quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A PRIMEIRA PRECE

 

Na madrugada, o homem sequioso de aventuras, chegou ao deserto de Gila, no Novo México.

Estacionou o caminhão e iniciou a caminhada de 32 quilômetros, para se encontrar em um acampamento, com seu grupo de alunos.

O verão era implacável e o sol ardia como fogo. O professor começou a sentir que as botas não eram as ideais para aquele clima. Parou, arejou os pés, colocou outras meias, acelerou o passo, reduziu a marcha. Nada funcionou.

Ao cair da noite, chegou ao acampamento. Os pés estavam uma chaga viva. Eram bolhas e machucados o que viu quando descalçou as botas.

Apesar de tudo, nada comentou com ninguém.

Dialogou com os instrutores e com os garotos. A madrugada o surpreendeu em repouso.

Quando a manhã se fez clara, veio o alarme. Um dos garotos sumira.

O professor sentiu o peso da responsabilidade, antevendo as ameaças do deserto cruel que o menino iria enfrentar.

Calçou as botas outra vez e teve a impressão de estar andando sobre vidro quente. Tropeçou, arrastou os pés. Tentou pensar em algo para se distrair, esquecer a dor. Tudo em vão.

A dor foi se tornando sempre maior, insuportável.

Finalmente, ele alcançou a trilha que saía de uns arbustos e seguiu direto ao rio que descia das montanhas, através de sombrios desfiladeiros.

Ao ver a água, colocou os pés calçados dentro dela. Esperava alívio mas a sensação foi de milhares de agulhadas perfurando-lhe as bolhas.

Deixou escapar um grito estridente do peito e se jogou na água, por inteiro. A dor aumentou.

Não havia solução. Ele não conseguia mais andar e onde se encontrava, com certeza demoraria dias para ser encontrado. E o garoto? Era preciso encontrar o garoto.

Uma idéia tomou vulto em seu cérebro e ele começou a implorar, até sua voz ecoar num brado sempre mais alto:

“Um cavalo. Por piedade. Preciso de um cavalo.”

Depois, como um lamento, colocou toda sua alma na palavra seguinte: “Jesus!”

E prosseguiu repetindo: “Jesus. Um cavalo. Jesus.”

Era a primeira vez que orava.

Um cavalo apareceu. Era real. Não era alucinação. Ele o montou por toda a noite, até encontrar o garoto.

Cedo, dois vaqueiros procuraram o animal que lhes fugira, não saberiam eles dizer o porquê.

Mas o professor sabia. Sua prece fora ouvida e atendida.

Por isso, emocionado, ali mesmo, pronunciou a segunda prece de sua vida: a prece da gratidão.

                             *  *  *

A oração deveria fazer parte de nossa vida.

Orar jamais deveria ser nosso último recurso, mas o primeiro a ser buscado.

A prece movimenta profundas forças que concorrem para reverter quadros enfermiços, enquanto alimenta com novo vigor a esperança e restabelece o bom ânimo.


Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no artigo Minha única prece, publicado na Revista Seleções do Reader’s Digest em junho de 1998.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Um Deus

 

Milhões de estrelas colocadas nos céus... por um Deus.

Milhões de nós levantamos nossos olhos a um Deus.

Muitas crianças O chamam por muitos nomes diferentes...

Um Pai, que ama a cada um por igual.

Muitas formas diferentes que oramos a um Deus.

Muitas são as trilhas que se juntam no caminho a um Deus.

Irmãos e irmãs – nenhum é estranho depois que Deus terminou Sua criação.

Porque seu Deus e meu Deus é um Deus.

*   *   *


Os versos são a tradução livre de uma canção interpretada pela cantora Barbra Streisand.

É interessante se observar como tantos cantores, no mundo, têm se referido a Deus, ao Criador. São criaturas que, na Terra, interpretam as vozes dos céus, conclamando os homens à fraternidade.

Em verdade, muitos dos que se dizem religiosos se enclausuram em suas crenças e excluem do amor de Deus os demais seres humanos.

E, contudo, só há um Deus. Um Deus que a todos criou, que a todos ama, não importando a forma com que seja ou não reverenciado.

Um Deus que sabe que cada filho Seu se encontra em estágio evolutivo diverso e, por isso mesmo, tem diferente entendimento a respeito do Seu Criador.

Somos nós, os seres pequenos da Criação que nos arvoramos em grandezas e criamos exclusividades, elegemos preconceitos e fazemos seleções de quem deve ou não ser credor das heranças do Universo.

Somos nós, os homens, que nos separamos em religiões, quando elas deveriam, em verdade, nos unir.

Porque, afinal, todos aspiramos pela felicidade. Todos desejamos nos alçar ao Pai, ao Criador. Todos almejamos um lugar de paz e de amor. Um aconchego. Um paraíso.

E as religiões existem para exatamente nos mostrar o caminho para tal ventura.

Deus é um só. Criador do Universo que descobrimos, a pouco e pouco, extasiando-nos. É o Pai dos seres que criou à Sua imagem e semelhança.

                            *   *   *

O seu Deus e o meu Deus é um só Deus.

Tenhamos isso em mente. E nos amemos, auxiliando-nos mutuamente.

Façamos a listagem das maravilhas do Universo e nos sintamos felizes em saber que tudo isso é compartilhado com todos os filhos de Deus.

Filhos desta Terra, do nosso Sistema Solar, filhos que vivam em dimensões nem imaginadas por nós, nem alcançadas pela nossa ciência – todos são herdeiros das grandezas da Criação.

Um Deus. Amor, justiça e luz.

Um Deus. Pai benevolente, pródigo de bênçãos.

Um Deus que nos aguarda, no lar celeste.

Um Deus que nos observa as lutas, perdoa nossas quedas e aguarda que cresçamos até alcançá-Lo.


Redação do Momento Espírita com citação de versos da
canção One God, interpretada por Barbra Streisand.

domingo, 25 de outubro de 2009

A DÁDIVA DE VIVER

 

Por vezes, você caminha pela vida com o olhar voltado para o chão, pensamento em desalinho, como quem perdeu o contato com sua origem divina.

Olha, mas não vê... Escuta, mas não ouve. Toca, mas não sente...

Perdido na névoa densa que envolve os próprios passos, não percebe que o dia o saúda e convida a seguir com alegria, com disposição, com olhar voltado para o horizonte infinito, que lhe acena com o perfume da esperança.

Considere que seu caminhar não é solitário e suas dores e angústias não passam despercebidas diante dos olhos atentos do Criador, que lhe concede a dádiva de viver.

Sua vida na terra tem um propósito único, um plano de felicidade elaborado especialmente para você.

Por isso, não deixe que as nuvens das ilusões e de revoltas infundadas contra as leis da vida, tornem seu caminhar denso e lhe toldem a visão do que é belo e nobre.

Siga adiante refletindo na oportunidade milagrosa que é o seu viver.

Inspire profundamente e medite na alegria de estar vivo, coração pulsante, sangue correndo pelas veias, e você, vivo, atuante, compartilhando deste momento do mundo, único, exclusivo. E você faz parte dele.

Sinta quão delicioso é o aroma do amanhecer, o cheiro da grama, da terra após a chuva, do calor do sol sobre a sua cabeça, ou da chuva a rolar sobre sua face.

Sinta o imenso prazer de estar vivo, de respirar. Respire forte e intensamente, oxigenando as idéias, o corpo, a alma.

Sinta o gosto pela vida. Detenha-se a apreciar as pequeninas coisas que dão sentido à vida.

Aquela flor miúda que, em meio à urze sobrevive linda, perfumosa, a brilhar como se fosse grande.

Sinta-se vivo ao apreciar o vôo da borboleta ou do pássaro à sua frente.

Escute os barulhos da natureza, a água a escorrer no riacho, ou simplesmente aprecie o céu, com suas nuvens a formar desenhos engraçados fazendo e desfazendo-se sobre seus olhos.

Quão maravilhosa é a vida!

