terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Em Clima Natalino - Fala o Coração


 

Aos meu amigos e irmãos

Neste momento de clima natalino

Onde os nossos corações

Se unem através de um grande sentimento cristão

Venho abrir o meu coração

Para lhes mostrar

Onde está localizado o lugar de cada um

dentro da mais nobre emoção.

São anos a fio que de ação em ação

e no dia a dia foi se firmando

essa grande construção.

É uma agradável amizade Que podemos dizer

Que é de irmão para irmão.

Cada um doa o que tem de bom

Tornando cada ação

Numa magnifica e positiva animação.

Cada um transmite o que sabe com

a naturalidade de uma sincera exaltação.

E a gente aprende e se enriquece

a cada dia para em seguida

exercitar em cada ação.

É dezembro, um bom clima cristão!

Por isso, aproveito para desejar

a vocês meus amigos irmãos

com sinceridade

Um Feliz Natal

com o legado de Jesus praticado

em cada humana relação.

Desejo também à todos os amigos,

que o ano de 2010

seja repleto de alegria,

prosperidade,

paz e amor

construindo em cada um

uma boa cota de evolução.

Que tudo isso se estenda a vossa família

Pois se nos tornarmos amigos irmãos

Somos todos parentes formando uma grande união, neste imenso Universo

que está sempre em movimentação.

Recebam agora um imenso abraço

Deste vosso amigo que também se declara

com muita sinceridade que é vosso irmão

e que vós tem guardado num lugar especial

dentro do coração.

 

Elio Mollo

sábado, 19 de dezembro de 2009

O amanhecer do Cristo

 

Narra antiga lenda que, após visitarem o Menino Jesus, aqueles homens que vieram do Oriente fizeram um pedido a Ana, mãe de Maria:

A criança tem apenas um dia de idade, contudo, vimos a luz de nosso Deus em Seus olhos, e o sorriso de nosso Deus em Sua boca.

Nós a conclamamos a protegê-Lo, para que Ele possa proteger-vos a todos.

Dizendo assim, montaram em seus camelos e nunca mais foram vistos naquelas terras.

Aquele menino cresceu e, na juventude, já era querido por todos em Nazaré. Era diferente das outras crianças.

Certa feita, quando foi levado até Sua cama, à noite, pela avó, disse-lhe:

Diga para Minha mãe e para todos os outros que somente Meu corpo dormirá. Minha mente estará com eles até que suas mentes cheguem ao Meu amanhecer.

*   *   *

O amanhecer de Jesus aponta no horizonte dos dias vindouros.

Por mais que ainda não estejamos lá, os raios de sol de Seu amor já nos alcançam, mostrando o caminho seguro.

O Rei Solar conta com inúmeras emanações radiantes, que são os trabalhadores fiéis de todas as horas.

Ele nos acompanha, nas vitórias e nas derrotas, como amigo carinhoso que vigia à nossa cabeceira.

Sua mente procura a nossa sem cessar.

Seu coração nos envolve em eflúvios de alegria, convidando à renovação diária.

Nós O abandonamos, quando nos perdemos no mundanismo recorrente e sedutor, mas Ele nunca nos deixa a sós.

Se ao menos aprendêssemos a ouvi-Lo... a percebê-Lo ao lado, sorrindo, apoiando, aconselhando...

Quem sabe pensaríamos um pouco mais antes de agir com tanta imprevidência.

Quem sabe aguardaríamos a raiva passar, antes de transformá-la em veneno para nós e para o outro.

Quem sabe aproveitaríamos mais as oportunidades da vida, quando nos abre portas para a caridade.

Quem sabe escolhêssemos ser ao invés de ter.

Quem sabe iríamos sorrir mais, sabendo que ao nosso lado temos um grande amigo.

*   *   *

As palavras ditas há mais de dois milênios continuam atuais.

Foram ditas para todas as gerações seguintes e, desta forma, Ele também Se faz presente entre todos nós.

Cada vez que nos sentirmos sós, sem saber que caminho tomar, sem forças para prosseguir, lembremos das palavras do jovem Jesus à Sua avó:

Diga para Minha mãe e para todos os outros que somente Meu corpo dormirá. Minha mente estará com eles até que suas mentes cheguem ao Meu amanhecer.

