sábado, 28 de janeiro de 2012

A questao do tempo

 

O vestibulando chega correndo ao local da prova, mas o portão se fecha à sua frente. Ele senta e desaba.

Tanto esforço. Tanta preparação. Tanto estudo. Tudo perdido por um atraso mínimo de segundos.

O pedestre observa o sinal vermelho, mas decide atravessar correndo porque está atrasado para um compromisso.

Freada brusca. Susto. Talvez ferimentos graves. Tudo por questão de um segundo de precipitação.

O funcionário chega correndo, esbaforido, bate o cartão e vai para seu local de trabalho.

Ali, precisa de alguns minutos para se recompor. Subiu as escadas correndo porque os elevadores estavam lotados e ele não desejava se atrasar, a fim de não ter descontados valores, ao final do mês, em seu salário.

Desculpas se sucedem a desculpas. Não deu tempo. Não foi possível chegar. Perdi o ônibus. O trânsito estava terrível na hora em que saí.

Tempo é nossa oportunidade de realização, que devemos aproveitar com empenho.

A nossa incapacidade de planejar o uso do tempo provoca a desarmonia e toda a série de contratempos.

O tempo pode ser comparado a uma moeda. Se tomarmos de uma porção de ouro e cunharmos uma moeda, poderemos lhe dar o valor de um real.

Este será o valor inscrito. Mas o valor verdadeiro será muito maior, representado pela quantidade do precioso metal que utilizamos.

As moedas do tempo têm uma cunhagem geral, que é igual para todos: um segundo, um mês, um ano, um século.

No entanto, o valor real dependerá do material com que cunhamos o nosso tempo, isto é, o que fazemos dele.

Para um correto aproveitamento desse tesouro, que é o tempo, é preciso disciplina.

Para evitar correria, levantemos um pouco mais cedo. Preparemo-nos de forma rápida, sem tanta enrolação.

Deixemos, desde a véspera, o que necessitaremos para sair, mais ou menos à mão, evitando desperdícios de minutos à procura disto ou daquilo.

Se sabemos que o trânsito, em determinados horários, está mais congestionado, disciplinemo-nos e nos programemos para sair um pouco antes, com folga.

Esses pequenos cuidados impedirão que percamos compromissos importantes, que tenhamos de ficar sempre criando desculpas para justificar os nossos atrasos, que tenhamos taquicardia por ansiedade ao ver o relógio dos segundos correr célere, demarcando os minutos e as horas.

*   *   *

Na órbita das nossas vidas, não joguemos fora os tempinhos tantas vezes desprezados.

Aproveitemos para escrever um ligeiro bilhete de carinho a alguém que esteja enfrentando momentos graves.

Telefonemos a um familiar ou amigo que não vejamos há muito tempo.

Cuidemos de um vaso de planta. Desenvolvamos ideias felizes para fazer o bem a alguma pessoa que saibamos necessitada.

Valorizemos os minutos para descobrir motivos gloriosos de viver, para aprender a amar a vida e iluminar o nosso caminho.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 3, do livro Vereda familiar, pelo Espírito Thereza de Brito, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter e no cap. O grande tesouro, do livro Uma razão para viver, de Richard Simonetti, ed. Gráfica São João.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