Mas, se o céu estiver escuro e você não puder olhá-lo, detenha-se no micro universo, olhe o chão.

Quanta vida há no chão...

Minúsculos seres caminhando na terra, na grama...

A formiga na sua luta diária pela sobrevivência...

A aranha, a tecer sua teia caprichosamente, e tantas coisas para ver, ouvir, sentir, cheirar, para fazer você sentir-se vivo.

Observar a natureza é pequeno exercício diário que fará você relaxar, esquecer por instantes as provas, ora rudes, ora amenas, que a vida nos impõe.

Somos caminhantes da estrada da reencarnação, somando, a cada dia, virtudes às nossas vidas ainda medíocres, mas que se tornarão luminosas e brilhantes.

Aprenda a dar valor à dádiva da vida. Isso fará o seu dia se tornar mais leve e, em silêncio, sem palavras, sem pensamentos de revolta, você terá tido um momento de louvor a Deus.

Aprenda a silenciar o íntimo agitado e a beneficiar-se das belezas do mundo que Deus lhe oferece.

A sabedoria hindu aprecia, na natureza, o que Deus desejou para ela: que fosse aliada do homem no seu progresso, oferecendo o alimento, dando-lhe os meios de defender-se das intempéries.

E, sobretudo, sendo o seu colírio diário suavizando as aflições da vida.

Pense nisso, e aprenda a dar graças pela dádiva de viver.


Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em mensagem do Espírito Stephano, psicografada por Marie-Chantal Dufour Eisenbach, na Sociedade Espírita Renovação em junho de 2005.

sábado, 24 de outubro de 2009

A primeira prece

 

Na madrugada o homem, sequioso de aventuras, chegou ao deserto de Gila, no Novo México.

Estacionou o caminhão e iniciou a caminhada de 32 quilômetros, para se encontrar em um acampamento, com seu grupo de alunos.

O verão era implacável e o sol ardia como fogo. O professor começou a sentir que as botas não eram as ideais para aquele clima. Parou, arejou os pés, colocou outras meias, acelerou o passo, reduziu a marcha. Nada funcionou.

Ao cair da noite, chegou ao acampamento. Os pés estavam uma chaga viva. Eram bolhas e machucados o que viu quando descalçou as botas.

Apesar de tudo nada comentou com ninguém.

Dialogou com os instrutores e com os garotos. A madrugada o surpreendeu em repouso.

Quando a manhã se fez clara, veio o alarme. Um dos garotos sumira.

O professor sentiu o peso da responsabilidade, antevendo as ameaças do deserto cruel que o menino iria enfrentar. Calçou as botas outra vez e teve a impressão de estar andando sobre vidro quente. Tropeçou, arrastou os pés. Tentou pensar em algo para se distrair, esquecer a dor. Tudo em vão.

A dor foi se tornando sempre maior, insuportável.

Finalmente, ele alcançou a trilha que saía de uns arbustos e seguiu direto ao rio que descia das montanhas, através de sombrios desfiladeiros.

Ao ver a água, colocou os pés calçados dentro dela. Esperava alívio mas a sensação foi de milhares de agulhadas perfurando-lhe as bolhas.

Deixou escapar um grito estridente do peito e se jogou na água, por inteiro. A dor aumentou.

Não havia solução. Ele não conseguia mais andar e onde se encontrava, com certeza demoraria dias para ser encontrado. E o garoto? Era preciso encontrar o garoto.

Uma idéia tomou vulto em seu cérebro e ele começou a implorar, até sua voz ecoar num brado sempre mais alto:

Um cavalo. Por piedade. Preciso de um cavalo.

Depois, como um lamento, colocou toda sua alma na palavra seguinte:

Jesus!

E prosseguiu repetindo:

Jesus. Um cavalo. Jesus.

Era a primeira vez que orava.

Um cavalo apareceu. Era real. Não era alucinação. Ele o montou por toda a noite, até encontrar o garoto.

Cedo, dois vaqueiros procuraram o animal que lhes fugira, não saberiam eles dizer o porquê.

Mas o professor sabia. Sua prece fora ouvida e atendida. Por isso, emocionado, ali mesmo, pronunciou a segunda prece de sua vida: a prece da gratidão.

                          *   *   *

A oração deveria fazer parte de nossa vida.

Orar jamais deveria ser nosso último recurso, mas o primeiro a ser buscado.

A prece movimenta profundas forças que concorrem para reverter quadros enfermiços, enquanto alimenta com novo vigor a esperança e restabelece o bom ânimo.


Redação do Momento Espírita com base no artigo Minha única prece,
publicado na Revista Seleções Reader´s Digest, de junho/1998.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Nunca estamos realmente sós

 

Quem na vida nunca enfrentou dificuldades? Talvez alguém muito jovem, que ainda muito pouco viveu e que goze de uma boa estrutura familiar e escolar, possa dizer que nunca enfrentou uma situação difícil.

Com o passar do tempo, porém, à medida que a vida avança, são cada vez mais comuns as situações adversas.

Inúmeras são as dificuldades: a perda de um ente querido, a separação da família, a perda de um emprego que garante o sustento, os insucessos econômicos, as dificuldades no estudo.

Para cada um de nós situações diferentes representam diferentes graus de adversidade, mas todos lembramos facilmente delas.

Frequentemente despreparados para enfrentar tais situações, deixamo-nos levar por sentimentos de tristeza, de desespero e de impotência perante o fato.

Comumente, expomos nossa situação a familiares, amigos e, não raramente, pessoas não muito próximas, que se disponham a nos escutar.

Falando constantemente sobre o fato que nos preocupa permanecemos imersos nos sentimentos negativos, mantemos nossa mente agitada, entristecida e, até mesmo, revoltada.

Não faltam, nessas situações, opiniões diversas, de pessoas bem intencionadas, porém que nos deixam confusos, frequentemente sem encontrar uma solução.

Poucas são as pessoas que se recolhem e buscam em si mesmas a real causa de tal insucesso, tentando, a partir dessa reflexão, modificar seu comportamento, ou encontrar uma solução eficaz.

Muitos dizem se sentir sozinhos frente às dificuldades e, por este motivo, esperam opiniões e conselhos de todos aqueles que se dispuserem a dá-los.

Falsa ideia a da solidão. Aqueles que dela se queixam se esquecem de que temos, ao nosso lado, sempre pronto a nos ajudar, alguém que só quer o nosso bem.

Muitos de nós costumávamos pedir proteção a esse alguém, quando crianças, dirigindo-lhe uma prece, antes de dormir. Ao crescermos, esquecemos de tal atitude.

Nosso Espírito protetor ou anjo da guarda está sempre presente, desde nosso nascimento até quando, ao final da vida física, voltamos à pátria espiritual, podendo ainda nos acompanhar em futuras existências.

Silenciosamente, espera uma oportunidade de ser ouvido. Ele nos fala à mente e o podemos ouvir na forma de intuição ou de boas ideias.

Para que essas intuições ou ideias cheguem ao nosso consciente é necessário que tenhamos a mente pronta para as receber. Obviamente, em meio à agitação e aos sentimentos negativos não teremos paz de espírito para tal.

Tornamo-nos receptivos por meio do recolhimento, do silêncio, da oração, da meditação, ou dos sonhos durante um sono calmo.

São muitos os relatos dos que, depois de orar com real recolhimento e, portanto, sintonizando com o mundo espiritual que nos guia, encontraram uma solução, ou, pelo menos, consolo e paz diante de uma dificuldade.

                         *   *   *

Lembremo-nos sempre desse auxílio que Deus deixa à nossa disposição, e que não nos falta nunca.

Tenhamos a certeza de que, se um dia nos sentimos sem recurso, isto não é verdade, pois nunca estamos realmente sós!


  

Redação do Momento Espírita.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Seu anjo sabe...

 

"Quando você está cansado e desencorajado

Por esforços que não deram frutos

Seu Anjo sabe o quanto você tentou..

Quando você chorou por longo tempo

Com o coração cheio de angústia

Ele contou suas lágrimas...