*   *   *

Meu amanhecer...

É o amanhecer da vida em abundância;

É alvorada serena, sem ruídos, acompanhada pelos pássaros do céu a sobrevoar, intrepidamente, os lírios do campo.

Meu amanhecer...

É carícia suave sobre a face adoecida da dor;

É abraço terno nos desvalidos do mundo;

Meu amanhecer, meus primeiros raios seguros de sol, sempre foram e sempre serão para vocês, amados da Terra.


Redação do Momento Espírita com base no cap.
Ana, mãe de Maria, do livro Jesus, de
Kahlil Gibran, ed. Ediouro.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

INVESTIMENTO MORAL

 

Você já pensou no que significa investir na moral?

Talvez tenha notado a grandiosidade daqueles que ficaram conhecidos na terra como agentes do bem, e tenha se achado impotente para essas grandes realizações.

No entanto, considerando que moral é a regra de bem proceder, entendemos que investir na moral pode ser mais fácil do que imaginamos, com gestos mínimos que, acumulados, resultam em grande soma.

Quando oferecemos nosso assento, no coletivo, a uma pessoa que precisa mais do que nós, estamos procedendo bem.

Quando não buzinamos e evitamos que algum enfermo ou uma criança que acaba de dormir acorde, agimos bem.

Um comentário maldoso que não levamos adiante, é bem proceder.

Um minuto de atenção a alguém que nos pede uma informação na rua, é pequena parcela de bem que estamos acumulando em nossa moralização.

Um pedaço de papel que ajuntamos na rua, fazendo com que nossa cidade fique mais limpa, é parcela de bem somada em nossa economia moral.

Quando economizamos papel higiênico, água, papel toalha, em banheiros de shoppings ou públicos, em restaurantes ou na empresa onde trabalhamos, estamos agindo no bem.

Se moral é a regra de bem proceder, sempre que procedemos bem, estamos agindo com moralidade.

E agir no bem quer dizer agir com imparcialidade, ou seja, o bem não seleciona, não discrimina, não premia, não faz concessões que o desfigurem.

As horas do dia são as mesmas para todos, mas o que cada um realiza com os minutos é que dá o tom de moralidade ou de imoralidade às ações.

Nós podemos escolher sempre o bem, mesmo nas pequenas atitudes. Isso, ao longo dos anos, nos permitirá acumular uma grande soma de valores que nos garantirá a paz de consciência.

Ao contrário, se optamos sempre pelo mal proceder, geralmente mais fácil, dando vazão ao egoísmo e ao orgulho, acumularemos imensa soma de desgostos e dissabores, tornando-nos uma pessoa amarga e infeliz.

Assim, cada instante de nossa vida é uma oportunidade de investir em nossa moralidade.

E para investir com proveito é necessário o devido esforço para orientar a nossa conduta pela razão.

Fazendo sempre uso da razão para nos conduzir as ações, teremos mais chance de lograr êxito na intenção de bem proceder.

E usar a razão com discernimento, é dar a mesma importância aos interesses de cada indivíduo que será envolvido por aquilo que fazemos.

Agindo assim seremos um agente moralizado, um agente do bem, mas um agente moral lúcido e não piegas que age mais por indução ou temor do que por convicção.

O exame sistemático de tudo o que fazemos, considerando de maneira imparcial os interesses de todos que serão afetados por nossas ações, e optando pela atitude que mais benefícios e menos prejuízos causem a todos, é ser um agente moral consciente.

Ouvir a razão, sempre, e examinar as implicações de nossas atitudes, é desejar uma sociedade melhor, mais justa e mais feliz. Ainda que isso signifique ter que rever algumas convicções prévias.

Saber a melhor maneira de viver é o grande desafio da atualidade.

Se consideramos que as mais notáveis diretrizes de bem viver, jamais superadas por quaisquer teorias, foram as do Sábio de todos os tempos, Jesus, então precisamos rever nossos conceitos.

Não fazer aos outros, o que não gostaríamos que os outros nos fizessem: eis a receita para quem deseja ser um agente moral lúcido.

Fazer aos outros, o que gostaríamos que os outros nos fizessem: eis a chave para ser um agente do bem.