OS DONS

Narra uma lenda de autor desconhecido que um homem entrou em uma loja e se aproximou do balcão.
Quem estava a atender era uma criatura maravilhosa. Tão bela que parecia uma fada, dessas saídas de um conto infantil.
O homem olhou para os lados e perguntou: O que é que você tem para vender?
Com um sorriso lindo, a jovem respondeu: Todos os dons.
O homem arregalou os olhos, manifestando interesse, e quis saber qual era o preço. Seria muito caro?
Não, foi a resposta. Aqui, nesta loja, tudo é de graça.
Ele olhou, maravilhado, jarros cheios de amor, vidros repletos de fé, pacotes de esperança e caixinhas de sabedoria.
Resolveu fazer o seu pedido: Por favor, quero muito amor, um vidro de fé, bastante felicidade para mim e toda a minha família.Com presteza, a moça preparou tudo e lhe entregou um embrulho muito pequeno, que cabia na sua mão.
O homem se mostrou surpreso e perguntou outra vez:Será possível? Está tudo aqui mesmo? É tão pequeno o embrulho!
Sorrindo sempre, a jovem falou: Meu querido amigo, nesta loja, onde temos todos os dons, não vendemos frutos. Concedemos apenas as sementes.
* * *
As sementes das virtudes se encontram em nós. Somos a loja dos dons. O que necessitamos é investir na semeadura.
Se desejamos que frutifique o amor, é preciso que nos disponhamos a amar. E o exercício começa quando executamos bem as tarefas que nos constituem dever. Prossegue no trato familiar, com pais, irmãos, cônjuges e se amplia no rol das amizades.
Depois, atravessa a cerca dos afetos e passa a agir entre aqueles que simplesmente encontramos na rua, no ônibus, no mercado, no banco.
A fé não é adquirida de rompante. Necessita ser pensada, estudada, reflexionada. O exercício inicia com a contemplação da natureza. Os dias frios, os dias quentes, o sol, a lua, as estrelas, as árvores que balançam ao vento e as flores multicoloridas nos jardins.
Alonga-se com a visão dos mundos, das coisas infinitamente pequenas e daquelas infinitamente grandes. A harmonia de tudo nos remete a uma confiança irrestrita, uma certeza inabalável que se chama fé.
A felicidade frutifica quando, plenos de amor e de fé, vivemos cada dia com intensidade, sem igual, saboreando cada minuto como se fosse o único, o último, o derradeiro.
* * *
Mudar é um ato de coragem. É a aceitação plena e consciente do desafio.
É trabalho árduo, para hoje. É trabalho duro, para agora. E os frutos seguramente virão no amanhã, talvez não muito distante.
Mas, quando temos certeza de estar no rumo certo, a caminhada é tranquila.
Quando temos fé e firmeza de propósito é fácil suportar as dificuldades do dia-a-dia.
Pensemos nisso. Invistamos nas virtudes ainda hoje. Redação do Momento Espírita, com base no cap. Dons, de autor desconhecido e no cap. É preciso sentir a mudança lá dentro, de R. Anatoli Oliynik, do livro Momentos de luz, organizado por Hiran Rocha, v. 1, ed. Kuarup.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

SABER USAR

 

O casal adentrou o restaurante, acompanhado por seus dois filhos, que aparentavam ter aproximadamente oito e dois anos.

A mãe trazia consigo uma grande sacola, cujo conteúdo despertou a curiosidade dos demais. Assim que se acomodaram à mesa, o garçom os abordou, anotando os pedidos para aquela refeição.

No momento seguinte, a mãe retirou da sacola dois aparelhos portáteis de dvd e uma coleção de dvd's com histórias infantis.

As crianças selecionaram os filmes que lhes interessariam naquele momento e o pai colocou cada filme em seu respectivo aparelho, que foi devidamente acomodado em cima da mesa de refeição, em frente a cada criança.

A cena chamou a atenção das pessoas presentes.

Logo que o jantar foi servido, as crianças colocaram seus pratos em sua frente e ao lado, mantiveram o pequeno aparelho conectado a cada um, por fones de ouvido.

Para admiração dos que os observavam, assim se mantiveram durante todo o jantar. O casal, comendo e conversando calmamente e os filhos, ilusoriamente comportados, se alimentando e assistindo, cada qual ao seu próprio filme.

* * *

Essa situação nos conduz a alguns questionamentos.

Onde está o diálogo entre os familiares durante o momento da refeição?

Onde está o respeito ao alimento, que nos traz a saúde e o bem-estar e que nos permite a manutenção da vida?

Onde está o limite que devemos nos impor ao uso da tecnologia, em relação a quando, onde e em que tempo devemos usufruir dela?

Quando nos sentarmos à mesa para nos alimentar, saibamos valorizar a companhia dos familiares e dos amigos, respeitando a presença de cada um e aproveitando esse convívio.

* * *

Quando nos alimentamos de qualquer maneira, sem dar a devida atenção ao que estamos ingerindo, estaremos dando pouco valor ao fato de termos o acesso ao alimento e também à sua qualidade.

É certo que o avanço tecnológico se faz hoje com uma velocidade que dificilmente acompanhamos. A inteligência humana é capaz de produzir feitos que há pouco tempo jamais imaginávamos possíveis.

Devemos agradecer a Deus a oportunidade de viver em um mundo onde, a cada dia, surgem mais possibilidades de manutenção da vida, através de descobertas que permitem vencer enfermidades antes tidas como incuráveis.

Através da criatividade e inteligência humanas, surgem criações que colaboram para que as pessoas se mantenham constantemente informadas e conectadas entre si.

