domingo, 30 de março de 2014

CORAGEM E OUSADIA


Era uma vez um riacho de águas cristalinas, muito bonito, que serpenteava entre as montanhas.
 
Em certo ponto de seu percurso, notou que à sua frente havia um pântano imundo, por onde deveria passar.
 
Olhou, então, para Deus e protestou:
 
Senhor, que castigo! Eu sou um riacho tão límpido, tão formoso, e o Senhor me obriga a atravessar um pântano sujo como este! Como faço agora?
 
Deus então lhe respondeu: Isso depende da sua maneira de encarar o pântano. Se ficar com medo, você vai diminuir o ritmo de seu curso, dará voltas e, inevitavelmente, acabará misturando suas águas com as do pântano, o que o tornará igual a ele.
 
Mas, se você o enfrentar com velocidade, com força, com decisão, suas águas se espalharão sobre ele. A umidade as transformará em gotas que formarão nuvens, e o vento levará essas nuvens em direção ao oceano.
 
Aí você se transformará em mar, realizando seu grande objetivo, seu grande sonho!
 
* * *
 
Assim é a vida, diz-nos esta singela passagem.
 
Na maioria das vezes, quando as pessoas ficam assustadas, paralisadas, pesadas, tornam-se tensas e perdem a rapidez e a força.
 
É preciso entrar para valer nos projetos da vida, até que o rio se transforme em mar.
 
Há milhares de tesouros guardados em lugares onde precisamos ir para os descobrir. Há tesouros guardados numa praia deserta, numa noite estrelada, numa viagem inesperada.
 
O mais importante é ir ao encontro deles, ainda que isso exija uma boa dose de coragem e desprendimento.
 
É certo que não precisamos procurar o sofrimento, mas se ele fizer parte da conquista, vamos enfrentá-lo e superá-lo.
 
Arrisquemos. Ousemos. Avancemos.
 
A vida é uma aventura gratificante para quem tem coragem.
 
Coragem de tentar ser melhor do que já se é.
 
Coragem de se aproximar das pessoas, abrir seu coração, e lhes pedir perdão.
 
Coragem de parecer covarde aos olhos do mundo, quando oferecermos a face do amor a quem nos oferecer a face da violência.
 
Coragem de assumir nossos erros perante os outros, dominando, enfim, o ego orgulhoso.
 
Coragem para declarar-se crente em Deus, adepto de uma filosofia, de uma religião discriminada por muitos.
 
Coragem de mostrar nossos sentimentos nobres, sem ter receio de parecer tolo. Coragem de dizer Eu te amo.
 
* * *
 
Somos riachos perenes que aguardam o momento de encontrar o mar sublime.
 
Cada passo que damos, cada obstáculo contornado, cada vitória conquistada, mostra-nos que estamos a cada dia mais perto de descobri-lo.
 
Há muito pela frente ainda, é certo, mas na medida em que avançamos, verificamos que tudo se torna cada vez mais fácil e mais possível de ser alcançado.
 
E nunca esqueçamos de que, nesta jornada, não estamos sozinhos. A pátria espiritual – nosso verdadeiro lar – através das preces de amigos queridos, envia-nos chuvas de tempos em tempos, que preenchem nossas águas, dando volume e força para continuar, sempre.
 
Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria ignorada

sábado, 29 de março de 2014

EM BUSCA DO AMOR


As pessoas ficam procurando o amor como solução para todos os seus problemas quando, na realidade, o amor é a recompensa por você ter resolvido os seus problemas.
 
Esta frase, de autoria do escritor americano Norman Mailer, inspirou a cronista Martha Medeiros a escrever as seguintes linhas:
 
Temos a mania de achar que o amor é algo que se busca. Buscamos o amor na internet, buscamos o amor na parada de ônibus.
 
Como um jogo de esconde-esconde, procuramos pelo amor que está oculto nas salas de aula, nas plateias dos teatros.
 
Agimos como se soubéssemos que certamente ele está por ali, como se pudéssemos sentir seu cheiro, precisando apenas descobri-lo e agarrá-lo o mais rápido possível, pois só o amor constrói, só o amor salva, só o amor traz felicidade. Mas será que é assim?
 
Há quem acredite que o amor é medicamento. Mas não é assim.
 