                       Pensemos nisso!


Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

MÚSICA CELESTE

 

Por um momento, imagine a grandeza do Cosmos.

Estimam os cientistas que, há quase 14 bilhões de anos, houve uma explosão de luz e nasceu o nosso Universo.

A ciência chama a isso de Big Bang. Para os espiritualistas, ali está a presença de Deus, criando todas as coisas, pronunciando as doces palavras: Que se faça a luz!

E a luz se fez: bilhões e bilhões de sóis passeiam, solenes, na sinfonia dos mundos.

Em torno desses sóis, trilhões de planetas, satélites e asteróides executam a dança silenciosa das harmonias celestes.

Giram planetas sobre si mesmos. Giram em torno de sóis. Giram os sóis e seu cortejo acompanhando o caminhar das galáxias. Ritmo e graça em toda parte.

Aqui e ali, um cometa – asteróide obscuro – se aproxima de uma estrela. E de repente é invadido pela luz.

Eis que se acende inteiro, como um fósforo cósmico. Então se vai, arrastando sua cauda de poeira e gás, a semear a vida pelos mundos.

Mas, em um desses trilhões de planetas, sob a luz amarela de um sol, os moradores de um certo planeta - a Terra - se orgulham de ser maiores que os demais.

Vista do espaço, a Terra é um pequeno grão de areia, lindo, que passeia seu azul pelo espaço infinito.

Mas seus habitantes são como crianças: brigando sempre, acreditando-se senhores da vida, donos dos céus.

Ah, se pudéssemos nos ver no conjunto do Universo, minúscula gota no grande oceano da Criação!

Certamente seríamos mais humildes. Não daríamos tanta importância aos pequenos problemas do dia a dia.

Talvez fosse mais fácil perdoar, esquecer, apagar as mágoas.

Se víssemos nosso Mundo como translúcida bolha de sabão que flutua em meio ao pontilhado das estrelas, quem sabe aprenderíamos a reverenciar mais a obra Divina.

*  *  *

Estenda os seus olhos para o espaço. Nas luzes azuis que piscam a milhares de anos-luz, veja a assinatura do Grande Criador de todas as coisas.

Deus, nome Divino que enche de luz e de música as nossas existências pálidas.

Deus, quanta grandeza em Ti, sublime Pai de todas as coisas.

Deus, ao Teu sopro de vida, nascemos como Espíritos. Cumprindo Tuas leis, mergulhamos no corpo tantas vezes e construímos uma trajetória em que as experiências se somam e nos enriquecem de sabedoria.

Senhor, eis-nos aqui. Somos Tuas crianças, que dirigem para Ti olhos confiantes. Se ainda somos tolos, se ainda somos frágeis, ensina-nos a ser fortes e sábios.

Inspira-nos ainda uma vez a lição da fraternidade universal. Para que o amor faça morada em nós.

Inspira-nos para que a alegria nos contagie a alma. Para que a paz se asile em nossa casa mental.

Para que sejamos dignos de ser chamados filhos Teus.

*  *  *

Os mundos são estâncias do Reino de Deus, esperando por nós, viandantes em marcha para a perfeição.

Como os países, cidades e aldeias de um mesmo continente, os mundos dos espaços siderais são variadas escolas de progresso tecnológico, intelectual e moral.

Moradas da Casa do Pai no imenso Universo que ainda nos cabe descobrir, explorar, admirar.


Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A palavra de Jesus

 

No Seu semblante havia o resplendor do sol. Algo havia em Sua pessoa que emprestava força às Suas palavras.

Ele falava como quem tinha autoridade. Autoridade sobre todos: Espíritos e homens.

Ninguém que a Ele se comparasse. Os oradores de Roma, de Atenas e de Alexandria eram famosos, mas o jovem Nazareno era diferente de todos eles. E maior.

Aqueles possuíam a arte que encantava os ouvidos. Quando Jesus falava, os que O ouviam deixavam vagar o próprio coração por lugares antes nunca visitados.

Ele sabia falar de forma adequada a cada um. Narrava parábolas e criava histórias como jamais haviam sido narradas ou criadas antes Dele.

O Seu verbo desencadeava-se ora doce, ora enérgico, tal como as estações primaveris e as invernosas sabem se apresentar.