Surgem, também, formas diversas de lazer e entretenimento que encantam e envolvem pessoas de todas as idades.

Diante de todo esse avanço tecnológico, saibamos usar a nossa sensibilidade e os valores pessoais para que possamos usufruir dele sem cometer excessos.

Que saibamos os exatos limites de tempo e de espaço ao lançarmos mão do uso desses modernos equipamentos.

Saibamos usar toda essa tecnologia que temos hoje à nossa disposição de forma positiva.

Não deixemos que o uso dela interfira negativamente ou substitua os ricos momentos de convívio com a família e com os amigos, nos quais devemos exercitar o diálogo, o respeito e a fraternidade.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Falando de fé

 

Na pequena assembleia de gestantes assistidas pela instituição, naquela tarde fria de inverno, uma se destacava.

Apresentava a barriga enorme, denunciando que logo mais daria à luz. E, contudo, mostrava sinais de inquietação no rosto.Terminada a aula breve e fraterna, a atendente, que descobrira os traços de angústia naquela companheira, se aproximou, buscando saber das razões.

Foi então que a gestante lhe falou que nos próximos dias deveria ter o seu bebê e que estava apavorada. Durante todo o período da gestação se preparara para ter um parto normal.Entretanto, há quinze dias, o médico lhe informara, depois de uma ecografia, que seu bebê estava sentado e que somente poderia nascer através de uma cesariana, marcando até a data.

Ela estava com muito medo. Tinha um terrível medo de cirurgia e, depois, ela desejava o parto normal, para poder atender mais cedo e melhor seus outros filhos menores.

A atendente a abraçou e conversou com ela longamente. Recordou-lhe as lições que já haviam tido, ali  mesmo, naquela instituição.

Lições que falavam da fé e do poder da oração. Que ela tentasse a oração, que falasse com seu bebezinho, pedindo que ele mudasse a posição.

Que falasse com Jesus, o Médico Divino, suplicando auxílio. A gestante olhou meio desconcertada e perguntou: Mas será mesmo que dará resultado?

Vamos orar juntas, desde agora? Convidou a assistente.

Naquele dia, quando se despediu para ir para casa, a gestante acariciou a barriga com carinho especial e sorriu, dizendo:Eu vou tentar.

Uma semana depois, ela precisou ser levada às pressas para a maternidade. Na madrugada, a bolsa se rompeu e ela entrou em trabalho de parto, antes da hora assinalada pelo médico para a cesariana.

Ela teve medo. E agora? O que iria acontecer?

Chegando ao hospital, atendida de imediato, foi conduzida à sala de parto.

Para surpresa do médico e alívio da mãezinha, o bebê já mostrava a cabecinha despontando, prestes a nascer.

Entre risos e lágrimas de surpresa, gratidão e alívio, a gestante deu à luz a um belo garoto, por parto normal, sem dificuldades.

*   *   *

Nunca desacredites do amparo de Deus. Haja o que houver, permanece confiando.

Se tudo estiver contra ti, se o insucesso te ameaçar com o desespero, ainda aí espera a Divina ajuda.

A lei de Deus é de amor. E o amor tudo pode, tudo faz.

Quando pensares que o socorro não te chegará em tempo, se continuares esperando, descobrirás, alegre, que ele te alcançou minutos antes do desastre.

Ora, confia e não deixes de lutar. Deus vela por ti e guarda a tua vida.

Redação do Momento Espírita, com base em fato narrado por voluntária do grupo de gestantes do Centro Espírita Ildefonso Correia (Curitiba/PR), em reunião de avaliação ocorrida em 15.06.2000 e com pensamentos finais colhidos no cap. CXIII, do livro Vida feliz, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O MELHOR MOMENTO

 

Se alguém lhe perguntasse, de todos os momentos da sua vida, qual o mais importante, o que você responderia?

O momento do seu nascimento? A sua infância? A sua juventude? O dia em que seu filho nasceu? O dia da sua formatura?

Com certeza, cada um de nós elegeria um melhor momento. E, contudo, o melhor momento para todos nós é o momento presente. É aquele que estamos vivendo.

Vejamos. O passado já passou e nos deve ter servido de experiência positiva. O futuro ainda está para vir.

Portanto, o melhor momento é o presente. É aquele que estamos usufruindo.

