as correntes de pensamento, reconheceria, de pronto, que todos vivemos em regime de comunhão, segundo os princípios da afinidade.
A associação mora em todas as coisas, preside a todos os acontecimentos e comanda a existência de todos os seres.
Demócrito, o sábio grego que viveu na Terra muito antes do Cristo, assevera que “os átomos, invisíveis ao olhar humano, agrupam-se à feição dos pombos, à cata de comida, formando assim os corpos que conhecemos”.
Começamos agora a penetrar a essência do microcosmo e, de alguma sorte, podemos simbolizar, por enquanto, no átomo entregue à nossa perquirição, um sistema solar em miniatura, no qual o núcleo desempenha a função de centro vital e os elétrons a de planetas em movimento gravitativo.
No plano da Vida Maior, vemos os sóis carregando os mundos na imensidade, em virtude da interação eletromagnética das forças universais.
Assim também na vida comum, a alma entra em ressonância com as correntes mentais em que respiram as almas que se lhe assemelham.
Assimilamos os pensamentos daqueles que pensam como pensamos.
É que sentindo, mentalizando, falando ou agindo, sintonizamo-nos com as emoções e ideias de todas as pessoas, encarnadas ou desencarnadas, da nossa faixa de simpatia.
Estamos invariavelmente atraindo ou repelindo recursos mentais que se agregam aos nossos, fortificando-nos para o bem ou para O mal, segundo a direção que escolhemos.
Em qualquer providência e em qualquer Opinião, somos sempre a soma de muitos.
Expressamos milhares de criaturas e milhares de criaturas nos expressam.
O desejo é a alavanca de fosso sentimento, gerando a energia que consumimos, segundo a nossa vontade.
Quando nos detemos nos defeitos e faltas dos Outros, o espelho de nossa mente reflete-os, de imediato, como que absorvendo as imagens deprimentes de que se constituem, Pondo-se nossa imaginação a digerir essa espécie de alimento, que mais tarde se incorpora aos tecidos Sutis de nossa alma.
Com o decurso do tempo nossa alma não raro passa a exprimir, pelo seu veículo de manifestação o que assimilara fazendo-o seja pelo corpo carnal, entre os homens, seja pelo corpo espiritual de que nos servimos, depois da morte.
É por esta razão que geralmente os censores do procedimento alheio acabam praticando as mesmas ações que condenam no próximo, porquanto, interessados em descer às minúcias do mal, absorvem-lhe inconscientemente as emanações, surpreendendo-se, um dia, dominados pelas forças que o representam.
Toda a brecha de sombra em nossa personalidade retrata a sombra maior.
Qual o pequenino foco infeccioso que, abandonado a si mesmo, pode converter-se dentro de algumas horas no bolo pestífero de imensas proporções, a maledicência pode precipitar-nos no vício, tanto quanto a cólera sistemática nos arrasta, muita vez, aos labirintos da loucura ou às trevas do crime.
Pensando, conversando ou trabalhando, a força de nossas ideias, palavras e atos alcança, de momento, um potencial tantas vezes maior quantas sejam as pessoas encarnadas ou não que concordem conosco, potencial esse que tende a aumentar indefinidamente, impondo-nos, de retorno, as consequências de nossas próprias iniciativas.

Estejamos, assim, procurando incessantemente o bem, ajudando, aprendendo, servindo, desculpando e amando, porque, nessa atitude, refletiremos os cultivadores da luz, resolvendo, com segurança o nosso problema de companhia.

domingo, 29 de novembro de 2015

AFIRMAÇÃO



       