Se você sente que sua vida está perdida

E que muito tempo também se perdeu,

Ele está confortando você...

Quando você está solitário

E seus amigos estão muito ocupados

Para um simples telefonema,

Ele acompanha você..

Quando você sente que já tentou de tudo

E não sabe por onde recomeçar,

Ele tem a solução...

Quando nada mais faz sentido

E você se sente frustrado e deprimido,

Ele tenta lhe mostrar respostas...

Se de repente

Tudo lhe parece mais brilhante

E você percebe uma luz de esperança,

Nesse momento,

Ele soprou nos seus ouvidos...

Quando as coisas vão bem

E você tem muito para agradecer,

Ele está festejando com você..

Quando algo lhe traz muita alegria

E você se sente refortalecido,

Ele está sorrindo para você...

Quando você tem um propósito a cumprir E um sonho para seguir,

Ele abre seus olhos e o chama pelo nome...

Lembre-se de que onde você estiver

Seja na tristeza ou na felicidade,

Mesmo que ninguém mais saiba,

Seu Anjo sabe.."

(procurando o autor (a) )

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A CRUEL INDIFERENÇA

 

Basta um olhar nas grandes cidades e lá está o retrato da indiferença. Gente maltratada, infeliz, doente, paupérrima se esgueirando pelas ruas, estendendo as mãos, pedindo, suplicando.

Do interior dos carros, vidros fechados, refrescados pelo ar condicionado, perfumados e alimentados, olhamos essas cenas como se estivéssemos vendo um filme.

Alguns até reagem com uma certa irritação. Culpam o Governo, reclamam das diferenças sociais, chamam de vadios os andrajosos que olham para eles com ar cobiçoso ou infeliz.

Outros viram o rosto, enojados pelo espetáculo da miséria e do abandono.

E há os que se compadecem, mas têm medo de abrir a janela, de estender a mão, de sorrir.

Todos esses, invariavelmente, esquecem dos espetáculos da pobreza tão logo chegam em casa, ao escritório ou aos locais de lazer.

Nos restaurantes, quem lembra dos famintos? Diante dos pratos cheirosos e meticulosamente arrumados, quem haveria de recordar crianças esqueléticas, mães famélicas?

Nos cinemas, lágrimas nos vêm aos olhos diante de filmes que retratam a desigualdade social avassaladora, mas saímos de lá impassíveis diante do homem torturado que sofre ao nosso lado.

Que fizemos de nossa sensibilidade diante da dor alheia? Em que ponto de nossa vida a indiferença se instalou em nosso peito e, com mãos de gelo, nos segurou o coração?

Certamente que a caridade não exclui a prudência. E é claro que não devemos nos responsabilizar por todas as dores do Mundo.

Mas, reflitamos: Estaremos fazendo de fato tudo o que é possível?

No momento damos as sobras de nossa mesa, as roupas usadas, alguns poucos reais para uma instituição.

Tudo muito louvável.

Mas estaremos mesmo contribuindo para reduzir a desigualdade aterradora que se vê no Mundo?

Cada um de nós, no papel que desempenha, no ambiente profissional, pode contribuir, sim, para mudar esse estado de coisas.

Quem de nós vive tão isolado que não possa estimular alguém ao estudo, ao trabalho? Quem de nós, de excelente condição financeira, escolhe uma criança pobre e lhe dá a chance de estudar em boas escolas?

Quantas vezes temos a chance de mudar a vida de alguém desvalido e nos calamos, omitimos, encolhemos?

Para aquele que tem vontade real de contribuir, a vida oferecerá oportunidades ímpares de fazer a diferença.

Por isso, abra seu coração para o amor. Desde hoje, deixe que seus olhos contemplem o Mundo com muito mais bondade.

Procure ver em cada criatura sofrida um irmão que tateia, cego, em busca da mão amiga que lhe ofereça apoio e segurança.

A indiferença é a escuridão da alma. Acenda a candeia de um coração sensível e traga luminosidade para a sua vida e para a de seus companheiros de jornada.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Convite à palavra

 

Com fúria e raiva acuso o demagogo

eo seu capitalismo das palavras.

Pois é preciso saber que a palavra é sagrada

que de longe muito longe um povo a trouxe

e nela pôs sua alma confiada.

De longe muito longe desde o início

o homem soube de si pela palavra

e nomeou a pedra, a flor, a água

e tudo emergiu porque ele disse.

Com fúria e raiva acuso o demagogo

que se promove à sombra da palavra

e da palavra faz poder e jogo

e transforma as palavras em moeda

como se fez com o trigo e com a terra.

*   *   *


Instrumento valioso é a palavra, doação Divina para o elevado ministério do intercâmbio entre os homens.

Resultado de notáveis experiências, o homem nem sempre a utiliza devidamente, dominado pela leviandade.

Embora o ser humano, com raras exceções expiatórias, seja dotado do recurso vocálico, somente poucos dele se servem com a necessária sabedoria, de modo a construir esperanças, balsamizar dores e traçar rotas de segurança.

Fala-se muito por falar, matar-se o tempo.

A palavra, não poucas vezes, se converte em estilete da impiedade, em lâmina da maledicência, em bisturi da revolta e golpeia às cegas ao império das torpes paixões.

No entanto, pode modificar estruturas morais, partindo dos ensaios da tolerância às materializações do amor.

Semelhantes a gotas de luz, as boas palavras diluem conflitos, equacionam incógnitas, resolvem dificuldades.

Falando e lutando insistentemente, Demóstenes tornou-se o insigne orador e construtor de conceitos lapidares dos tempos antigos, vencendo a gagueira, qual Webster ante a timidez, nos tempos hodiernos, na América do Norte...

Falando, heróis e santos reformularam os alicerces da idiossincrasia ancestral, colocando alicerces para a era melhor.

Falando, não há muito, Hitler hipnotizou multidões enceguecidas que se atiraram sobre as nações inermes, transformando-as em ruínas, por onde passeavam as sombras dos sofrimentos humanos...

Guerras e planos de paz sofrem a poderosa força da palavra.

De tal forma é importante, que os modernos governantes do mundo, envidando esforços titânicos, modificaram as bases da diplomacia universal, visitando-se reciprocamente para conversar.

A palavra, todavia, deve partir das fontes do pensamento luarizado pelo Evangelho.

Há quem pronuncie palavras doces, com lábios tisnados de fel. Há quem sorria, embora chorando. Há aqueles que falam meigamente, cheios de ira e ódio...

Mas esses são enfermos em demorado processo de reajuste.

                            *   *   *

Desculpa a fragilidade alheia, lembrando-te das próprias fraquezas.

Evita censura. A maledicência começa na palavra do reproche inoportuno.

Se desejas educar, reparar erros, não os abordes estando o responsável ausente.

Toda palavra rude, como qualquer censura contumaz, faz-se hábito negativo que culmina por envilecer o caráter de quem com isso se compraz.

Enriquece o coração de amor e banha o cérebro com as luzes da misericórdia Divina e da sabedoria, a fim de que fales, e fales muito, o de que está cheio o coração.


Redação do Momento Espírita com citação do poema Com fúria e raiva, de
Sophia de Mello Breyner Andresen, da obra O nome das coisas e do cap. 35
do livro Convites da vida, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia
de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A CONSTANTE BUSCA

 

Corre o homem diariamente de um lado para outro.

Desde a aurora até bem depois do pôr do sol.

Passos apressados nas calçadas, cruzando ruas, olhando sempre o relógio.

Parece sempre atrasado, à procura de algo muito importante.

Nunca tem tempo para nada.

Está sempre em alerta, como se um único descuido seu fosse suficiente para arruinar para sempre a consecução de seus objetivos.

Mas, afinal, o que busca o homem na luta cotidiana da vida?

Para onde dirige seus passos?

O que espera ele encontrar?

Sabe, realmente, o que quer?

Seria por demais simplista dizer que a resposta para tais questionamentos seja: “a busca da felicidade”.