Falava das coisas simples, que todos entendiam, para lecionar as Leis Divinas e arrebanhar os Espíritos ao reino de Deus.

Suas histórias começavam assim: Um semeador saiu a semear... E enquanto discursava, os que O fitavam podiam assistir, à semelhança de prodigiosa tela mental, o homem, em plena madrugada indo ao campo, e espalhando as sementes...

Ou então era assim que falava: Um pastor contou seu rebanho, ao cair da tarde, e descobriu que faltava uma ovelha.

E todos lembravam a figura dedicada do pastor solitário, que passa em torno de nove meses, nos campos, com seu rebanho.

Ao anoitecer, coloca todas as ovelhas no aprisco, um abrigo de pedras, e ele mesmo se transforma em porta viva, deitado atravessado na única saída, protegendo-as.

Em Sua fala havia um poder que faltava aos brilhantes oradores da velha Roma e da Grécia.

Quando eles pronunciavam seus discursos falavam da vida aos seus ouvintes. O Nazareno falava da destinação gloriosa do ser, da vida que não perece nunca.

Eles observavam a vida com olhos humanos apenas. Jesus via a vida à luz de Deus e assim a apresentava.

Ele era como uma montanha que se dirigia às planícies. Conhecia a intimidade de cada um e individualmente atingia as criaturas, falando-lhes do que tinham maior carência.

Ninguém que O igualasse. Isto porque Jesus é maior do que todos os homens. Sua sabedoria vinha diretamente do Pai, com quem comungava ininterruptamente. Por isso mesmo, por mais de uma vez, expressou-Se afirmando: Eu e o Pai somos um.

                                *   *   *

Se Jesus é tão grande e Sua mensagem tão clara, por que, apesar de mais de dois milênios transcorridos, prosseguimos sem Lhe seguir os ensinos?

De que mais carecemos para que nossas mentes despertem e nossos corações se afeiçoem ao bem?

                  O tempo urge.

                       Pensemos nisso!


Redação do Momento Espírita, com base no cap. Assaf, chamado o orador de Tiro, do livro Jesus, o filho do homem, de Gibran Khalil Gibran, ed. Acigi.

domingo, 13 de dezembro de 2009

A PAZ DO MUNDO E A PAZ INTERIOR

 

A maior parte dos seres humanos deseja a paz no Mundo. É como um sonho coletivo: nada de guerras, de conflitos originados por preconceitos ou disputas políticas e religiosas.

Entretanto, muitos esquecem de um detalhe: a paz é o resultado de uma construção de pessoas, grupos, comunidades e povos.

Ela nasce, muito antes, no coração de cada um de nós.

“A paz do mundo começa em mim. Se tenho amor, com certeza sou feliz. Se faço o bem ao meu irmão, tenho a grandeza dentro do meu coração.”

A música do compositor Nando Cordel é uma bela tradução do verdadeiro espírito da paz.

Um sentimento que deve estar dentro da alma dos que desejam ver o Mundo mais aprimorado, do ponto de vista moral.

Mas há uma pergunta importante em meio a tudo isso: O que é a paz?

E você deve estar se perguntando: Será assim tão importante saber o que é a paz?

Claro que sim. Não se pode possuir aquilo que se desconhece. Então, falemos de paz...

Muita gente mistura os conceitos e acredita saber perfeitamente o que é a paz.

Alguns confundem paz com silêncio. Outros acreditam que a paz é a ausência de brigas.

Outros, ainda, imaginam que estar em paz significa ficar quieto, sem perturbar a quem quer que seja.

Finalmente, há os que acreditam que estar em paz é ter dinheiro sobrando para viver uma vida de conforto.

Será que isso é mesmo a paz? Será que essas situações trazem mesmo a tranqüilidade ou são apenas momentos menos tumultuados, com algum conforto material?

Pensemos juntos: paz não é simplesmente ausência de barulho.

Muita gente faz silêncio por fora, mas traz a alma sobrecarregada de ruídos. O tormento interno torna a criatura estressada e infeliz.

E quem acha que paz é a ausência de brigas e conflitos aparentes também pode estar enganado.