Por isso mesmo é que o Mestre de todos nós asseverou que a cada dia bastam as suas próprias preocupações, convidando-nos a viver com intensidade o dia presente.

Quantos de nós aproveitamos o momento presente? Aproveitar no sentido de usufruir dele toda a experiência, o prazer que ele pode nos ofertar.

Vejamos: quem de nós toma o café da manhã pensando no café da manhã? Normalmente, estamos nos servindo do café e pensando no dia de trabalho que nos aguarda.

Por vezes, assistimos a TV ou lemos o jornal, enquanto o café vai sendo simplesmente engolido. Nem desfrutamos do sabor do pão, do suco, do leite, da fruta.

Precisamos fazer várias coisas ao mesmo tempo, porque não temos tempo para tudo.

Quem de nós come uma maçã, pensando na maçã, sentindo todo seu sabor? Quem de nós saberia dizer quantos cheiros têm uma maçã?

Possivelmente a criança que ainda vive essa fase de apreciar cada coisa à sua vez, nos falaria do cheiro da maçã verde, da maçã madura, da maçã podre.

Pensando neste momento importante, que é o presente que estamos vivendo, estabeleçamos um roteiro de vida padrão ideal para nós.

Reservemos um pequeno espaço de tempo entre os nossos tantos afazeres para a beleza.

Despertemos cedo, a fim de acompanhar o nascer do dia, embriagando-nos com a luz.

Caminhemos por um bosque, um jardim, uma alameda, silenciosamente, por alguns minutos, aspirando o ar da natureza.

Permitamos que o leve ar da manhã nos penetre profundamente os pulmões. Sintamos como ele nos beneficia.

Contemplemos uma noite estrelada e nos perguntemos quantos olhos nos espiam, dessa imensidão.

Contemplemos uma rosa, em pleno desabrochar, pétala a pétala. Sintamos o seu perfume se espalhando no ar.

Detenhamo-nos por um instante ao lado de uma criança, descobrindo-lhe o sorriso e a inocência.

Conversemos com um ancião tranquilo. Enfim, abramo-nos à beleza que existe em tudo e nos adornemos com ela.

* * *

Estamos mergulhados no amor de Deus. Jamais nos esqueçamos disto.

Deus está em nós e ao nosso redor. Busquemos descobri-lO e nos deixemos conduzir por Ele, com sabedoria.

Somos herdeiros do Universo. Permitamos que o amor de nosso Pai nos comande a vontade e os passos, facultando-nos crescer com menor dose de sofrimento.

Plenificados em Deus, vivamos o momento presente com toda a exuberância, retirando dele o melhor para as nossas próprias vidas.

Redação do Momento Espírita, com pensamentos dos caps. LXXI e CXVII, do livro Vida feliz, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Mensagem que salva

 

Em setembro de 1995, um jornal publicou uma interessante história.Tratava-se de uma jovem que, sem objetivos na vida, começou a achar que tudo estava contra ela. Ficou deprimida e pensou em se suicidar.

Tentou uma vez, em um hotel, mas a camareira entrou e chamou socorro a tempo. Ela foi salva.

Quando saiu do hospital, continuou com o firme propósito de acabar com a vida. Começou a estocar remédios. Às vezes, começava a olhar para o teto, procurando um lugar para colocar uma corda e terminar com tudo.Era um tormento constante. A ideia não saía de sua cabeça. Dois meses depois, ela foi até um hotel levando trezentos comprimidos em sua bolsa.

Felizmente, três amigas atentas, dessas criaturas atenciosas que Deus coloca na trajetória dos seres, para servirem de anjos de guarda, descobriram o seu plano. Com muito esforço, a levaram até o hospital, antes que ela fizesse uso dos comprimidos.

Enquanto aguardava para ser atendida, na sala de espera do hospital, ela apalpava os comprimidos que trazia consigo, pensando em como faria para enganar as amigas e tomar a medicação.

Enfim, como o atendimento demorou um pouco, ela pôs os olhos sobre uma mesinha e viu uma revista. Pegou-a e abriu. Seus olhos ficaram arregalados de espanto, quando leu: Antes de você se matar.

O artigo oferecia diversas razões fortíssimas para se optar pela vida em vez do suicídio.

De uma forma misteriosa, aquelas observações foram calando em sua alma e ela desistiu de se matar.Chamou uma enfermeira e lhe entregou todos os comprimidos. Nunca mais tentou se matar. Decidiu viver.