Pois, momentos de felicidade permeiam sua existência, mas são como sopros suaves de brisa que cessam sem aviso prévio e que passam rapidamente.

Fala-se tanto em felicidade, mas se sabe tão pouco a seu respeito.

Diz-se “estar feliz” quando tudo o que se deseja acontece.

Quando o amor é correspondido.

Quando o dinheiro é suficiente para garantir as compras tão sonhadas.

Quando o emprego almejado é obtido.

Quando um título é alcançado.

Quando tudo parece conspirar para satisfazer os mais íntimos desejos.

Nessas ocasiões, uma euforia ímpar toma conta do ser que sai pelas ruas estampando um sorriso largo na face.

Canta e sente uma vontade de erguer os braços aos céus gritando:

“Consegui! Venci!”.

Como se o mundo inteiro tivesse se curvado às suas necessidades e reconhecido seu valor como pessoa, a partir daquela oportunidade.

Mas isso é apenas uma ilusão.

A fragilidade daquela sensação fará com que sua duração seja efêmera e, por isso mesmo, por vezes, quase frustrante.

Por pouco, pouco mesmo, sorrisos abandonam rostos até então eufóricos.

O retorno à realidade pode decorrer da sensação de que a vida continua, não obstante aquela parcial vitória.

A luta continua.

Não pode o homem abandonar o combate porque novas provas vão se apresentar, novos obstáculos vão surgir.

Outra vez será necessário empenhar esforços para prosseguir na jornada.

Nessas horas, quando o homem percebe que suas conquistas não lhe garantem um bem-estar eterno, muitas vezes ele se entrega ao desânimo.

Tem a sensação de que caminha sempre em direção ao horizonte e que este, por mais que ande, distancia-se inelutavelmente dele.

Sempre há algo por fazer, por aprender, por conquistar.

Sempre.

Percebe-se o quão verdadeiro é o ensinamento de que “a felicidade não é deste mundo.”

                                * * *

O que busca você?

O que seria capaz de fazer estampar em seu rosto um sorriso sincero?

O que você acredita ser suficiente para fazê-lo feliz?

Não se iluda, no entanto, com as promessas enganosas do mundo.

Satisfações materiais não saciam por muito tempo o corpo, tão pouco a mente que deseja a paz.

Por outro lado, as virtudes adquiridas ao longo do tempo podem auxiliar concedendo equilíbrio e lucidez.

A consciência tranqüila e a franca sensação de dever cumprido permitem que se repouse a cabeça no travesseiro todas as noites.

São situações em que se pode desfrutar de felicidade, quando, então, ela pode ser efetivamente alcançável e duradoura, até mesmo neste mundo.


Equipe de Redação do Momento Espírita.

domingo, 18 de outubro de 2009

PASSAPORTE

 

Não são raras as declarações que ouvimos de algumas pessoas, que têm medo de morrer.

Não se trata apenas do receio de que algum ser amado morra, mas sim de elas próprias falecerem, abandonando em definitivo o corpo de que se valem nesta existência.

A morte é um processo natural em todos os níveis da vida física.

As plantas brotam, florescem, murcham e morrem.

Os animais nascem, desenvolvem-se, reproduzem-se e também morrem.

Os elementos químicos passam pelas mais diversas transformações, em virtude das mudanças de pressão e de temperatura, alterando seu estado inicial para outro, incessantemente.

Também nós, seres humanos, estamos sujeitos a essa espécie de transformação.

Sim, porque a morte nada mais é do que uma transformação.

Não é o fim.

É uma passagem para uma nova etapa.

Este corpo físico perecerá, como tantos outros dos quais já nos valemos em outras existências.

Mas nossa individualidade, nossa essência, essa jamais deixará de existir.

Somos espíritos imortais, criados por Deus, simples e ignorantes.

Nosso destino é a felicidade, a qual só poderá ser alcançada por meio do desenvolvimento e do crescimento, que são os frutos naturais de nossos estágios no corpo físico.

Não há lugar para o acaso na existência humana.

Deus não é um jogador de dados a distribuir alegria e tristeza, saúde e enfermidade, vida e morte, aleatoriamente.

Existem leis instituídas pelo Criador que disciplinam a evolução de suas criaturas, oferecendo-lhes experiências compatíveis com suas necessidades.

Uma delas é a da reencarnação, possibilitando-nos viver múltiplas existências na carne, tal qual alunos internados num educandário, periodicamente, para aprendizado específico.

O medo da morte decorre, em geral, da falta de informação.

Somente nos livraremos em definitivo de temores e de dúvidas quando nos ajustarmos às realidades espirituais.

Espíritos eternos, por ora encarcerados na matéria, não podemos esquecer que nossa morada definitiva situa-se no plano espiritual.

As dificuldades e limitações existentes, em mundos densos como a terra, funcionam como lixas necessárias a aparar nossas imperfeições mais grosseiras.

Nossa existência não é uma estação de férias que possa ser marcada pela indiferença e pela acomodação. 

Desenvolvamos a consciência de eternidade, reconhecendo que não somos meros aglomerados celulares dotados de inteligência, surgidos no berço e aniquilados no túmulo. 

Não. 

Já existíamos antes do berço e continuaremos a existir depois do túmulo.

Deixemos de lado as ilusões e busquemos os valores inalienáveis da virtude e do conhecimento, nosso passaporte para as moradas ditosas no infinito.

É difícil definir quando seremos convocados para o além.

A morte muitas vezes surpreende, ninguém sabe como e quando virá.

O ideal é estarmos sempre preparados, vivendo cada dia como se fosse o último, aproveitando o tempo que nos resta nessa existência, no esforço disciplinado e produtivo em favor da edificação humana. 

Mantenhamos nosso passaporte em dia, afinal, mais cedo ou mais tarde, ele nos será exigido pela nossa própria consciência, no momento da inevitável partida.


Equipe de Redação do Momento Espírita, com base nos capítulos
“Por que morrem as flores” e “Passaporte”, do livro
“Quem tem medo da morte?” De Richard Simonetti.

sábado, 17 de outubro de 2009

O SUCESSO

 

Os seres humanos, de modo geral, estão sempre muito preocupados em alcançar o sucesso.

O mundo convencionou que sucesso é o triunfo nos negócios, nas profissões, nas posições sociais, com destaque da personalidade, aplausos e honrarias.

Causam impacto as pessoas que desfilam no carro do poder. Despertam inveja a juventude elegante, a beleza física, os jogos do prazer imediato.

Produzem emoções fortes as conquistas dos lugares de relevo e projeção na política, na sociedade.

Inspiram mágoas aqueles que parecem triunfar na glória e êxito terrestres...

Esse sucesso, porém, é de efêmera duração.

Todos passam pelo rio do tempo e transformam-se.

Risos se convertem em lágrimas...

Primazias cedem lugar ao abandono...

Bajulações são substituídas pelo desprezo...

Beleza e juventude são alteradas pelos sinais da dor, do desgaste e do envelhecimento.

O indivíduo que luta pela projeção exterior, sofre solidão, vazio, frustrações e tédio. Aquele tido pela sociedade como uma pessoa de sucesso não é, necessariamente, uma pessoa feliz.

Todavia, muitos perseguem esse sucesso com sofreguidão, e para mantê-lo desgastam-se emocionalmente, inspiram ódios, guerras surdas ou declaradas, acumulam desgostos.

Todavia, há um outro sucesso efetivo e duradouro que os cristãos têm esquecido: é a vitória sobre si mesmo e sobre as paixões primitivas.

Dessa conquista ninguém toma conhecimento. Mas a pessoa que a busca, sente-se vencedora, por dominar-se a si mesma, alterando o temperamento, as emoções degradantes, e sente a paz como conseqüência.

O indivíduo que experimenta o sucesso interno torna-se gentil, afável, irradiando bondade, e conquista, em profundidade, àqueles que dele se acercam.

Quando, no entanto, é externo esse triunfo, a pessoa torna-se ruidosa, impondo preocupação para manter o status, chamar a atenção, atrair os refletores da fama.