Quantas vezes a pessoa fica em silêncio somente porque tem medo de expressar sua opinião? Quantas vezes a raiva está bem camuflada sob uma aparência tranqüila?

Quem vê cara, não vê coração, diz a sabedoria popular. O mesmo acontece com a paz: nem sempre o rosto expressa o que vai na cabeça ou no coração da pessoa.

Em resumo: não se pode confundir paz com preguiça, displicência, comodismo ou covardia.

A paz é um estado de espírito permanente. Quem verdadeiramente vive em paz não perturba o mundo e nem se deixa perturbar por ele.

É claro que esse estado mental de completa paz é algo ainda um pouco distante da nossa realidade, mas o nosso papel é o do esforço constante para alcançarmos esse objetivo.

E se todo processo inicia em algum momento, como iniciar a conquista da paz?

Nossa sugestão: faça como se fosse um treinamento diário. Um treinamento de autoconhecimento. Principalmente, de auto-educação.

Comece reservando algumas horas para você e faça reflexões. Inicie fazendo um levantamento sobre todas as coisas, pessoas e situações que lhe causam irritação.

Em seguida, analise as razões porque você se irrita com essas pessoas e situações.

Pense em alternativas para não perder a calma. Faça simulações mentais, experimente seus limites, treine a paciência, exercite o equilíbrio.

Se fizer assim, possivelmente você estará melhor preparado para quando a situação ocorrer de fato. Estabeleça metas a serem alcançadas na conquista da paz.

Simultaneamente, exercite hábitos mentais positivos: meditação, boas leituras, relaxamento, músicas suaves.

Tudo isso fortalece a atmosfera de paz interior e reforça atitudes mais suaves e serenas.

Quando esses hábitos se consolidarem, quando a serenidade for obtida sem esforço, quando for mais fácil permanecer calmo, aí então você será forte candidato a se tornar exemplo para o Mundo.

Exemplo? Sim, amigo leitor: quem deseja a paz do Mundo deve se empenhar para ser exemplo vivo dessa paz.

É como uma árvore que, à medida que cresce, vai oferecendo benefícios de flores, perfume, cor e sombra aos que estão nas proximidades.

Por isso acredite: quem quer paz, nada exige dos outros. Faz a sua parte em silêncio e aguarda as conseqüências.


Texto da Redação do Momento Espírita.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Escravos da palavra

 

Você já percebeu o quanto nos tornamos escravos das palavras que falamos? De como nos conduzimos por situações difíceis pela nossa própria fala?

Os pensamentos, enquanto guardados na intimidade da casa mental, são propriedade única e exclusivamente de quem os idealiza.

Porém, o pensamento que se converte em verbo falado, passa a ser de domínio público e deveremos responder pelos reflexos dos mesmos.

A palavra que edifica, enobrece, auxilia, é tesouro que dispensamos ao caminhar.

Porém, o verbo ácido da crítica destrutiva, do comentário maledicente buscando a desmoralização alheia, ou a acusação injusta do julgamento insensato, são dificuldades que amealhamos e das quais teremos que dar conta, uma a uma.

Assim, é atitude de sabedoria vigiarmos as palavras que saem de nossa boca. Pensar antes do falar é atitude sensata que nos poupa de muitos dissabores.

Para tanto, é imperioso cultivarmos a reflexão e autoanálise do que se passa em nosso mundo íntimo, pois que a boca fala daquilo que está cheio o coração, conforme nos alerta Jesus.

Alguns pesquisadores chegam a afirmar que circulam em nossa casa mental cerca de 95.000 ideias ao dia, das quais 85.000 são repetitivas, doentias, monotemáticas.

Para que o verbo se faça construtivo, é necessário o exercício da faxina mental, para que da mente possamos exteriorizar aquilo que não nos escravize negativamente.

O exercício do silêncio interior, do isolar-se alguns instantes diariamente do mundo para se encontrar consigo mesmo é fundamental.

Ao mergulharmos no silêncio de nossa casa mental, vamos conhecendo e entendendo qual o mundo íntimo que carregamos e que, muitas das vezes, ainda se mostra totalmente desconhecido para nós mesmos.

                                *   *   *

Vigiemos nossas palavras, para que elas sejam úteis, proveitosas e edificantes. Evitemos o comentário maldoso, o julgamento precipitado ou a acusação indevida.