Afirma sua convicção seguindo de passo firme.
       Enquanto o céu se colore de raios irisados e tudo sorri o cristão pouco difere do homem comum.
       No entanto, quando os dias escurecem, cobrindo-se de cúmulos carregados, faz-se necessário afirmar a fé.
       Palavra fácil nos júbilos não pode ficar silenciosa e sem vida nas aflições.
       Confiança nos dias de felicidade não deve permanecer apagada ante os perigos do testemunho.
       Crença libertadora em oásis perfumados não desaparece nas longas travessias dos areais.
       Lembra-te de Jesus.
       O Enviado Divino exaltou  humildade e não revidou a bofetada violenta; engrandeceu a pureza e fez da própria vida um lírio imaculado; abençoou a pobreza e desdenhou os tesouros do mundo; homenageou os simples e fez-se ignorar pelos poderosos; exaltou os perseguidos injustamente e deixou-se crucificar em silêncio; alentou os desanimados e os concitou ao resgate necessário; considerou os deserdados e caminhou sem posse alguma; valorizou a dor e ofereceu-se a morrer por todos...
       Em Canaã, ofereceu a todos a alegria festiva, e, no Gólgota, testificou confiança robusta. No matrimônio dos jovens rogou ao Pai Celeste que transformasse a água em vinho, enquanto na Cruz sorveu o vinagre e o fel como água pura...
       Pregando o Reino de Deus alçou o coração à condição de santuário excelso, mas fez do caráter nobre a base da Lei, através do dever reto nas linhas do amor e da caridade, acima de todos os outros requisitos.
       Afirma a fé que te honra os dias, quando tudo parecer distante ou tenebroso. Encontrando-te no campo a cultivar, mesmo que ele esteja eivado de plantas daninhas, labora de coração forte e mente esclarecida como quem ali encontra a oportunidade mantenedora do próprio equilíbrio, através da afirmação espontânea da tua fé n’Aquele que é a Fonte da Vida incessante.

De “Espírito e Vida”, de Divaldo P. Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis


sábado, 28 de novembro de 2015

CORAGEM



Ao meio das lutas ásperas, a coragem desempenha papel preponderante.
Uns fogem atemorizados, outros se entregam ao desânimo e vários se refugiam na insensatez.
Constituem a caravana dos frustrados, desarmados de coragem, porque se negam o esforço em prol da renovação íntima e do vigor sadio.
Essa energia que sustenta essa força moral que induz ao êxito – a coragem!
A coragem é consequência natural da fé.

       Não significa irreflexão, desatino, temeridade, mas denodo, intrepidez...
      É calma, segura, fonte geratriz de equilíbrio que fomenta a vida e glorifica o labor.
       Ei-la anônima e valorosa em muitas formas:
       A coragem da paternidade responsável;
       A coragem de perseverar na verdade;
       A coragem de amar desinteressadamente;
       A coragem de ceder, quando poderia deter;
       A coragem de cultivar a humildade;
       A coragem de vencer-se primeiro.
       Por isso, o Bem exalta a beleza, em nome da coragem e da fé, certo do inefável amor de Deus.

Joanna de Ângelis / Médium Divaldo Franco- Livro: Celeiro de Bênçãos- Ed. Leal

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Palavras aos companheiros



Meu amigo.