O sucesso sobre si mesmo acentua a harmonia e aumenta a alegria do ser, que se candidata a contribuir em favor do grupo social mais equilibrado e feliz, levando o indivíduo a doar-se.

O sucesso de Júlio César, conquistador do mundo, entrando em Roma em carro dourado e sob aplausos da multidão, não o isentou do punhal de Brutus nas escadarias do Senado.

O sucesso de Nero, suas conquistas e vilezas, não o impediram da morte infamante a que se entregou desesperado.

O sucesso de Hitler, em batalhas cruéis nos campos da Europa e da África, não alterou a sua covardia moral, que o conduziu ao suicídio vergonhoso.

O sucesso, porém, de Gandhi, fê-lo enfrentar a morte proferindo o nome de Deus.

O sucesso de Pasteur auxiliou-o a aceitar a tuberculose com serenidade.

O sucesso dos mártires e dos santos, dos cientistas e pensadores, dos artistas e cidadãos que amaram, ofereceu-lhes resistência para suportarem as afrontas e crueldades com espírito de abnegação, de coragem e de fé.

                           Pense nisso!

Sem ficarmos alheios ao mundo, ou abandonarmos a luta do convívio social, busquemos o sucesso - a vida correta, os valores de manutenção do lar e da família, o brilho da inteligência, da arte e do amor - e descobriremos que, nessa boa luta, teremos tempo e motivo para o outro sucesso, o de natureza interior.


Texto da Equipe de Redação de Momento Espírita,

com base no cap. 15 do livro Desperte e seja feliz,

do Espírito Joanna de Ângelis,

psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

AOS QUASE SUICIDAS

 

Sim. É a dor fulminativa, a dor largamente suportada, aquela que se te acumulou no coração, qual represa de fogo e fel, e aquela outra que sempre temestes e que chegou, por fim, à maneira de tempestade, arrasando-te as forças. São elas, essas agonias indizíveis, para as quais os dicionários humanos não te fornecem palavras adequadas à necessária definição, que, muitas vezes, te fazem desejar a morte, antes do momento em que a morte aparece a cada criatura terrestre, à feição de anjo libertador.

Ainda assim, compreendendo-te os ápices de angústia, em nome de todos aqueles que te amam, aquém das fronteiras de cinza, dos quais te despediste na grande separação, rogamos-te paciência e coragem.

                                 ***

Ergue-te, acima dos escombros das próprias ilusões, e contempla os caminhos novos que a infinita Bondade de Deus te reserva.

                                 ***

Se amarguras te azedaram os sonhos, espera pelo tempo cujos filtros não funcionam debalde; se desenganos te buscaram, observa que ensinamentos te trazem; se dificuldades repontaram da estrada, estuda com elas qual a melhor solução aos teus problemas de paz e segurança; se provações surgiram, atribulando-te as horas, enumera as lições de que se façam portadoras, em teu benefício; se prejuízos te dilapidaram a existência, recorda que o trabalho nunca nos cerra as portas; e se alguém te deixou a alma vazia de afeição, pensa no amor infinito que sustenta o Universo, na certeza de que outras almas te virão ao encontro, abençoando-te o dom de amar e servir. Nunca esmoreças, ante as dificuldades que te surjam no caminho para a vanguarda.

                               ***

Quando estiveres a ponto de ceder à pior rendição de todas – aquela de recusar o dom da vida – detém-te a refletir em Deus que te criou para a Sabedoria e para o Amor, e Ele, cujo poder arranca a erva da semente sepultada no chão para o esplendor solar, te arrebatará igualmente a qualquer tribulação, a fim de que sobre paires, além de todos os fracassos e de todas as crises, de modo a que brilhes e avances para a frente, aprendendo e trabalhando, servindo e amando, em plenitude de vida imperecível.

EMMANUEL
(Mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier.
Do livro “Mais Perto” – edição GEEM.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Perseverar no bem

 

Conforme certa passagem do Evangelho, Jesus afirmou que, em decorrência da multiplicação da iniquidade, o amor de muitos esfriaria.

Mas Ele também disse que quem perseverasse até o fim seria salvo.

Com a sabedoria que Lhe é peculiar, Jesus apontou uma característica bastante comum no ser humano.

Quando alguém abraça um Ideal, espera que os outros dele compartilhem.

Em se tratando de valores saudáveis, essa esperança é nobre.

Apenas não pode se converter em fator de desestímulo, quando não se concretiza em breve tempo.

Afinal, o Messias também asseverou que quem quisesse ir após Ele deveria renunciar a si mesmo, tomar sua cruz e segui-Lo.

Ou seja, a mensagem de renovação é um convite, não uma imposição.

Cada qual é livre para se modificar desde já ou no curso dos milênios.

Como a evolução é um imperativo universal, ela sempre se processa.

Quando a criatura se empolga com a ideia de ser melhor, ela nada a favor da correnteza, por assim dizer.

Não necessita ser trabalhada por graves decepções, a fim de perceber o verdadeiro sentido do existir.

Assim, se você se sente tocado pelo desejo de melhorar, rejubile-se!

Esforce-se ao máximo em ser um fator de progresso onde quer que esteja.

No seio de sua família, seja um membro prestativo e generoso, sempre disposto a auxiliar e compreender.

No setor profissional, esforce-se para ser competente, leal e trabalhador.

Como cidadão, adote a honestidade como padrão de conduta.

Em qualquer situação, seja solidário.

Só não esmoreça se os outros não fizerem o mesmo.

É natural que uma pessoa digna espere conduta decente dos que a rodeiam.

Quanto mais se sofistica o padrão ético de alguém, mais ele sofre com as indignidades que presencia.

Mas urge compreender que sua morada natural é no plano espiritual.

Em essência, você é um Espírito.

Quando anima um corpo de carne, é com a finalidade de incorporar valores e auxiliar o progresso social.

No retorno à pátria espiritual, ficará entre os que lhe são semelhantes.

Se deseja boas companhias, trate de ser uma excelente pessoa.

Em realidade, você não pode impor mudanças aos outros.

Mas pode exemplificar a dignidade nos seus menores atos.

Tudo que se relaciona à vida material é transitório, inclusive as relações humanas que não se baseiam em profunda afinidade.

Entretanto, a dignidade espiritual que você conquista com vivências nobres o acompanhará para sempre.

Ela representa a sua salvação, o seu tesouro maior, que justifica todo esforço e perseverança.

Pense nisso.


Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O REINO A QUE VOCÊ PERTENCE

 

Conta-se que certa ocasião, um imperador alemão realizou uma visita a uma das mais afastadas províncias dos seus domínios.

Passando por uma pequena escola, situada à beira da estrada por onde passava, em uma zona rural, resolveu interromper a viagem e visitar os alunos.

Professores e crianças o receberam com emoção, respeito e acatamento.

No meio de tanto entusiasmo, houve quem improvisasse um discurso para saudar a ilustre personagem.

O imperador ficou surpreso e feliz com a recepção.

Percebendo que a classe era viva, inteligente e desinibida, sentiu-se muito à vontade entre os alunos.

Depois de os ouvir cantar, declamar, discursar, ele resolveu se divertir um pouco com eles.

Pediu a seu secretário que lhe trouxesse uma laranja e, mostrando-a aos meninos e meninas, perguntou:

“Qual de vocês é capaz de me responder a que reino pertence esta fruta que tenho na mão?”

“Ao reino vegetal.” – respondeu de imediato uma garota risonha, de olhos brilhantes e muito comunicativa.

“Surpreendente!” – disse o imperador.  E continuou:

“Já que você respondeu com tanta precisão, vou lhe fazer duas outras perguntas.  Espero que você responda correta e imediatamente.  Se me responder sem hesitar, eu lhe dou uma medalha como prêmio.  Aceita o desafio?”

“Aceito, sim senhor.” – falou prontamente a garota.

Então, colocando a mão no bolso de sua farda, tirou uma moeda e a mostrou à menina, indagando:

“E esta moeda – a que reino pertence?”

“Ao reino mineral.” – disse ela.