Ainda, preservemos o nosso falar das expressões chulas, das comparações grotescas ou das piadas vulgares. O clima emocional e psíquico, com o qual nos envolvemos, é fruto do que pensamos e do que falamos.

Se a mente ainda traz dificuldades, se os pensamentos infelizes ainda tomam nossa casa mental, muitas vezes nos perturbando, façamos o silêncio interior, deixando que lentamente aqueles pensamentos cedam espaço para outros, mais nobres e enriquecedores.

Cultivemos o verbo elegante, a palavra de consolo, os temas edificantes para que nossa boca não seja quem nos condene, fazendo-nos escravos daquilo que, de forma invigilante, expressamos com a palavra não refletida.


Redação do Momento Espírita, a partir de seminário ministrado por
Divaldo Pereira Franco, no Encontro fraterno, na praia de
Guarajuba, Bahia, em data de 05.09.09.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Jesus, o Cristo

 

A figura de Jesus de Nazaré ainda hoje é motivo de muita polêmica. Para muitos, Ele não passou de uma lenda.

Existem, contudo, vários testemunhos sobre a Sua vida, fora das páginas do Novo Testamento.

O mais antigo de todos remonta aos anos 93/94 e se encontra nas antiguidades judaicas, de autoria de um judeu de nome Flávio Josefo.

No ano 112 o procônsul da Bitínia, Plínio, o moço, dirigiu uma carta ao imperador romano Trajano onde menciona Jesus.

Depois dele, em 115, um seu quase contemporâneo de nome Tácito, falou a respeito desse homem invulgar, conhecido em Sua aldeia onde morava e trabalhava como Joshua Bar Josef, seu nome em hebraico.

Também O descreveu Suetônio, mais ou menos no ano 120, na obra Vida de Cláudio, bem como o Talmude judeu, com narrações dos rabinos.

No entanto, Ele foi biografado pelos quatro evangelistas: Mateus, Marcos, Lucas e João.

Dizem-nos eles que Jesus exerceu o mesmo ofício de Seu pai, o de carpinteiro. Era costume judaico que o homem dedicado a trabalhos intelectuais tivesse um modo de sobrevivência.

Jesus não Se casou. Todo o Seu amor foi canalizado para a Sua missão.

Tinha para com as mulheres um sentimento extremamente delicado, tratando-as como irmãs. Naturalmente, elas retribuem, Lhe oferecendo sua amizade e O acompanham.

É Madalena, da cidade de Magdala; Verônica, curada de hemorragia crônica; Salomé, a mãe de dois dos Seus discípulos; Maria, Sua mãe; Marta e Maria, irmãs de Lázaro; Joana, a esposa do intendente de Cusa.

Sua natureza elevada, a ternura do Seu coração Ele a extravasou em doçura infinita, em poesia.

Humildade, perdão, caridade, abnegação, justiça pregou em Seus ensinos através de axiomas como: Aquele que se humilha, será exaltado; o que se exalta será humilhado.

Perdoai e sereis perdoados.

Amai os vossos inimigos. Fazei o bem aos que vos odeiam. Orai pelos que vos perseguem.

A sequência dos Seus princípios era um culto puro, sem práticas exteriores, baseado nos sentimentos do coração.

Sede perfeitos como vosso Pai é perfeito, é o convite que faz a todos os homens.

Em toda a História da Humanidade, houve homens que escreveram excelentes máximas. Houve também homens virtuosos mas que nada fizeram para que a virtude tivesse continuidade no mundo.

Por isso mesmo, Jesus é inigualável. Ele falou e agiu, apresentando Sua doutrina em palavras e obras.

Todos os exércitos que já desfilaram por este mundo, todos os navios que já atravessaram os mares, todos os reis e rainhas que já reinaram, todos juntos não influíram tão fortemente na vida humana como O fez Jesus, esse personagem imortal.

                            *   * *

Nosso tempo é contado a partir da data do nascimento de Jesus.

Ele é o personagem histórico sobre o qual mais se escreveram livros, compuseram músicas e pintaram quadros.