Ao publicar a sua história, afirmava que tudo acontecera há dez anos.

*   *   *

Uma mensagem salva uma vida. Isto nos mostra como é importante que as coisas boas, as coisas positivas sejam passadas adiante, sejam divulgadas.

Cada um de nós, onde esteja, pode ser um propagandista das coisas positivas, elevadas, nobres.

Podemos procurar um folheto que fale do otimismo, da fé em Deus, da beleza da vida e passá-lo adiante. Aquilo que nos faz bem, nos sustenta a esperança, deve ir além para favorecer igualmente outras vidas.

Se lemos um livro que traz lições excelentes, por que não emprestá-lo a alguém que sabemos estar enfrentando muitas dificuldades?

Se conhecemos a mensagem do Cristo, que é um poema de vida abundante, por que não repassá-la a outros?Lembremos: às vezes, tudo o que é preciso para resgatar uma vida, fortalecer um coração é uma palavra generosa, uma mensagem de esperança e consolação.

*   *   *

O bem é tudo quanto estimula a vida, produz para a vida, respeita e dignifica a vida.

O bem é simples. A sua linguagem singela dispensa aparências.Um sorriso a quem, em uma sala de espera, aguarda ansioso pela notícia de um parente hospitalizado.

Um aperto de mão, uma flor a quem está triste. Um gesto de carinho inesperado.

Habituemo-nos a espalhar o bem, oferecendo ao mundo os nossos esforços a benefício de outras vidas.

Redação do Momento Espírita, com base em  crônica, do livro Pequenos milagres, de Yitta Halberstam e Judith Leventhal, ed. Sextante e no verbete Bem, do livro Repositório de sabedoria, v. 1, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

PRESENTE PARA VOCÊ

 

Se um dia ao acordar, você encontrasse ao lado de sua cama, um lindo pacote embrulhado com fitas coloridas, com certeza o abriria para ver o que haveria dentro.

Talvez houvesse ali algo de que você nem gostasse muito. Então guardaria a caixa, pensando no que fazer com aquele presente.

Mas, no dia seguinte, lá está outra caixa. Mais uma vez você abre correndo e, dessa vez, há alguma coisa da qual goste muito.

Uma lembrança de alguém distante, uma roupa que viu na vitrine, um casaco para os dias de frio ou simplesmente um ramo de flores de alguém que se lembrou de você.

Isso acontece todos os dias, mas nós nem percebemos.

Todos os dias quando acordamos, lá está, à nossa frente, uma caixa de presentes enviada por Deus especialmente para nós: um dia inteirinho para usarmos da melhor forma possível.

Às vezes, ele vem cheio de problemas, coisas que não conseguimos resolver, tristezas, decepções, lágrimas.

Mas outras vezes, ele vem cheio de surpresas boas, alegrias, vitórias e conquistas.

O mais importante é que todos os dias, enquanto dormimos, Deus embrulha para nós com todo o carinho, nosso presente: o dia seguinte.

Ele cerca nosso dia com fitas coloridas, não importa o que esteja por vir.

A esse dia quando acordamos, chamamos presente, o presente de Deus para nós.

Nem sempre Ele nos manda o que esperamos ou o que queremos.

Mas Ele sempre nos manda o melhor, o de que precisamos e que, muitas vezes, pode ser mais do que merecemos.

Abra seu presente todos os dias, primeiro, agradecendo a quem o mandou, sem se importar com o que vem dentro da embalagem. Sem dúvida, Deus não se engana na remessa dos pacotes.

Se hoje não veio o presente que você aguardava, espere.

Abra o de amanhã com mais carinho, pois pode ser que, a qualquer momento, os seus sonhos cheguem embrulhados em um presente, de acordo com os planos de Deus para você.

Deus não atende as nossas vontades e sim nossas necessidades.

*  *  *

Agradeçamos a Deus por cada dia a mais que temos a oportunidade de viver.

Cada dia é realmente um presente de Deus.

Em um dia apenas podemos ter mais uma chance de aprender algo novo sobre a vida ou sobre nós mesmos, de corrigir um erro, de tropeçar, levantar e nos sentirmos mais fortalecidos, de perdoar ou sermos perdoados.

É outra chance que temos de crescer como Espíritos e dar mais um passo em direção à felicidade.

Agradeçamos por mais um ano que se finda no calendário da nossa vida.

Agradeçamos infinitamente, por mais um ano que se inicia em nosso calendário.