“E eu, a que reino pertenço?” Questionou o imperador.

Houve um rápido momento de silêncio. Os colegas se entreolharam. A garota apagou o sorriso alegre.

Ficou séria e constrangida. Ficou preocupada em ofender o imperador, dizendo que ele pertencia ao reino animal.

Mas, afinal, a resposta seria a correta. Contudo, pensava, poderia perder a medalha e até ser repreendida.

Então, de repente uma resposta lhe veio à mente. Seus olhos voltaram a brilhar, um sorriso iluminou a sua face e ela respondeu, alto e claro:

“O senhor pertence ao reino de Deus!”

A resposta da menina causou admiração entre os colegas, professora e toda a comitiva que acompanhava o imperador.

Foi, no entanto, o próprio imperador que mais se sentiu tocado pela afirmativa da garota.

Com voz embargada, entregou a medalha prometida e, emocionado, falou:

“Espero que eu seja digno desse reino, minha filha!”

Pense nisso!

Todos somos de Deus. Grandes e pequenos. Pobres e ricos. Saudáveis e enfermos.

Independente de cor, raça, nacionalidade, todos somos de Deus.

Todos fomos criados por Ele, mesmo que alguns afirmemos não acreditar que Ele exista.

Somos alimentados por seu amor, todos os dias. E todos alcançaremos, embora em momentos diferentes, o seu reino de paz, de justiça e amor.

Isso porque Deus ama a todos de igual maneira e oferece as mesmas chances de progresso e felicidade.

E pacientemente espera que aceitemos a sua oferta.

Todos somos de Deus.  Você, eu, a humanidade inteira!

Não esqueça disso e abra seu sorriso de esperança, renove as suas forças e prossiga no rumo da luz, abraçando o bem.


Equipe de Redação do Momento Espírita com base em história de autor desconhecido.
www.momento.com.br

terça-feira, 13 de outubro de 2009

MÃES E FILHOS

 

Pela Internet recebi outro dia uma carta assim:

“Sempre soube que ela era importante para mim.

Só não sabia o quanto ela era realmente valiosa e especial.

Sempre imaginei que se um dia ela me faltasse, eu sentiria sua falta.

Mas nunca calculei o que sua falta verdadeiramente representaria para mim.

Sempre me disseram que amor de mãe é algo diferente, sublime, quase divino.

Sempre me disseram tantas coisas a respeito desse relacionamento: mães e filhos.

Tanto disseram, mas foi pouco o que eu ouvi e entendi sobre isso.

Banalizei.

Não acreditei.

Até o dia em que ela se foi.

Era uma tarde de final de primavera.

O vento brando soprava e em minha casa não havia a mais leve suspeita da dor que se avizinhava.

De repente, a notícia.

Mas não poderia ser verdade.

Não, Deus não permitiria que as mães morressem.

Não assim.

Não a minha.

Engano meu.

Era verdade.

A verdade mais cruel e mais dura que meu coração precisou encarar, enfrentar, suportar.

Ela partiu sem me dizer adeus, sem me dar mais um abraço, mais um beijo, sem me pegar no colo pela última vez, sem me dizer como fazer para prosseguir só, dali para frente ...

Simplesmente partiu.

E uma ferida no meu peito se abriu.

Ferida que não cicatriza, que não sara, que não passa.

É a falta que ela me faz.

É minha tristeza por querer seu aconchego mais uma vez, seu consolo, sua orientação segura.

Querer seu cafuné antes do meu adormecer, sua voz antes do meu despertar.

Sua presença silenciosa em meus momentos de angústia, sua mão amiga a me amparar e confortar.

Querer outra vez ouvir seu sussurro baixinho me dizendo que tudo vai dar certo e que tudo vai acabar bem.

É uma saudade que aperta meu coração e me faz derramar lágrimas às escondidas.

É uma dor de arrependimento por todas as mal-criações que fiz, pelas palavras atravessadas e rudes que lhe disse.

Arrependimento porque agora sei que mãe é mesmo alguém muito especial e porque me dou conta de que os filhos só percebem isso muito tarde.

Tarde demais, como eu.” 

                            * * *

A morte é um afastamento temporário entre os seres que habitam planos diversos da vida.

Embora saibamos disso é compreensível a dor que atinge aqueles que se vêem afastados de seus amores pela ocorrência da morte.

Muitas vezes essa angústia decorre do arrependimento pelas condutas equivocadas que os feriram, ou que não demonstrar o verdadeiro afeto que sentíamos por aqueles que partiram.

Às vezes são as mães que partem, outras são os filhos, ou os pais, os amigos ...

E tantas coisas deixam de ser ditas, de ser feitas, de ser vividas... 

Pense nisso! 

A vida é marcada por acontecimentos inesperados que a transformam, muitas vezes, de modo irreversível.

Cuide de seus amores porque, embora eles sejam para sempre, poderão não estar sempre ao seu lado.


Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em carta de autoria desconhecida.

ESPORTES X FUTEBOL

O texto descrito abaixo, não foi extraído de nenhum compêndio ou livro de literatura nem tão pouco de comentários ventilados aleatoriamente por qualquer individuo ou grupo de pessoas. Trata somente de como penso e acredito que seja e se por ventura alguém não estiver de acordo com este pensamento que me perdoe e aqueles que não coadunem comigo também em formas e raciocínios que também possam me perdoar, mas, este é o meu ponto de vista, e talvez isto aconteça porque os que pensam diferentemente, ainda não se encontrem na mesma faixa de raciocínio, na qual encontro-me navegando em bom e excelente estado.

Fico imaginando como começou a pratica do esporte e o porquê? - Porém, cheguei a seguinte conclusão: O esporte deve ser um dos recursos que foi dado ao ser pensante para que, com sua prática constante ele adquirisse, habilidade, versatilidade e o “AUTO AMOR”.

Quando desejamos ardentemente algo, é evidentemente uma das formas da busca do “auto amor”, pois sentimos necessidade daquilo que estamos desejando, servindo para nos completar, pelo menos é o que rudimentarmente imaginamos, e o esporte é uma das formas de conquista pessoal, sendo que em certas modalidades, a finalidade maior é vencer o adversário.

Acredito, que no principio tudo tenha acontecido da seguinte forma: O homem pré-histórico para sobreviver, ainda, por absoluta ignorância, tinha que praticar a arte da caça e necessitava para isto, lutar contra o animal irracional, matando-o para obter o alimento necessário a sua sobrevivência, o que infelizmente ainda acontece. Talvez nos primórdios, tenha feito estas proezas somente com o uso dos braços e mãos, porque ainda não tivesse criado alguma espécie de utensílio para auxiliá-lo, havendo tempo depois, descoberto um meio de afinar uma lasca de pedra, fazendo desta uma rudimentar arma para o combate. De posse desta preciosa ferramenta, e para proteger-se, viu-se na obrigação de eliminar o seu semelhante quando este surgia ao seu redor, protegendo suas posses como também tudo aquilo que estivesse sobre sua tutela, que apesar das mudanças de roupagem, esta selvageria ainda persiste.

Com a prática constante e sistemática desta modalidade de agir, para manter sua sobrevivência, foi se tornando cada vez mais ágil nesta habilidade de abater o próximo, sentindo-se um vencedor, admirado pela sua capacidade e habilidade perante os demais, e, com o decorrer do tempo, era admirado por determinada tribo constituída por seus descendentes diretos e indiretos, desenvolvendo em torno de si uma comunidade, formando uma seleta coletividade. Era o herói! Sendo cada vez mais admirado, sentia cada vez mais ânsia em vencer. Transformara em o protetor e a sua presença era garantia de alimentos e mais proventos para a sobrevivência de todos.

Sendo ele possuidor deste dote, não foi difícil para os demais concorrentes, aparecerem com as mesmas habilidades, acontecendo cerradas disputas entre os campeões, nascendo daí os mais habilidosos, os ídolos.