       Aprende a semear a luz no solo dos corações, conduzindo o arado milagroso do amor, para que as sombras da ignorância abandonem a Terra para sempre.
-o-
       Quando o pântano e o espinheiro te ameaçarem a marcha, quando a pedrada infeliz da discórdia ou o golpe imprevisto da incompreensão te ferirem o devotamento, usa a bondade que Jesus te concedeu e avança, trabalhando.
-o-
       Alguém projetou o fel da calúnia sobre o teu nome?
       Esquece e caminha.
       Muitas vezes, o coração do amigo é ainda frágil e cede ao primeiro impulso da arrasadora ventania do mal.
       Alguém escarnece o teu esforço?
       Despreocupa-te e age fraternalmente.
       Não é possível improvisar em alguns minutos o entendimento justo com respeito às realizações respeitáveis que nos felicitam o espírito.
-o-
       Alguém começou a cooperar contigo e desertou da sementeira?
       Silencia e adianta-te.
       Nem todos sabem perseverar no sacrifício pessoal pela vitória do bem, dia a dia, na esteira dos anos incessantes.
-o-
       Alguém te menoscaba a tarefa, subestimando-te o desinteresse pelas posses humanas e o carinho pela divina revelação?
       Olvida e segue.
       É preciso aprender a sofrer com a luta terrestre para reconhecer o conteúdo de ilusão que transborda das fantasias da carne que passa breve.
-o-
       Alguém te acusa gratuitamente?
       Perdoa e movimenta-te na direção do porvir.
       Há muito ódio, muita discórdia, envenenando as almas, e a maldade lança trevas, sobre a fronte dos melhores colaboradores do progresso.
-o-
       Em todas as aflições da romagem, se souberes ver, enxergarás a ignorância oprimindo, vergastando, destruindo.
-o-
       É necessário acender a lâmpada sublime da piedade, avançando sempre.
-o-
       Observa o chão lodacento e inculto, provocando a inquietação e o pavor, quando observado precipício a dentro...
       Mas se arremessares a semente pequenina no leito tenebroso, em breve, a terra endurecida  nua se cobrirá de verdura e perfume, flores e frutos.
       Assim é o campo humano.
       Em toda parte há erosão da penúria espiritual e charcos de dor.
-o-
       Não te detenhas, porém.
       Lança a tua semente de fraternidade e sabedoria, auxílio e compreensão e a ignorância cederá terreno ao teu ideal de ajudar e servir, multiplicando-se as bênçãos de tua lavoura de amor, em benefício da Humanidade inteira.


De “INSTRUMENTOS DO TEMPO”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

CADA DIA






         Cada manhã na Terra é uma página em branco de que dispões no livro da vida, para fazer os melhores exercícios e testemunhos de elevação e bondade.
         Não olvides que cada pessoa a cruzar-te o passo, na trilha das horas, é uma oportunidade de construção espiritual.
         Seja qual seja o motivo para desafeto, cultiva a compreensão e amizade, observando que todo favor que possas prestar a benefício de alguém é uma chave que fabricas para a solução de teus problemas futuros.
         Por mais claras as razões que justifiquem esse ou aquele comentário infeliz, procura encaixar uma frase edificante no círculo das palavras rudes que estejam sendo pronunciadas.
         Por muito que um companheiro te haja ofendido, não lhe negues tolerância e abençoa-o com as tuas preces e gestos de auxílio, na convicção de que estás, com isso, levantando dispositivos de proteção a ti mesmo.
         Na atividade em que te encontres, faze mais que o dever, porquanto o serviço extra, espontâneo e sem recompensa, em toda situação, será sempre a tua mais alta pregação de virtude.
         Começa de casa a execução dos conselhos salutares que ofereces ao próximo, aprendendo que é impossível ajudar a Humanidade quando não saibamos entender e amparar algumas poucas pessoas, entre os limites da parentela.
         Alia ação e oração, sustentando a felicidade dos outros, como queremos que Deus nos concretize a própria felicidade.
         Quando o dia termine, agradece ao Senhor a ventura de haver engastado mais uma pérola do tempo em teu colar de realizações, e, cerrando os olhos para o justo refazimento, guarda por teu maior prêmio a consciência tranquila, com a invariável disposição de viver, cada dia, reconhecendo que tudo na vida depende inteiramente de Deus, mas na certeza de que o trabalho em tuas mãos depende unicamente de ti.
Emmanuel