Se você está deprimido, histérico ou ansioso demais, o amor não se aproxima, e, caso o faça, vai frustrar sua expectativa.
 
O amor quer ser recebido com saúde e beleza, ele não suporta a ideia de ser ingerido de quatro em quatro horas, como um antibiótico para combater as bactérias da solidão e da falta de autoestima.
 
Certamente você já ouviu alguém dizer: “Quando eu menos esperava, quando eu havia desistido de procurar, o amor apareceu”. Claro! O amor não é bobo, quer ser bem tratado, por isso escolhe as pessoas que, antes de tudo, tratam bem a si mesmas.
 
O amor, ao contrário do que se pensa, não tem de vir antes de tudo. Antes de estabilizar a carreira profissional, antes de fazer amigos, de viajar pelo mundo, de iniciar um relacionamento, de casar, de ter filhos, de ajudar o próximo.
 
Ele não é uma garantia de que, a partir de seu surgimento, tudo o mais dará certo.
 
Queremos o amor como pré-requisito para o sucesso nos outros setores quando, na verdade, o amor espera primeiro você ser feliz para só então surgir, sem máscara e sem fantasia. É esta a condição.
 
Felizes são aqueles que aprendem a administrar seus conflitos, que aceitam suas oscilações de humor, que dão o melhor de si e não se autoflagelam por causa dos erros que cometem.
 
Felicidade é serenidade. Não tem nada a ver com piscinas, carros, viagens, e muito menos com príncipes e princesas encantadas.
 
As pessoas ficam procurando o amor como solução para todos os seus problemas, quando, na verdade, o amor é a recompensa por você ter resolvido seus problemas.
 
* * *
 
Este raciocínio inteligente demonstra que a felicidade, ou o amor, não estão lá fora, como coisas que precisamos encontrar, mas sim em estados d´alma que devemos conquistar.
 
Quando Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, indaga aos Espíritos sobre onde está a felicidade neste mundo, eles respondem dizendo que com relação à vida material, é a posse do necessário. Com relação à vida moral, está na consciência tranquila e na fé no futuro.
 
A consciência tranquila é uma conquista do homem de bem.
 
A fé no futuro é uma conquista da esperança no coração do homem.
 
Redação do Momento Espírita, com base em texto de Martha Medeiros e no item 922, de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB.

sexta-feira, 28 de março de 2014

A IMORTALIDADE


Quando se cogita de ensino religioso para crianças, admitem alguns que, em tenra idade, elas não entendem e que se estaria perdendo precioso tempo com tais questões.
 
Contudo, amiúde, elas nos dão mostras de que trazem na intimidade tais conceitos e que, quando se lhes fala das questões espirituais, entendem e muito bem, desde que, naturalmente, se lhes fale com simplicidade.
 
Determinado agente de saúde e professor, que trabalhou com crianças portadoras do vírus HIV, narra uma experiência muito curiosa.
 
Conta que um menino, de nome Tyler, nasceu infectado com esse vírus causador da AIDS, transmitido por sua mãe. Desde o início de sua vida dependeu de remédios para sobreviver.
 
Aos cinco anos, sofreu uma cirurgia para colocar um cateter numa veia de seu tórax, a fim de que a medicação fosse inserida na corrente sanguínea. O cateter se conectava a uma bomba que Tyler carregava numa mochila nas suas costas.
 
Algumas vezes, ele precisava também de oxigênio para ajudar na respiração. Mas nada disso o fazia abrir mão de um único minuto de sua infância.
 
Mesmo com a mochila às costas e arrastando o tanque de oxigênio em um carrinho, ele brincava e corria.
 
Todos se maravilhavam com sua alegria e com a energia que essa alegria lhe dava.
 
A mãe de Tyler o adorava mas, frequentemente, reclamava da agitação do filho. Dizia que ele era tão dinâmico que ela precisava vesti-lo de vermelho para poder localizá-lo rapidamente, entre as crianças que brincavam no pátio.
 
O tempo passou e a doença venceu o pequeno dínamo que era Tyler. Ele e a mãe ficaram mal e foram hospitalizados.
 
Quando ficou claro que o fim de sua vida física se aproximava, sua mãe conversou com ele sobre a morte. Ela o confortou, dizendo, entre outras tantas coisas, que ele ficasse calmo, pois breve os dois estariam juntos no céu.
 