Emergindo os ídolos, ao lado deles evidentemente havia aqueles que os admiravam, surgindo os torcedores ou sejam os admiradores em potencial, ou aqueles que se acham realizados com a vitória do outro.

Este tipo de habilidade foi crescendo, evoluindo até chegar nos grandes jogos da velha Roma, onde os Imperadores com seus séqüitos e a nata da sociedade romana de então, se divertiam e lambuzavam com a desgraça humana, pois covardemente, conduziam ao centro da arena, no famoso e famigerado circo coliseu, grande quantidade de prisioneiros para serem estraçalhados pelas feras, enquanto um público estupidamente ignorante, gritava e extasiava com cenas animalesca, pois loucamente enfurecida, sentia-se vitoriosa com a derrota de seu semelhante em trágica situação. E, por incrível que possa parecer, davam o nome desta carnificina de Jogos, os famosos jogos do circo coliseu.

Como tudo no mundo evolui, esta é a lei e ninguém pode mudar, os esportes ou jogos também evoluíram. Chegamos as lutas livres e ao imbecil boxe, onde, a sociedade capitalista, exibindo seus magnatas, comparecia e ainda comparecem, a estádios, para assistirem em um ringue dois seres se arrebentando em lutas ferozes para um nocautear o outro, sendo que em algumas vezes, chega até mesmo a matar o adversário, em troca de um punhado de dólares, enquanto a platéia imbecilizada aplaude esta carnificina homicida oficializada.

Continuando a marcha evolutiva, além dos esportes ou jogos acima narrados, encontramos também, o futebol, mais conhecido como o esporte das multidões. Multidão esta conhecida como torcedores: - alguns mais evoluídos, somente torcem para que o seu time tido como do “coração”, vença o adversário, outros ainda, em estado provisoriamente ignorante, curtindo uma letargia evolutiva, querem para satisfazer a sua reduzida capacidade mental, massacrar os adversários, acreditando que com esta postura hipócrita possam subir ao pedestal da superioridade, mas esquecem de que, quem verdadeiramente sobe, são os gladiadores de antigamente ou os atuais jogadores, e que eles nada fizeram, a não ser poluírem os ambientes onde se alojam, descarregando suas energias negativas e doentias sobre as mentes presentes, obscurecendo e transformando em campo de batalha um local que poderia ser de lazer e divertimento.

Este tipo de torcedor que considero um fracassado, sentido-se incapaz de se auto realizar, por frustrações que carrega consigo, acredita que será um vencedor as custas de um time de futebol, mas, sabe que intimamente é um derrotado, pois quando passa o estado de euforia, retorna a frustração ao qual está submetido, havendo a necessidade de uma nova vitória para se sentir vitorioso, funciona como uma muleta, o mesmo se dá com os viciados em tóxicos, álcool e outras drogas, pois sabemos que a euforia ainda é um estado imperfeito da alma, que necessita se auto encontrar e aprender a sobrepujar a si própria, pois somente será um vencedor quando vencer todas as suas imperfeições, superando suas deficiências, más inclinações, e, não se projetando nas vitórias e glórias de seus semelhantes.

GF. 29/11/08-GERALDO FONSECA-ladim44@yahoo.com.br

O que é um co-dependente?

É a pessoa que desenvolve relações baseadas em problemas. O foco está sempre no outro e o vínculo não é o amor ou a amizade, mas a doença, o poder, o controle.

No fundo o co-dependente acredita que pode mudar o outro. Seus relacionamentos são criados para transformar os outros.

A definição científica de co-dependência é:

NECESSIDADE IMPERIOSA EM CONTROLAR COISAS, PESSOAS, CIRCUNSTÂNCIAS/COMPORTAMENTOS NA EXPECTATIVA DE CONTROLAR SUAS PRÓPRIAS EMOÇÕES.

As perguntas abaixo servem para identificar possíveis padrões de co-dependência.

Somos conscientes que o auto-diagnóstico é um assunto muito sério e por sua vez pessoal. Esperamos que sejam-lhe úteis. São elas:

1. Você se sente responsável por outra pessoa? Seus sentimentos, pensamentos, necessidades, ações, escolhas, vontades, bem-estar e destino?

2. Você sente ansiedade, pena e culpa quando outras pessoas têm problemas?

3. Você se flagra constantemente dizendo sim quando quer dizer não?

4. Você vive tentando agradar aos outros ao invés de agradar a si mesmo?

5. Você vive tentando provar aos outros que é bom o suficiente? Você tem medo de errar?

6. Você vive buscando desesperadamente amor e aprovação? Você sente-se inadequado?

7. Você tolera abusos para não perder o amor de outras pessoas?

8. Você sente vergonha da sua própria vida?

9. Você tem tendência de repetir relacionamentos destrutivos?

10. Você se sente aprisionado em um relacionamento? Você tem medo de ficar só?

11. Você tem medo de expressar suas emoções de maneira aberta, honesta e apropriada?

12. Você acredita que se assim o fizer ninguém vai amá-lo?

13. O que você sente sobre mudar o seu comportamento? O que impede-lhe de mudar?

14. Você ignora os seus problemas ou finge que as circunstâncias não são tão ruins?

15. Você vive ajudando as pessoas a viverem? Acredita que elas não sabem viver sem você?

16. Tenta controlar eventos, situações e pessoas através da culpa, coação, ameaça, manipulação e conselhos assegurando assim que as coisas aconteçam da maneira que você acha correta?

17. Você procura manter-se ocupado para não entrar em contato com a sua realidade?

18. Você sente que precisa fazer alguma coisa para sentir-se aceito e amado pelos outros?

19. Você tem dificuldade de identificar o que sente?

20. Você tem medo de entrar em contato com seus sentimentos como raiva, solidão e vergonha?

O co-dependente vem de uma família com estrutura disfuncional, anormal. A síndrome da co-dependência fica mais visível quando o vício surge. Síndrome é um conjunto de sintomas, como por exemplo: baixa auto-estima; a dificuldade de colocação de limites; dificuldades em reconhecer e assumir a própria realidade; dificuldades de tomar conta de suas necessidades adultas; dificuldade de expressar suas emoções de forma moderada.

O co-dependente é a pessoa que deixa o comportamento de outra pessoa controlar o seu próprio e que fica obcecada em controlar o comportamento da outra pessoa.

Tudo começa com o fato de nos encontrarmos ligados (por amor, obrigação ou dever) a alguém muito complicado, doente física ou emocionalmente, que por conta desta doença se auto-destrói ou desiste de viver e precisa, aparentemente, de nosso apoio e cuidado constante.

A outra pessoa pode ser uma criança que nasceu com defeito físico, um adulto deprimido, uma esposa ou amante anoréxica, um irmão que não se saiu bem na vida, uma irmã que sempre se mete em encrencas e parece frágil para resolvê-las, um pai alcoólatra ou outro dependente de qualquer outra droga.

Enfim, o importante não é quem esta outra pessoa é, ou qual a doença ela tem. O núcleo da questão está em nós mesmos, na forma como deixamos que ela afete nosso comportamento e nas formas como tentamos influir no comportamento dela ou "ajudá-la".

Estamos falando de uma reação à autodestruição do outro que acaba nos destruindo. Tornamo-nos vítimas da doença alheia e, quanto mais nos esforçamos para fazer esta pessoa abandonar o vício ou mudar de postura diante da vida, menos ela melhora e mais arrasados ficamos.

Parece que nossa vida gira em torno dela, não mais agimos por vontade própria, mas sim reagimos à forma como o doente está; se está bem ficamos bem, fazemos planos, temos esperança; na hora em que ele(a) volta a beber ou deprimir, suspendamos o cinema, os projetos, nos sentimos uma porcaria.

Alguns cientistas consideram este comportamento de ajuda crônica ao outro, em si mesmo, uma doença emocional, grave e progressiva. Dizem até que o co-dependente quer e procura pessoas complicadas para se ligar, só podendo ser feliz desta forma. É o círculo vicioso do sofrimento.

O co-dependente desenvolve a fantasia de que é ele que tem que suprir a necessidade do outro, esquecendo-se totalmente de si.