De “Passos da Vida”, de Francisco Cândido Xavier – Espíritos Diversos

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

TAREFAS MÚTUAS


    
   Porque se rogue na Terra auxílio aos Amigos Espirituais, não admitam estejam eles sem necessidade do teu concurso.
       Os corações se entrelaçam e as vidas se tocam, à feição das estradas e das fontes que se identificam nos mesmos objetivos.
-o-
       Aqui, alguém esmorece na provação abeirando-se do suicídio.
       Nesse mesmo lugar, sentinelas invisíveis de abnegação te aguardam a presença e o apoio, para que inicies a obra socorrista com a frase humanitária e encorajadora que essas mesmas sentinelas saberão suplementar.
-o-
       Ali, esse ou aquele obreiro da beneficência está prestes a cair em desânimo...
       Benfeitores do Mais Além te esperam junto de semelhante trabalhador, de modo a que promovas ligeiro gesto de auxílio, capaz de transferi-lo das cinzas da tristeza para as fontes da esperança.
-o-
       Mães agoniadas estão desfalecentes entre o desalento e a penúria...
       Emissários do Bem contam contigo para alguma demonstração de fraternidade, junto delas, incumbindo-se de te manipular a colaboração em recursos providenciais para socorrê-las.
-o-
       Crianças infelizes se aproximam da delinquência...
       Mensageiro da Vida Superior, em derredor, te pedem amparo que transformarão em reconforto e assistência, em benefício dos pequeninos.
-o-
       Amigos da Caridade, renteando com irmãos enfermos e necessitados em lares e hospitais, recintos de tratamento e instituições outras, te solicitam o socorro possível que se encarregam de converter em colaboração eficiente, no apoio a eles, qualquer que seja a migalha de proteção que lhes possa oferecer.
-o-
       Amor é solidariedade.
       Progresso é intercâmbio.
       Auxilia e serás auxiliado.
       Ilumina a estrada de alguém e estarás iluminando a ti mesmo.
       Abençoa o próximo e teus caminhos se farão abençoados.
       Ajuda-te sempre, especialmente ajudando aos outros, e o Céu te ajudará.
Emmanuel (Chico Xavier)


De “Busca e Acharás”, de Francisco Cândido Xavier, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Sua pequena dádiva


       Meu amigo experimente acender uma lâmpada, por mais singela que seja, onde vija a escuridade e verá que, repentinamente, o ambiente se converterá num dia de claridade.
       Quando puder, ponha sob a terra passiva uma semente de flor e, onde a devastação tomara conta, você formará jardins e pomares.
       Busque colocar uma gota d’água onde impere a aridez e verá a terra revolvida, trabalhada, transformada, produzindo vida pela força da vitalidade saída de sua mão.
       Quando estiver diante de algum coração sofredor, aquele que padece a decepção, a enfermidade, a perseguição, a orfandade, o abandono de qualquer teor, destile-lhe, no imo do ser, a sua mensagem fraterna, fale-lhe que a vida é um estuário de oportunidades belas que não se deve releixar. Insufle-lhe todas as lições que já aprendeu ao longo da sua trajetória, de um para outro momento, mas fale-lhe de Deus, do amor, da vida abençoada.
Acenda alegria nos corações lúgubres, desenvolva sensibilidade nas almas semi-endurecidas; afabilidade e atenção nas criaturas ásperas; as letras e a meditação na cabeça vazia e ponha a enxada nas mãos ociosas, e você verá meu irmão, que dentro de muito pouco tempo, a Terra se converterá numa fulgurante Oficina do Bem, e o trabalho se transfará na ensancha de crescimento e de libertação para todos, a partir do gesto simples e da providência humilde que partiram de você.