Poucos dias antes de morrer, Tyler chamou o agente de saúde que o auxiliava em suas dificuldades, no hospital, e lhe pediu, quase em segredo:
 
Vou morrer logo, mas não estou com medo. Quando eu morrer, por favor, me ponha uma roupa vermelha.
 
E depois de uma pausa e ante o espanto de quem o ouvia, concluiu:
 
É que a mamãe prometeu me encontrar no céu. Como eu tenho certeza que vou estar brincando quando ela chegar lá, quero ter certeza de que ela poderá me achar.
 
Ele não somente tinha a certeza de que sobreviveria à morte, como até fazia planos do que faria nessa vida abundante para a qual se dirigia.
 
* * *
 
Recordar aos pequenos que reiniciam sua jornada terrena a sua destinação gloriosa de seres imortais, é tarefa que não nos cabe esquecer ou deixar para mais tarde.
 
Podemos prover apólices de seguro e herança de muitos bens para os nossos filhos, mas, com certeza, o melhor legado que lhes podemos deixar é o da certeza imortalista.
 
A transitoriedade da vida física será melhor entendida e assim, a infância será aproveitada como o período róseo de folguedos, a juventude como a fase dos grandes sonhos e a madureza como a fase da concretização dos ideais acalentados. Tudo como um intenso preparo para a vida verdadeira e imortal de além túmulo, o destino final.
 
Redação do Momento Espírita, com base no texto Por favor, me ponham uma roupa vermelha, de Cindy Dee Holnus, do livro Histórias para aquecer o coração, v. 2, de Jack Canfield e Mark Victor Hansen, ed. Sextante.

quarta-feira, 26 de março de 2014

A COR DO MUNDO


O ancião descansava, sentado em velho banco à sombra de uma árvore, quando foi abordado pelo motorista de um automóvel que estacionou a seu lado:
 
Bom dia!
 
Bom dia! Respondeu o ancião.
 
O senhor mora aqui?
 
Sim, há muitos anos...
 
Venho de mudança e gostaria de saber como é o povo daqui. Como o senhor vive aqui há tanto tempo deve conhecê-lo muito bem.
 
É verdade, falou o ancião. Mas, por favor, me fale antes da cidade de onde vem.
 
Ah! É ótima. Maravilhosa! Gente boa, fraterna... Fiz lá muitos amigos. Só a deixei por imperativos da profissão.
 
Pois bem, meu filho. Esta cidade é exatamente igual. Vai gostar daqui.
 
O forasteiro agradeceu e partiu.
 
Minutos depois apareceu outro motorista e também se dirigiu ao ancião:
 
Estou chegando para morar aqui. O que me diz do lugar?
 
O ancião, lançou-lhe a mesma pergunta:
 
Como é a cidade de onde vem?
 
Horrível! Povo orgulhoso, cheio de preconceitos, arrogante! Não fiz um único amigo naquele lugar horroroso!
 
Sinto muito, meu filho, pois aqui você encontrará o mesmo ambiente...
 
*   *   *
 
Todos vemos no mundo e nas pessoas algo do que somos, do que pensamos, de nossa maneira de ser.
 
Se somos nervosos, agressivos ou pessimistas, veremos tudo pela ótica de nossas tendências, imaginando conviver com gente assim.
 
Em outras palavras, o mundo tem a cor que lhe damos através das nossas lentes.
 
Se nossas lentes estão escurecidas pelo pessimismo, tudo à nossa volta nos parecerá escuro. Tudo, para nós, parecerá constantemente envolto em trevas.
 
Se nossas lentes estão turvadas pelo desânimo, o Universo que nos rodeia se apresenta desesperador.
 
Mas, se ao contrário, nossas lentes estão clarificadas pelo otimismo, sentiremos que em todas as situações há aspectos positivos.
 
Se o entusiasmo é o detergente das nossas lentes, perceberemos a vida em variados matizes de luzes e cores.
 
A cor do mundo, portanto, depende da nossa ótica. O exterior estará sempre refletindo o que levamos no interior.
 
* * *
 
O otimismo é gerador de adrenalina emocional, que estimula o sangue, impulsionando ao avanço, à alegria. Cultivando-o nos sentimentos adquirimos visão para perceber o lado bom da vida que nos rodeia.
 
