quinta-feira, 21 de março de 2013

A CONSTANTE BUSCA


 
Corre o homem diariamente de um lado para outro.
 
Desde a aurora até bem depois do pôr do sol.
 
Passos apressados nas calçadas, cruzando ruas, olhando sempre o relógio.
 
Parece sempre atrasado, à procura de algo muito importante.
 
Nunca tem tempo para nada.
 
Está sempre em alerta, como se um único descuido seu fosse suficiente para arruinar para sempre a consecução de seus objetivos.
 
Mas, afinal, o que busca o homem na luta cotidiana da vida?
 
Para onde dirige seus passos?
 
O que espera ele encontrar?
 
Sabe, realmente, o que quer? 
 
* * *
 
Seria por demais simplista dizer que a resposta para tais questionamentos seja: “a busca da felicidade”.
 
Pois, momentos de felicidade permeiam sua existência, mas são como sopros suaves de brisa que cessam sem aviso prévio e que passam rapidamente.
 
Fala-se tanto em felicidade, mas se sabe tão pouco a seu respeito.
 
Diz-se “estar feliz” quando tudo o que se deseja acontece.
 
Quando o amor é correspondido.
 
Quando o dinheiro é suficiente para garantir as compras tão sonhadas.
 
Quando o emprego almejado é obtido.
 
Quando um título é alcançado.
 
Quando tudo parece conspirar para satisfazer os mais íntimos desejos.
 
Nessas ocasiões, uma euforia ímpar toma conta do ser que sai pelas ruas estampando um sorriso largo na face.
 
Canta e sente uma vontade de erguer os braços aos céus gritando:
 
“Consegui! Venci!”.
 
Como se o mundo inteiro tivesse se curvado às suas necessidades e reconhecido seu valor como pessoa, a partir daquela oportunidade.
 
Mas isso é apenas uma ilusão.
 
A fragilidade daquela sensação fará com que sua duração seja efêmera e, por isso mesmo, por vezes, quase frustrante.
 
Por pouco, pouco mesmo, sorrisos abandonam rostos até então eufóricos.
 
O retorno à realidade pode decorrer da sensação de que a vida continua, não obstante aquela parcial vitória.
 
A luta continua.
 
Não pode o homem abandonar o combate porque novas provas vão se apresentar, novos obstáculos vão surgir.
 
Outra vez será necessário empenhar esforços para prosseguir na jornada.
 
Nessas horas, quando o homem percebe que suas conquistas não lhe garantem um bem-estar eterno, muitas vezes ele se entrega ao desânimo.
 
Tem a sensação de que caminha sempre em direção ao horizonte e que este, por mais que ande, distancia-se inelutavelmente dele.
 
Sempre há algo por fazer, por aprender, por conquistar.
 
Sempre.
 
Percebe-se o quão verdadeiro é o ensinamento de que “a felicidade não é deste mundo.”
 
 * * *
 
O que busca você?
 
O que seria capaz de fazer estampar em seu rosto um sorriso sincero?
 
O que você acredita ser suficiente para fazê-lo feliz?
 
Não se iluda, no entanto, com as promessas enganosas do mundo.
 
Satisfações materiais não saciam por muito tempo o corpo, tão pouco a mente que deseja a paz.
 
Por outro lado, as virtudes adquiridas ao longo do tempo podem auxiliar concedendo equilíbrio e lucidez.
 
A consciência tranquila e a franca sensação de dever cumprido permitem que se repouse a cabeça no travesseiro todas as noites.
 
São situações em que se pode desfrutar de felicidade, quando, então, ela pode ser efetivamente alcançável e duradoura, até mesmo neste mundo.
 
Equipe de Redação do Momento Espírita.