A carreira profissional do co-dependente pode ser utilizada para que se proteja dos sentimentos doloridos (reuniões no escritório, congressos, jantares, prática de esportes, festas, encontros sociais, estudos). Tudo isto procurando o conforto do distanciamento dos conflitos interiores.

A co-dependência é um processo que envolve a pessoa em amarras emocionais tirânicas, que provocam muito sofrimento. Quando acontece algo doloroso, e o co-dependente diz a si mesmo que falhou, está na verdade dizendo que tem controle sobre aquele acontecimento.

Culpando-se, ele se prende à esperança de que será capaz de descobrir onde está o erro e corrigi-lo, controlando dessa forma a situação e fazendo o sofrimento cessar.

Todo co-dependente é indireto, não fala o que sente, e deseja desesperadamente que os outros adivinhem tais sentimentos e desejos, e fica ressentido quando eles não atendem suas expectativas. O co-dependente não diz o que deseja dizer, e nem deseja dizer o que diz.

Somos os autores de nossa própria doença.

A doença mental/emocional é uma doença emocional e espiritual. Espiritual no sentido de que somos doentes nos pensamentos, emoções, atitudes, crenças, modo de sentir, tudo, enfim, que leva o ser humano a agir da maneira que o faz.

São as nossas reações diante dos acontecimentos e não os acontecimentos em si mesmos, que determinam o nosso modo de sentir. (nossa interpretação dos acontecimentos e situações que resulta em saúde ou doença emocional).

Como recuperar-se? Não fuja da realidade, decida-se a olhar para onde as falhas realmente se encontram: dentro de nós mesmos. É nossa responsabilidade fazer alguma coisa a respeito. Culpa, censuras e críticas só atrapalham, descarte-as. Se for difícil, procure ajuda.

A escolha é sua.

As respostas estão dentro de você.

Fonte:

Tudo o que tem a fazer é analisar, ouvir e acreditar.

" O pessimista queixa-se dos ventos. "

" O otimista espera que eles mudem. "

" O realista ajusta as velas... "

( Autor Desconhecido )

CODA - Codependentes Anônimos

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O oceano seria menor

 

Aquele dia tinha tudo para ser mais uma jornada comum na vida de Santiago Gori, taxista argentino de 49 anos.

Ele pegou uma corrida de quatro quarteirões e deixou um casal de aposentados em seu destino, na cidade de La Plata, a 60km de Buenos Aires.

Mais uma corrida ruim – pensou ele. Em seguida, pegou outra passageira, que o avisou que havia uma mala no banco de trás.

Após deixá-la em seu destino, Santiago abriu a maleta, e viu um monte de dinheiro – mais precisamente, 130 mil pesos – o equivalente a uns 70 mil reais.

Paramos a narrativa aqui para refletir e perguntar: O que você faria no lugar do taxista? O que passaria em sua cabeça? Qual seria sua atitude?

                                           *   *   *

Vejamos como ele resolveu:

Santiago Gori, imediatamente, ao vislumbrar todo aquele dinheiro, pensou: Mas isso não é meu!

Seu próximo passo foi devolver a pequena fortuna aos verdadeiros donos, o casal que ele tinha transportado antes.

O casal, aliviado, em retribuição, concedeu apenas um Você é um santo!

Porém, a história não terminaria aí, e ficaria mais interessante.

Sensibilizados pela história de Santiago, dois publicitários criaram espontaneamente uma campanha em prol do taxista.

Pretendiam arrecadar exatamente a mesma quantia devolvida por ele.

A iniciativa foi um sucesso e Santiago, o taxista generoso, recebeu o equivalente a 130 mil pesos.

*   *   *

Vale a pena analisar o fato sob vários aspectos.

Primeiro, sem dúvida, a honestidade e generosidade do taxista. São pessoas assim que mantêm neste mundo a decência e a honradez.

Em segundo, a comoção que causou nas pessoas, a ponto de dois estranhos terem espontaneamente se envolvido numa proposta inusitada.

Destaca-se a generosidade dos dois publicitários, mas também a de cada um que, sabendo da história, resolveu dar sua contribuição.

Foram todas contribuições anônimas, que buscavam premiar a atitude nobre daquele homem.

Percebamos o potencial do bem neste mundo. Fala-se tanto do poder do mal, como ele arrasta e seduz os seres, mas se esquece de que o bem tem potência muito superior.

Se resolvêssemos, muitos de nós, investir no bem, em atos nobres, em campanhas, etc, perceberíamos quanto poderíamos transformar este mundo radicalmente.

Alguns já começaram. Levantaram suas bandeiras destemidas e desprendidas e trouxeram sua contribuição.

Anônimos do trabalho voluntário que se doam, sem alarde, sem exigir nada em troca. Doam-se, pois já têm dentro de si a bondade que os faz atuantes na comunidade onde vivem.

Anônimos de gestos nobres como este lembrado há pouco, que já têm dentro de si a naturalidade do bem.

Madre Teresa de Calcutá, um nobre exemplo de trabalhadora do bem, certa feita afirmou:

Sei que meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem ele o oceano seria menor.

Pensemos... Pensemos sobre nossas atitudes, sobre as gotas de amor que já podemos depositar sobre o oceano da vida.


Redação do Momento Espírita, inspirado em narração
da Revista Vida simples, de junho de 2009.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Palavras e ações

 

O filósofo americano Ralph Waldo Emerson tem uma frase interessante quando trata a respeito das relações humanas. Diz o seguinte: Quem você é fala tão alto, que não consigo ouvir o que você está dizendo.

Quantas vezes já pensamos a respeito disso? Quantas vezes já avaliamos o quanto nossas ações pesam no nosso cotidiano?

Muitas vezes, gostaríamos de ter um mundo mais justo, respeitoso. Discursamos de maneira eloquente, usando raciocínio lógico e perspicaz.

Doutras vezes exigimos do político, do chefe, do parente ações mais justas, posicionamento mais claro, atitude mais honesta.

Indignamo-nos perante as injustiças sociais, escrevemos para os jornais, mandamos correios eletrônicos a uma infinidade de contatos, a fim de expressar nossa opinião.

Tudo isso é muito justo e o correto exercício de cidadania cabe a cada um de nós de maneira impostergável.

Porém, já refletimos o quanto nossas palavras são efetivamente coerentes com nossas ações? Quanto de nosso discurso faz eco com nossos atos?

Ninguém tem o direito de exigir do outro aquilo que ainda não se esforça por oferecer.

Se você recebe um troco a mais no caixa da padaria, e não se incomoda em devolver o que não lhe pertence, é furto.

Se você não se incomoda em subornar o policial quando está sujeito a uma multa, está fomentando a corrupção.

E se você falsifica documentações e recibos, a fim de forjar sua declaração de renda, está incorrendo em crime contra o Estado.

Muito embora desejemos uma sociedade melhor, faz-se necessário uma análise do nosso proceder, a fim de que entendamos se nossas ações são coerentes com nosso discurso.

Quem furta pouco, no troco do supermercado, furtaria muito, se tivesse oportunidade. Assim, se você deseja políticos mais honestos, que a honestidade comece por você.

Quem suborna em uma aparentemente inocente multa, compraria consciências a qualquer preço, se assim tivesse condições.

Desta forma, se você anseia por relações sociais justas e direitos iguais para todos, comece por não exigir privilégios que não têm cabimento.

Quem não cumpre suas obrigações sociais, a partir da sua própria declaração de renda, não titubearia em forjar licitações, negociações ou desviar dinheiro público.

                                       *   *   *

Se você sonha com governantes e homens de negócios que passem ao largo de conchavos e formação de quadrilhas de paletó, comece por você.

Só teremos direito de exigir uma sociedade mais justa, a partir do momento em que nosso discurso se concretize em valores e ações.

Até lá, correremos o risco de estarmos como o filósofo previu: nossas ações falarão tão alto, que ninguém conseguirá escutar o que estamos dizendo.


Redação do Momento Espírita.