Quando conhecemos a
Doutrina Espírita e começamos a estudá-la profundamente, sentimos a necessidade
de colocar em prática esse conhecimento.
Muitos podem se
angustiar porque, na auto avaliação que a Doutrina nos orienta fazer,
compreendem o quão imperfeito são, as tantas mazelas morais que devem superar
e, nas leituras das obras de Kardec, descobrem um número elevado de virtudes
que ainda não têm e que devem desenvolver: a indulgência, o perdão, a caridade,
a humildade, a paciência, a benevolência, a tolerância, o amor consigo mesmo,
com o próximo e até com os inimigos!
Ao olhar para a vida
atual, percebe que a convivência em família não está da maneira como almejava; no
trabalho existe a concorrência desleal e a falsidade; a sociedade vive de
aparências; possui inúmeros desafetos, adquiridos por pequenos melindres.
O neófito Espírita ou
"arregaça as mangas" e vai a busca da sua transformação moral ou
"tira o time de campo" e desiste, achando que fazer a reforma íntima
dá muito trabalho.
Allan Kardec afirmou:
"Reconhece-se o verdadeiro espírita por sua transformação moral e pelos
esforços que faz para dominar as suas más tendências". Certamente o Ser
não tem condições de superar tantas deficiências morais, tantos resgates do
passado em apenas uma encarnação e tornar-se um espírito superior ou um anjo.
O que Deus deseja é
que, à medida que houver o despertar da consciência, passemos a agir, sem
ansiedade, sem angústia, mas com uma vontade férrea de atuar corretamente,
dando um passo de cada vez, rumo à perfeição.
Conta-nos que certa
vez, ante a angústia do médium, seu benfeitor espiritual apareceu-lhe com uma
proposta: ante tantas virtudes a serem desenvolvidas que, não se preocupasse
com todas as outras, e desenvolvesse apenas uma.
Mas com a condição de
praticá-la às 24 horas do dia em atos, palavras, pensamentos, no olhar, durante
o sono...
O novo espírita ficou
satisfeito, pois trabalhar apenas uma virtude é bem mais fácil do que
desenvolver dezenas delas!
Mas, qual seria essa
virtude?
- A BONDADE!
- esclareceu o amigo
espiritual.
A bondade é algo que
está bem mais próximo a nós. Fazer a caridade com desapego e sem orgulho, ainda
não esta totalmente ao nosso alcance.
O amor incondicional,
até aos inimigos, nem sempre se consegue praticar.
O perdão das ofensas,
talvez quanto às pequenas seja mais fácil, mas e as grandes?
A bondade, não!
Essa nós podemos
praticar a partir de agora.
Ela é de maior praticidade.
Ao pensarmos na
esposa(o) e nos filhos, nos aborrecimentos que temos no lar, podemos pensar com
bondade e compreensão.
Cada um tem suas
dificuldades e, ao refletirmos com doçura, entenderemos e aceitaremos melhor os
problemas, facilitando as suas soluções.
Ao olharmos os
colegas de trabalho com bondade, vejamos companheiros de jornada e não inimigos
ou concorrentes que devemos superar.
Ao trocar o olhar de
desprezo, perante a sociedade, pelo olhar de bondade, teremos mais
solidariedade, mais companheirismo e menos falsidade e individualismo.
Com o tempo as
ansiedades, as angústias, as irritações, os melindres, serão substituídos por
sentimentos de serenidade, tranquilidade e paz.
Jason de Camargo
afirma:
"A BONDADE,
assim, foi à mola propulsora, o elemento motriz que desencadeou o surgimento de
outras virtudes. Com ela veio aparecendo a solidariedade, a tolerância, o
afeto, a caridade, a ternura, o perdão e as demais energias salutares que
orvalham sua alma e seu corpo com promessas de saúde física e espiritual".
Emannuel