Redação do Momento Espírita, com base no cap. 5 do
livro Vida de Jesus, de Ernest Renan, ed. Martin Claret

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Perfume de Jesus

 

Ao percorrer a história da Humanidade sempre se encontra um rastro perfumado. No princípio, era o incenso, a mirra e outras madeiras aromáticas.

O Velho Testamento registra Moisés construindo um altar de perfumes para Jeová. Entre eles craveiro e rosas.

Depois vieram os unguentos e óleos de substâncias como o timo e o orégano, com que faraós do antigo Egito eram enterrados.

Nas culturas antigas, o perfume era reservado aos deuses e aos rituais. Mas não demorou muito para que simples mortais se apropriassem das receitas perfumadas dos sacerdotes.

Nos grandes centros do Oriente, bem como entre os gregos e romanos, o prazer de perfumar-se tornou-se um hábito cotidiano.

Paris, no século dezesseis, era já considerada a capital dos perfumes. Atribui-se à Catarina de Médicis, que lá chegou em 1533, o impulso decisivo à produção e comércio de produtos aromáticos.

Além de perfumes, pomadas e óleos aromáticos, a moda dos couros perfumados, utilizados na confecção de luvas e outros acessórios difundiu-se pela Europa.

Os aromas, libertos da função dissimuladora de odores desagradáveis, tornaram-se mais doces e suaves, predominantemente florais.

Perfumistas buscavam essências raras e exóticas em flores, ervas, madeiras, resinas e secreções animais para suas fórmulas secretas.

Na perfumada corte de Luís XV, era de bom tom apresentar-se com um perfume diferente a cada dia. E nas datas de festa até os chafarizes eram alimentados com água-de-lavanda ou água-de-rosas.

Todos os perfumes, por mais preciosos ou penetrantes, têm, no entanto, a durabilidade comprometida. Nenhum que seja de caráter permanente. Eis porque proliferam as indústrias de perfume. Esmeram-se no aroma e na durabilidade.

Há todavia um perfume indelével. Personificado em um corpo de homem, andou pela Terra há mais de dois mil anos.

Nascido na quietude de uma noite quase fria, teve Seu nascimento anunciado por um coro de vozes celestes.

Cresceu no ambiente do lar, da oficina e da escola. Adulto, buscou os homens para espalhar a Sua doce fragrância.

Seu próprio nome semelhava aroma raro. Extrato de estrelas saía de Sua boca. Onde quer que passasse, a delicadeza da Sua presença a tudo e todos impregnava.

A Ele se submeteram ricos e poderosos, embora pensassem serem vencedores. Imprimiu tal aroma na alma dos Seus apóstolos que O decidiram imortalizar para a posteridade. Desta forma, os evangelistas se esmeraram para colocar em frascos delicados a essência dos Seus ditos.

Nasceram então os Evangelhos de Mateus, de Marcos, Lucas e João. É por este motivo que toda vez que se abrem as páginas da Boa Nova, o aroma do Cristo se espalha.

Quando a criatura se deixa impregnar por ele, onde quer que esteja e atue, aromatiza lugar, pessoas e circunstâncias.

                             *   *   *

Quando você estiver triste e desiludido, observando o mundo cinza e negro, busque o Evangelho. Descerre-lhe as páginas. Concentre-se na leitura de um pequeno trecho.

Permita-se envolver pelo perfume da tranquilidade e da serenidade do doce Jesus da Galiléia.

Não eram diferentes aqueles tempos. Também havia rixas, guerras, corrupção e desonestidade. Mas Ele espalhou a penetrante fragrância da Boa Nova, o extrato do bem.

Use o perfume Dele para colocar um sorriso na face, e distribuir alegria.

Torne-se, onde esteja, um distribuidor do perfume da verdade e da paz.

                              *   *   *

Atribui-se a Mateus o primeiro Evangelho. Escrito em língua hebraica, acredita-se que ele próprio o traduziu para o grego.

O evangelista Lucas não conheceu pessoalmente Jesus. Seu Evangelho, possivelmente escrito entre os anos 55 e 60, é uma verdadeira obra de História.

Para Lucas, Cristo é o Divino Médico da Humanidade.


Redação do Momento Espírita com base no artigo A pátria dos
perfumes, da revista Ícaro, revista de bordo Varig nº 134.