Nos céus dos que vivem com otimismo e confiança em Deus, sempre haverá andorinhas bailando no ar prenunciando gloriosas primaveras.
 
Redação do Momento Espírita com base no cap. A cor do mundo, do livro Uma razão para viver, de Richard Simonetti, ed. Cac e no cap.Perfil do otimismo, do livro Perfis da vida, pelo Espírito Guaracy Paraná Vieira, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Alvorada.

terça-feira, 25 de março de 2014

A DOR E O TEMPO


As coisas naturais são constantes lições de paciência ao nosso redor. Tudo no mundo nos ensina duas lições fundamentais: a da evolução e a da imortalidade. Porque tudo se desenvolve em direção ao futuro e tudo morre para renascer. A ciência reconhece que nada se perde, tudo se transforma. A filosofia, mesmo em suas correntes mais atuais e mais negativas, reconhece a evolução geral e admite que o homem é um projeto, ou seja, uma flecha que atravessa a existência em direção a um alvo superior.
 
Se nos recusamos a entender as lições que nos rodeiam e as que brotam do fundo de nós mesmos, é porque, segundo explica a questão 738 de O Livro dos Espíritos: “Durante a vida o homem relaciona tudo ao seu corpo.” Mas, diz a mesma questão: “após a morte pensa de outra maneira”. Apegados ao corpo, limitados pelas percepções físicas, avaliamos a dor pela medida do tempo. Entretanto, os espíritos nos lembram, nessa mesma questão: “Um século do vosso mundo é um relâmpago na eternidade.”
 
Jesus nos ensinou, por isso, o desapego, advertindo: “Quem se apega à sua vida perdê-la-á”. Maria Dolores se comunica em poesia para nos tocar ao mesmo tempo o sentimento e a razão. É a mesma técnica usada por Jesus nas parábolas e na poesia do 'sermão do monte'. A didática moderna confirma a eficiência desse método que nos relaciona com as cosias naturais, que se serve do estímulo do ambiente, da lição das coisas concretas para nos levar à compreensão do sentido da vida.
 
A dor, ensinou Léon Denis, discípulo e sucessor de Kardec, é uma lei de equilíbrio e educação. A psicologia moderna comprova que aprendemos através de tentativas frustradas, de ensaios sucessivos. É por meio dos erros que chegamos ao acerto.
 
A sabedoria popular nos diz: “O que arde cura, o que aperta segura.” As pessoas inquietas perguntam porque há de ser assim, porque Deus não nos criou perfeitos e bons. Mas Rousseau já ensinava que tudo sai perfeito das mãos do Criador. A perfeição inclui também o livre-arbítrio, pois só através dele chegamos à consciência plena.
 
A dor de um minuto nos desperta para a felicidade sem limites, como a ventania de um instante limpa a atmosfera por muitos dias.
Irmão Saulo

segunda-feira, 24 de março de 2014

Prece de André Luiz


Senhor, Sejam para o teu coração misericordioso todas as nossas alegrias, esperanças e aspirações!

Ensina-nos a executar teus propósitos desconhecidos, abre-nos as portas de ouro das oportunidades do serviço e ajuda-nos a compreender a tua vontade!...

Seja o nosso trabalho a oficina sagrada de bênçãos infinitas, converte-nos as dificuldades em estímulos santos, transforma os obstáculos da senda em renovadas lições...

Em teu nome, semearemos o bem onde surjam espinhos do mal, acenderemos tua luz onde a treva demore, verteremos o bálsamo do teu amor onde corra o pranto do sofrimento,

Proclamaremos tua bênção onde haja condenações, desfraldaremos tua bandeira de paz junto às guerras do ódio!

Senhor, Dá que possamos servir-te com a fidelidade com que nos amas, e perdoa nossas fragilidades e vacilações na execução de tua obra.

Fortifica-nos o coração para que o passado não nos perturbe e o futuro não nos inquiete, a fim de que possamos honrar-te a confiança no dia de hoje, que nos deste para a renovação permanente até à vitória final.

Somos tutelados na Terra, confundidos na lembrança de erros milenares, mas queremos, agora, com todas as forças d’alma, nossa libertação em teu amor para sempre!

