quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

INSTANTE DA MORTE

 

Allan Kardec, Codificador do Espiritismo, perguntou aos Espíritos:

Qual o sentimento que domina a maioria dos homens no momento da morte: a dúvida, o temor, ou a esperança?

Os Benfeitores responderam:

A dúvida, nos descrentes contumazes; o temor, nos culpados; a esperança, nos homens de bem.

Em todos os tempos, o homem se preocupou com o seu futuro para lá do túmulo e isso é muito natural.

Qualquer que seja a importância que dê à vida presente, não pode ele deixar de considerar o quanto essa vida é curta.

E, sobretudo, precária, pois que, a cada instante está sujeita a interromper-se, nenhuma certeza lhe sendo permitida acerca do dia seguinte.

Que será dele, após o instante fatal?

Questão grave esta, porquanto não se trata de alguns anos apenas, mas da eternidade.

Aquele que tem de passar longo tempo em país estrangeiro, se preocupa com a situação em que lá se achará.

Como, então, não nos haveria de preocupar a situação em que nos veremos, deixando este Mundo?

Advindo da vida imortal, o homem guarda vaga lembrança do que sabe e do que viu no plano espiritual.

Isso faz com que, no instante da morte ele sinta que não estará definitivamente liquidado.

Chegando, assim, o instante da morte, conforme ensinam os Espíritos, cada um se sentirá de acordo com sua consciência.

Se traz a consciência culpada, sentirá temor.  Se foi um homem céptico, descrente, sentirá, inelutavelmente, a dúvida. Mas, se foi um homem de bem, um homem bom, a esperança lhe fará companhia, ao despedir-se do corpo que lhe serviu de instrumento para bem viver.

A questão é simples: morre-se como se vive.  Tal vida, tal morte, diz a sabedoria popular.

A razão nos diz que o fato de deixarmos o invólucro carnal, não nos tornará melhores nem piores do que fomos até então. A natureza não dá saltos.

O que podemos, e isso nos é possível, é buscar viver de conformidade com as Leis Divinas desde agora, enquanto estamos a caminho.

Poderemos, se quisermos, vencer a descrença, buscando estudar as obras que falam de imortalidade, da realidade objetiva que nos aguarda após o decesso carnal.

Poderemos, ainda, aliviar a consciência culpada através da reformulação de valores, da reforma moral, envidando esforços para melhorar a nossa paisagem íntima, desde já.

Todavia, isso é de foro íntimo de cada um de nós, de quem depende, exclusivamente, a vontade de conquistar um estado d’alma tranqüilo, não só no instante da morte, mas em todos os instantes da vida, que é eterna.

* * *

A idéia do nada no Além-túmulo tem qualquer coisa que repugna à razão.

O homem, por mais despreocupado seja durante a vida, em chegando o momento supremo, pergunta a si mesmo o que vai ser dele, e sem o querer espera algo mais que o nada.

A razão nos diz que crer em Deus, sem admitir a vida futura, é um contra-senso.

O sentimento de uma existência melhor reside em todos os homens e não é possível que Deus aí o tenha colocado em vão.

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita, com base nas questões 958 a 961 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb.

PREÇO E VALOR

 

Vivemos em um país capitalista, onde impera a economia de mercado.

Conseqüentemente, o preço dos mais diversos tipos de bens varia conforme a lei de oferta e procura.

Se determinada mercadoria é rara, seu preço sobe.

Quando há abundância de oferta, o preço tende a cair.

Em decorrência do materialismo ainda vigorante no planeta, o desejo por bens materiais permanece muito forte no coração das criaturas.

No afã de conquistar coisas consideradas raras e custosas, os homens empenham boa parte de seu tempo.

No meio social, quanto maior a fortuna de alguém, mais ele será objeto de consideração e respeito.

Ocorre que, embora as coisas materiais sejam necessárias à vida, elas não constituem um fim em si mesmas.

Quem se preocupa em excesso com elas corre o risco de malbaratar seu tempo na Terra.

A existência terrena é essencialmente efêmera.

Ao morrer, ninguém levará consigo as propriedades que acumulou.

Assim, importa considerar que os bens são meios para a atuação do espírito sobre a matéria.

Eles são meros instrumentos, que devem ser bem utilizados para o progresso, tanto de quem os possui, quanto da sociedade.

Para agir com sabedoria no mundo, é preciso compreender a diferença entre preço e valor.

Preço refere-se a unidades monetárias exigidas por coisas ou serviços.

O preço depende da lei de oferta e de procura.

Já o valor é algo intrínseco, próprio à substância do que se afirma valioso.

Habitualmente se diz que as coisas postas à venda não possuem valor intrínseco.

A quantidade de dinheiro representativa de seu preço depende do interesse que suscitam.

Se ninguém deseja determinada mercadoria, por menos que se peça por ela, simplesmente não será vendida.

Fixada essa premissa, pode-se afirmar que há bens muito valiosos, mas sem preço.

A consciência tranqüila possui valor inestimável, mas não pode ter sua importância quantificada em dinheiro, na lei de oferta e procura.

As coisas em geral têm preços fixados, que dizem de sua relevância no mercado.

Entretanto, os seres humanos não têm sua importância estabelecida em padrões monetários.

Um homem não tem preço.

O valor de uma pessoa é conferido por sua dignidade, por suas virtudes.

Desse modo, cuide para não comprometer seu valor pessoal no anseio por coisas caras.

De nada lhe adiantará acumular extensas riquezas, à custa de atitudes indignas.

Ao final de sua vida, os bens materiais ficarão para trás.

Mas você terá de conviver para sempre com sua consciência.

Recorde que os bens materiais são instrumentos de que você dispõe para atuar no mundo.

Dê-lhes a importância devida, utilizando-os para espalhar a felicidade e o progresso em seu derredor.

Desfrute-os, sem egoísmo, repartindo-os com seus semelhantes.

Mas, na busca do transitório, não esqueça o que é permanente.

Viva cada dia procurando acrescentar valor a sua vida, mediante atitudes generosas e nobres.

Ao término de sua existência, a paz que você tiver conquistado não terá preço, mas certamente será muito valiosa.

Equipe de Redação do Momento Espírita.