Ter um ano inteiro pela frente é como ter um caderno em branco aonde se vai caligrafar.

Nesse caderno podemos deixar registradas histórias coloridas ou em preto e branco, de amores ou dores, de luzes ou de sombras.

Tudo dependerá do que carregarmos em nosso íntimo. A escolha pelo caminho do bem, da resignação, da fé e do amor é de cada um.

Que nossas escolhas agradem a Deus, para que um dia a realização dos nossos sonhos faça parte do plano Divino.

Redação do Momento Espírita, com base em  mensagem de autor desconhecido.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

QUE BUSCAIS?

 

JESUS – (João, 1:38)

(Luan Jessan)

Ao aproximar-se o Santo Natal com os seus encantos, com as suas luzes e peculiar magia, ocorreu-me o pensamento de que Jesus, que nos ama desde sempre, realmente prossegue sendo o grande desconhecido da humanidade, conforme grave expressão algures utilizada pelo Espírito Joanna de Angelis.

Ao dizê-lo referia-se a mentora ao fato de que os ensinamentos do Mestre, salvadas as exceções, ainda não ganharam a intimidade das criaturas refletindo-se-lhes na conduta.

Ato contínuo, dando largas ao pensamento lembrei-me de Judas Iscariotes, o apóstolo equivocado em si mesmo que durante três anos consecutivos – seguramente os mais belos que a Terra já viveu –  observara maravilhas intraduzíveis em palavras, ocasião em que corpos carnais recobraram a saúde ganhando vida nova, ao tempo em que se renovavam espiritualmente indivíduos dantes emocional, espiritualmente mortos.

Através do relato da mais eloquente história da humanidade sabemos do trágico desfecho da vida do apóstolo de Kerioth. Tal fato deu-se porque hipnotizado, possuído pelos transitórios bens da Terra, sonhando com a coroação de Jesus pelos poderes temporais e imaginando ser dele o futuro tesoureiro, veio a empanar de tal maneira a sua visão espiritual da vida que não conseguiu perceber, sentir, mensurar em toda a sua magnitude a importância do que Jesus dizia e fazia, fatos esses traduzidos pelo harmonioso conjunto de suas líricas expressões e felizes realizações. Faltaram-lhe ouvidos de ouvir e olhos de ver  - de ver e ouvir além das mesquinharias terrenas.

Reflitamos. Não é o que, em termos, vem ainda ocorrendo em larga escala? Quantos cristãos visitam diariamente os diversos templos da cristandade em busca de favores imediatos, sonhando com fortunas de ocasião, plenamente esquecidos da cura da própria alma que sequer identificam como carente, como enferma?

Vive-se desassossegadamente um tempo que passa pleno de correrias e de quimeras, olvidando-se as horas futuras que clamarão pelas iniludíveis necessidades do Espírito ora grandemente desconsiderado em seus valores essenciais.

Incompreensivelmente parece haver uma hipnótica desatenção para com as Palavras do Cordeiro de Deus por expressiva parcela dos indivíduos que fornece a impressão de não querer entendê-las devidamente, ocupados que andam a sonhar com os regalos materiais que imaginam auferir ao buscar a Sua companhia, semelhantemente ao que outrora ocorreu ao Seu inditoso companheiro, hoje redimido.

- Que buscais? – disse o Amigo da humanidade voltando-se para os que pareciam segui-Lo de perto, num daqueles heróicos dias do cristianismo nascente... Ali estavam - Ele bem o sabia - as criaturas sinceras, desejosas de Deus, igualmente lá se encontrando os inebriados pelo poder político; os sôfregos pelo ouro perecível da Terra; os ébrios pelos gozos prolongados, além dos curiosos e indiferentes, e outros mais...

Que os brandos, mágicos sinos do Natal, cujo badalar têm o condão de acordar criaturas para a Vida, possam ainda despertar-nos da demorada letargia do espírito, sensibilizando-o para os elevados propósitos da existência, os únicos capazes de verdadeiramente nos plenificar fazendo-nos felizes.

- Que buscais? - Ei-Lo, confiante, vinte séculos empós novamente a perguntar-nos com a Sua voz maviosa traduzida pela ternura das canções natalinas, cujo tom melancólico reacende-nos a esperança, nestes decisivos dias do espírito. Dias estes em que, lamentavelmente, pela cristalizada indiferença dos homens, de modo análogo volta a história a repetir-se.