Arranca-nos do coração as raízes do mal, lLiberta-nos dos desejos inferiores, dissipa as sombras que nos obscurecem a visão de teu plano divino

E ampara-nos para que sejamos servos leais de tua infinita sabedoria!

Dá-nos o equilíbrio de tua lei, apaga o incêndio das paixões que, por vezes, Irrompe, ainda, no âmago de nossos sentimentos, ameaçando-nos a construção da espiritualidade superior conserva-nos em tua inspiração redentora, no ilimitado amor que nos reservaste e que, integrados no teu trabalho de aperfeiçoamento incessante, possamos atender-te os sublimes desígnios, em todos os momentos, convertendo-nos em servidores fiéis de tua luz, para sempre!

Assim seja.




Livro: Missionários da Luz - Chico Xavier pelo Espírito André Luiz

sexta-feira, 21 de março de 2014

PLANTAS E ALMAS


       As almas, no fundo, são semelhantes às plantas no campo imenso da vida.
       Reparo, desse modo, o que produzes.
-x-
       Corações isolados na sensibilidade egoística, receando dissabores no relacionamento com o próximo, parecem cardos amargosos na terra seca.
                                                     -x-
       Verbos maledicentes que encontram motivo para a crítica destruidora, nos menores acontecimentos de cada dia, simbolizam a urtiga brava, sempre disposta a ferir.
                                                     -x-
       Inteligências ruidosas na reiterada exposição de nobres ideais que nunca realizam, lembram arbustos ricos de folhagem, que jamais se confiam à frutescência.
                                                    -x-
Companheiros ociosos e entendiados da luta humana, em fuga das elevadas obrigações que o mundo lhes assinala oferecem pontos de contato com o cipó absorvente que, enlaçado a outras plantas, lhes suga a vitalidade e lhes furta a existência.
                                                  -x-
       Almas em sofrimento constante que sabem cultivar a fé e a esperança, ofertando a quem passa os melhores testemunhos de amor e coragem são roseiras abençoadas, produzindo flores de paz e alegria, sobre os espinheiros terrestres.
                                                  -x-
       Espíritos generosos e amigos, que buscam a intimidade com a luz da compreensão e do serviço, apresentam similaridade com as copas opulentas, sempre habilitadas a socorrer quem lhe procura o regaço acolhedor, com a sombra refrigerante ou com o fruto nutriente.
                                                 -x-
       Irmãos prestimosos parecem valiosas plantas medicinais, cuja essência consegue curar inquietações e feridas.
                                                   -x-
       Espíritos benevolentes e sábios, no apoio incessante à Humanidade, surgem por troncos veneráveis, de que o homem retira a madeira de lei, para o lar que lhe serve de berço e templo, escola e moradia.
                                                     -x-
       Observa o que fazes.
       Por tuas demonstrações e exemplos no recanto em que o Senhor te situou, o mundo conhecer-te-á, de perto, e abençoará ou corrigirá tua vida.



(De “Indulgência”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

quinta-feira, 20 de março de 2014

CONSIDERANDO A CORAGEM


Dos escombros dos teus ideais arruinados, funde a couraça da coragem e veste-a, a fim de prosseguires na luta.
O cristão não deve desanimar jamais, buscando apoio na coragem, que não se pode confundir com impetuosidade nem presunção.
A calma diante do infortúnio, a resignação perante o insucesso, a confiança à hora do testemunho são expressões de coragem.
Coragem é o ânimo robusto que a certeza de êxito oferece à criatura em suas realizações.
Gandhi, na sua luta de amor pelos direitos de seus irmãos à liberdade, é exemplo de coragem.
Francisco de Assis, amando o Cristo, teve a coragem de renunciar às comodidades e legou-nos um dos mais notáveis exemplos de amor.
Abandonado e traído, negado e no desprezo de quase todos os amigos, Jesus teve a coragem de perdoar-nos e prosseguir amando-nos até hoje, sem cogitar de nossas imperfeições.
Tem coragem de reconhecer tua deficiência, levanta do erro e prossegue em tua tarefa, por menor que te pareça, e alcançarás a paz.