Joanes

De “Nossas Riquezas Maiores”, de J. Raul Teixeira, diversos Espíritos

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

FÉ, TRABALHO E MERECIMENTO


       A fé vitoriosa é aquela que procura no trabalho o merecimento indispensável à realização que pretende atingir.
       Esperança ociosa é simples divagação.
       Vejamos o ensinamento expressivo da Natureza, a fim de que  não nos demoremos sob a neblina das fantasias e dos sonhos, retardando o próprio passo, indefinidamente, no vale escuro da indecisão.
       A semente decerto guarda consigo o plano precioso da árvore veneranda que será um dia, mas, para isso, aceita a humilhação de si mesma na intimidade do solo, e, desde a própria germinação, não perde tempo em digressões descabidas, de vez que aproveita o sol e a chuva, o orvalho e o vento para crescer, florir e frutificar, sem repouso.
       A fonte, sem dúvida, conserva em seu nascedouro projeto sublime de arrojar-se à excelsitude do oceano, entretanto, para equacionar semelhante problema, não se imobiliza no viciado espelho do charco. Avança, humilde e resignada, beneficiando montes e planícies, plantas e animais, aderindo aos ribeiros e aos rios,, em cujo seio abençoado e fecundo atinge a serenidade gloriosa do mar imenso.
       Tudo, na vida universal, é harmonia que decorre do trabalho vivido, em sua mais elevada expressão.
       Todos os seres irmanam-se, uns aos outros, no plano gigantesco a perfeição que nos escapa, por agora, em sua visão magnificente de conjunto, e, para escalarmos os domínios da felicidade e da luz, é imprescindível atender à função que nos compete, no mecanismo da existência.
       Se procurares, assim, entesourar a fé, não acredites possas fazê-lo, namorando altares de pedra ou cultivando exclusivismo que será sempre adoração a nós mesmos nas linhas congeladas do menor esforço.
       Busquemos o lugar de serviço que o mundo nos reserva.
       Esqueçamos conveniências pessoais e apelos inferiores que nos competem a viver entre os tóxicos letais do tempo perdido.
       Lembremo-nos de que a vela acesa dentro da noite é infinitamente mais valiosa que o lustre de ouro e diamantes, lamentavelmente apagado.
       Trabalhemos hoje para merecer amanhã.
       E, nesse programa de crescimento espiritual para a eternidade, a fé viva será luz do Senhor brilhando no templo de nossa alma, valendo-se do divino combustível de nosso próprio coração.


De “INTERVALOS”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

domingo, 22 de novembro de 2015

Inconstantes



Inegavelmente existe uma dúvida científica e filosófica no mundo que,
alojada em corações leais, constitui precioso estímulo à posse de grandes e elevadas convicções; entretanto, Tiago refere-se aqui à inconstância do homem que, procurando receber os benefícios divinos, na esfera das vantagens particularistas, costuma perseguir variadas situações no terreno da pesquisa intelectual sem qualquer propósito de confiar nos valores substanciais da vida.
Quem se preocupa em transpor diversas portas, em movimento simultâneo, acaba sem atravessar porta alguma.
A leviandade prejudica as criaturas em todos os caminhos, mormente nas posições de trabalho, nas enfermidades do corpo e nas relações afetivas.
Para que alguém ajuíze com acerto, com respeito a determinada experiência, precisa enumerar quantos anos gastou dentro dela, vivendo-lhe as características.
Necessitamos, acima de tudo, confiar sinceramente na Sabedoria e na Bondade do Altíssimo, compreendendo que é indispensável perseverar com alguém ou com alguma causa que nos ajude e edifique.
Os inconstantes permanecem figurados na onda do mar, absorvida pelo vento e atirada de uma para outra parte.
Quando servires ou quando aguardares as bênçãos do Alto, não te deixes conduzir pela inquietude doentia. O Pai dispõe de inumeráveis instrumentos para administrar o bem e é sempre o mesmo Senhor Paternal, através de todos eles.
A dádiva chegará, mas depende de ti, da maneira de procederes na luta construtiva, persistindo ou não na confiança, sem a qual o Divino Poder encontra obstáculos naturais para exprimir-se em teu caminho.
De “PÃO NOSSO”  - Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel

sábado, 21 de novembro de 2015

ORIENTAÇÃO E VIDA


       Muitos companheiros solicitam orientação do Céu para a vitória nas lutas da Terra, mas, em verdade, não necessitamos tanto de novos roteiros esclarecedores e sim de ação mais intensiva na construção do bem.
       O caminho é o mundo... Mundo-escola e mundo oficina, em que valiosas oportunidades felicitam a alma, interessada na própria sublimação.
       Não nos detenhamos na expectativa dos que adoram o Senhor, sem qualquer esforço para servi-Lo. Ele próprio legou-nos com a Boa Nova, o mapa luminoso para a romagem da Terra.
       Libertemos a claridade que jaz enclausurada em nossos corações e avancemos.
       Há espinhos, reclamando o trabalho eficiente de extinção.
       Feridas que pedem bálsamo.
       Aflições que mendigam paz.
       Pedras à espera de braços amigos que as removam.
       Há mentes encarceradas na sombra, rogando o concurso iluminativo.
       Há crianças abandonadas, implorando socorro para consolidar as bases em que recomeçam a vida.
       Quem estiver procurando a inspiração dos Anjos, não se esqueça dos lugares de provação, onde os Anjos colaboram com o Céu, diminuindo o sofrimento e a ignorância na Terra.
       Agir no bem é buscar a simpatia dos Espíritos Sábios e Benevolentes, encontrando-a.
       Se Jesus não parou em contemplação inoperante, transitando no serviço ao próximo, da Manjedoura até a Cruz, ninguém aguarde a visitação dos Mensageiros Divinos, paralisando as mãos na esperança sem trabalho e na fé sem obras.
       A espiritualização é problema de boa vontade e concurso fraterno, porque somente buscando trazer o Céu ao mundo, pela nossa aplicação justa ao bem, é que descobriremos a estrada verdadeira que nos conduzirá efetivamente ao Céu.
       Em todos os episódios que te pareçam contrários, guarda serenidade e paciência, porquanto dia virá no qual reconhecerás que todos os obstáculos que te impediram o acesso ao que mais desejavas e não tiveste, foram bênçãos de Deus para que hoje usufruas as vantagens que tens.


De “JÓIA”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

RENASCER E REMORRER


Usufruímos na Espiritualidade o continente sem limites de onde viemos; no Universo Físico, o mar sem praias em que navegamos de quando em quando, e, na Vida Eterna, o abismo sem fundo em que desfrutamos as magnificências divinas.
No trajeto multimilenário de nossas experiências, aprendemos, entre sucessivos transes de nascimento e desencarnação, a alegria de viver, descobrindo e reconhecendo a necessidade e a compensação do sofrimento, sempre forjado por nossas próprias faltas.
Já renascemos e remorremos milhões de vezes, contraindo e saldando obrigações, assinalando a excelsitude da Providência e o valor inapreciável da humildade, para saber, enfim, que toda revolta humana é absurda e impotente.
Se as lutas do burilamento moral não têm unidade de medida, a ação do amor é infinita na solução de todos os problemas e na medicação de todas as dores.
Tolera com paciência as inevitáveis, mas breves provas de agora, para que te rejubiles depois.
Nos compromissos espirituais, todos encontramos solvibilidade através do esforço próprio. Aproveitemos a bênção da dor na amortização dos débitos seculares que nos ferreteiam as almas, perseverando resignadamente no posto de sentinelas do bem, até que o Senhor mande render-nos com a transformação pela morte.
Sempre trazemos dívidas de lágrimas uns para com os outros. Vive, assim, em paz com todos, principalmente junto aos irmãos com os quais a tua vida se intercomunica a cada instante, legando, por testamento e fortuna, atos de amor e exemplos de fé, no fortalecimento dos espíritos de amigos e descendentes.
Se há facilidade para remorrer, há dificuldades para renascer. As portas dos cemitérios jamais se fecham; contudo, as portas da reencarnação só se abrem com a senha do mérito haurido nas edificações incessantes da caridade.
As dores iguais criam os ideais semelhantes. Auxiliemo-nos mutuamente.
O Evangelho – o livro luz da evolução – é o nosso apoio. Busquemos a Jesus, lembrando-nos de que o lamento maior, o desesperado clamor dos clamores, que poderia ter partido de seus lábios, na potência de mil ecos dolorosos, jamais chegou a existir.


