sábado, 7 de maio de 2011

DIVINA PRESENÇA

 

Quando você nasceu na Terra, parecia um pássaro semimorto que a tempestade arremessara numa praia esquecida.

Então, apareceu uma imensa ternura num coração de mulher.

Pelas mãos maternas você foi lavado e alimentado milhares de vezes.

Simplesmente por amor.

Você cresceu forte.

Quando o véu da ingenuidade infantil envolvia sua cabecinha, os professores se deram conta da sua inteligência. E a alimentaram com as primeiras letras e com toda a riqueza que a escola proporciona.

Você se tornou jovem.

E no vigor da sua juventude, a despreocupação era a tônica dos seus dias.

Foi então que amigos notaram o seu caráter de nobreza nos gestos e direcionaram a sua jornada para as bênçãos do trabalho.

Você se enriqueceu de experiência.

Na madureza, a enfermidade veio lhe fazer uma demorada visita.

Quando todos já imaginavam que você partiria para a grande viagem, médicos diligentes estenderam o remédio eficaz e a força sublime que havia dentro de você venceu a doença.

Recuperado, você retornou às lides.

Então houve horas de incompreensão, pressões profissionais, situações de desconforto, criadas pela inveja e pela calúnia.

Nessas horas, em meio às lágrimas doridas, você pôde ouvir canções de conforto, conclamando-o à esperança e à alegria.

Passou o tempo. Dobraram-se os anos.

Por onde quer que você siga, percebe a luz invisível que clareia os seus pensamentos.

Se você sofre, é o apoio que chega.

Se você erra, é a voz que corrige. Se você teme ou vacila ante inusitada situação, é o braço que sustenta.

Se você se encontra mergulhado em solidão, é a companhia que consola.

Em todos os momentos da sua vida, dos primeiros vagidos aos da atualidade, em qualquer circunstância, você depende desse alguém.

Falamos de Deus, nosso Pai, a quem devemos aprender a amar e respeitar, pois nos encontramos Nele como o fruto na árvore.

Ele nos sustenta e Sua seiva nos dessedenta.

E mesmo que tudo pareça contra nós, abandonados ou incompreendidos pelos afetos, sofrendo os golpes da adversidade mais rude, nunca estaremos distantes da presença de Deus.

* * *

Deus nos proporciona momentos diversos para enriquecermos nosso Espírito.

Assim, a presença da enfermidade é momento para meditação sobre a fragilidade orgânica.

A manifestação da saúde é momento de agir no bem, valorizando-a.

O ensejo da oração é momento de iluminação interior.

A hora da provação é momento de resgate libertador.

Pensemos nisso e aproveitemos todos os momentos como dádivas de Deus.

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap.  44 do livro Justiça Divina, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed.  Feb e no prefácio do livro Momentos enriquecedores, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed.  Leal.

Ante os testemunhos

 

Segundo o Evangelho, na iminência de Seu martírio, Jesus dirigiu-Se ao Getsêmani com os discípulos.

Acompanhado de três deles, afastou-Se um pouco para orar.

Declarou-Se triste, pediu que vigiassem com Ele e orou.

Absolutamente tudo o que Jesus fez durante Sua jornada terrena é pleno de significados.

Ele é o Modelo e Guia dado por Deus à Humanidade.

Forte como nenhum homem jamais o foi, por Suas virtudes, mas ainda assim sujeito às intempéries da vida terrena.

Em face do grande testemunho que se avizinhava, esse Homem Superior lançou mão de duas providências.

Primeiro, cercou-Se de Seus amigos queridos e partilhou com eles Suas angústias.

Segundo, entrou em contato com a Divindade por meio da oração.

No mundo, o homem está sempre às voltas com testemunhos.

Em sua fragilidade, a cada instante é colocado à prova.

Diferente de Jesus, pleno de pureza, bondade e sabedoria, o homem comum está sujeito às tentações e às dúvidas.

Frequentemente se indaga a respeito de qual o melhor caminho a seguir.

Hesita, sente-se fraco e teme não conseguir vencer as provações.

Mesmo quando decidido, às vezes fraqueja ao colocar em prática suas boas resoluções.

Essencialmente frágil, o ser humano não se debate apenas com dificuldades pontuais.

Diariamente, ele corre o risco de cometer pequenos e desnecessários equívocos.

Não se trata de pintar um quadro desanimador, mas de ser realista.

O bem é sempre possível e ele invariavelmente ilumina e pacifica.

Apenas, por vezes, as tentações do mundo se apresentam bastante sedutoras.

Nesse contexto, convém recordar o sábio exemplo de Jesus.

Em Sua grandeza, Ele não abdicou de dois sublimes recursos: a oração e a amizade.

A oração coloca o homem em ligação com o Divino.

Faculta que ele receba salutares inspirações e se fortifique.

O hábito de orar constitui um eficiente antídoto contra as loucuras do mundo.

Mas, nessa busca do Alto, importa não esquecer os companheiros de jornada.

As amizades sinceras aquecem o coração e reduzem as carências e fragilidades.

É importante aprender a partilhar as próprias dificuldades e sonhos com algumas pessoas de confiança.

Esse processo de narrar os conflitos íntimos a Deus e ao próximo faculta o autoconhecimento.

Se algo parecer muito vergonhoso para ser partilhado com um amigo querido, é porque jamais deve ser colocado em prática.

Assim, ante seus testemunhos diários, ligue-se a Deus e a seus amigos.

Trata-se de uma valiosa estratégia para que vença a si mesmo e caminhe firme em direção ao alto.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.