Do livro: O Espírito da Verdade, Médium: Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Lins de Vasconcellos

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Ser Feliz


As estradas que nos levam à felicidade fazem parte de um método gradual de crescimento íntimo cuja prática só pode ser exercitada pausadamente, pois a verdadeira fórmula da felicidade é a realização de um constante trabalho interior.
Ser feliz não é uma questão de circunstância, de estarmos sozinhos ou acompanhados pelos outros, porém de uma atitude comportamental em face das tarefas que viemos desempenhar na Terra.
Nosso principal objetivo é progredir espiritualmente e, ao mesmo tempo, tomar consciência de que os momentos felizes ou infelizes de nossa vida são o resultado direto de atitudes distorcidas ou não, vivenciadas ao longo do nosso caminho.
No entanto, por acreditarmos que cabe unicamente a nós a responsabilidade pela felicidade dos outros, acabamos nos esquecendo de nós mesmos.
Como consequência, não administramos, não dirigimos e não conduzimos nossos próprios passos.
Tomamos como jugo deveres que não são nossos e assumimos compromissos que pertencem ao livre-arbítrio dos outros.
O nosso erro começa quando zelamos pelas outras pessoas e as protegemos, deixando de segurar as rédeas de nossas decisões e de nossos caminhos.
Construímos castelos no ar, sonhamos e sonhamos irrealidades, convertemos em mito a verdade e, por entre ilusões românticas, investimos toda a nossa felicidade em relacionamentos cheios de expectativas coloridas, condenando-nos sempre a decepções crônicas.
Ninguém pode nos fazer felizes ou infelizes, somente nós mesmos é que regemos o nosso destino. Assim sendo, sucessos ou fracassos são subprodutos de nossas atitudes construtivas ou destrutivas.
A destinação do ser humano é ser feliz, pois todos fomos criados para desfrutar a felicidade como efetivo patrimônio e direito natural.
O ser psicológico está fadado a uma realização de plena alegria, mas por enquanto a completa satisfação é de poucos, ou seja, somente daqueles que já descobriram que não é necessário compreender como os outros percebem a vida, mas sim como nós a percebemos, conscientizando-nos de que cada criatura tem uma maneira única de ser feliz.
Para sentir as primeiras ondas do gosto de viver, basta aceitar que cada ser humano tem um ponto de vista que é válido, conforme sua idade espiritual.
Para ser feliz, basta entender que a felicidade dos outros é também a nossa felicidade, porque todos somos filhos de Deus, estamos todos sob a Proteção Divina e formamos um único rebanho, do qual, conforme as afirmações evangélicas, nenhuma ovelha se perderá.
É sempre fácil demais culparmos um cônjuge, um amigo ou uma  situação pela insatisfação de nossa alma, porque pensamos que, se os outros se comportassem de acordo com nossos planos e objetivos, tudo seria invariavelmente perfeito.
Esquecemos, porém, que o controle absoluto sobre as criaturas não nos é vantajoso e nem mesmo possível.
A felicidade dispensa rótulos, e nosso mundo seria mais repleto de momentos agradáveis se olhássemos as pessoas sem limitações preconceituosas, se a nossa forma de pensar ocorresse de modo independente e se avaliássemos cada indivíduo como uma pessoa singular e distinta. Nossa felicidade baseia-se numa adaptação satisfatória à nossa vida social, familiar, psíquica e espiritual, bem como numa capacidade de ajustamento às diversas situações vivenciais. Felicidade não é simplesmente a realização de todos os nossos desejos; é antes a noção de que podemos nos satisfazer com nossas reais possibilidades.
Em face de todas essas conjunturas e de outras tantas que não se fizeram objeto de nossas presentes reflexões, consideramos que o trabalho interior que produz felicidade não é, obviamente, meta de uma curta etapa, mas um longo processo que levará muitas existências, através da Eternidade, nas muitas moradas da Casa do Pai.


De “Renovando Atitudes” Hammed / Médium Francisco do Espírito Santo Neto