     


        Joanna de Ângelis / Médium Divaldo Franco - Livro: Otimismo - Ed. LEAL

quarta-feira, 19 de março de 2014

Divina fé


       Vejamos como se comportava Jesus no trato da fé que lhe abrasava o coração, a fim de que não nos falte entendimento no cultivo da sublime virtude.
        Anjo entre os Anjos, não desdenha descer ao convívio dos homens, mais para padecer-lhes a brutalidade do que para engalanar-se, de pronto, com os louros da simpatia que lhe pudessem ofertar.
       E entre os homens, ninguém lhe surpreende o mínimo gesto de intolerância, à frente dos problemas que se lhe impõem à bandeira de redenção.
        Não exige que os outros lhe adotem a cartilha de confiança.
       Não perde tempo em controvérsias da essência e atributos da Natureza de Deus.
       Não se converte em suposto advogado do Criador para maldizer ou ferir as criaturas enrijecidas na delinquência.
        Não indaga quanto à convicção religiosa daqueles que lhe pedem assistência e consolo.
       Não preceitua condições deste ou daquele teor, em matéria de crença para que se administre a luz do Evangelho.
       Não se arvora em profeta da destruição e do pessimismo, conjugando revelação e perturbação, conhecimento e terror no ânimo dos ouvintes.
       Não solicita vantagens particulares, auxiliando sempre, sem cogitar de auxílio a si mesmo.
       Não promove ligações com os príncipes e sacerdotes do mundo para prestigiar os princípios de amor dos quais se tornara intérprete.
        Não recusa sofrer agravos e insultos, calúnia e prisão por parte daqueles a quem confiara o tesouro das esperanças mais puras, a pretexto de garantir-se na posição de Medianeiro Celeste.
       E, por último, não recorre nem mesmo à proteção da justiça humana, para exonerar-se da cruz em que desfalece, entre a serenidade e o perdão, em plenitude de obediência.
       Observemos a fé em Jesus e a fé em nós, a fim de exercitarmos, em nossas necessidades de evolução, o esquecimento de nossos obscuros caprichos e a aceitação da sábia Vontade de Nosso Pai.



(De “Confia e Segue”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emanuel)


terça-feira, 18 de março de 2014

Calma


Justo lembrar: a voz humana está carregada de vibrações.
Esforça-te por evitar os gritos intempestivos e inoportunos.
Uma exclamação tonitruante equivale a uma pedrada mental.
Se alguém te dirige a palavra em tom muito alto, faze-lhe o obséquio de responder em tom mais baixo.
Os nervos dos outros são iguais aos teus: Desequilibram-se facilmente.
Discussão sem proveito é desperdício de forças.
Não te digas sofrendo esgotamento e fadiga para poder lançar frases tempestuosas e ofensivas;
Aqueles que se encontram realmente cansados procuram repouso e silêncio.
Se te sentes à beira da irritação estás doente e o doente exige remédio.
Barulho verbal apenas complica.
Pensa nisso: a tua voz é o teu retrato sonoro.



EMMANUEL (Do livro "Calma", F.C. Xavier)

segunda-feira, 17 de março de 2014

DE ÂNIMO FIRME


É possível estejas descobrindo o inesperado.
Construções que suponhas de ouro acabaram em resíduos de pedra.
Promessas acalentadas por muitos anos parecem-te agora rematadas mentiras.
Afetos julgados invulneráveis abandonaram-te o passo quando mais necessitavas de apoio.
Surpreendestes a incompreensão nos companheiros mais nobres e colheste amargos problemas nos próprios filhos.
Ruíram aspirações como vasos quebrados.
Sonhos desfizeram-se, de improviso, como se ventania te devastasse a existência.
Apesar de tudo, porém, renova-te, a cada instante, e caminha apoiando-te na fé viva.
Aflição de hoje, compromisso de ontem.
Merecimento de agora, crédito de amanhã.
Banha tuas energias nas correntes do amor, que compreende e edifica sempre.
Aplica-te ao trabalho, que aprimora e sublima.
Assim, ao retornar para a Luz Espiritual, terás em ti a flama da alegria, ressurgindo do sofrimento, como a glória solar renasce das trevas.


Emmanuel / Médium Chico Xavier - Do livro “Justiça Divina”  – Ed. FEB

domingo, 16 de março de 2014

PREÇO DA MELHORA


Tudo tem um preço, no comércio e no convívio com a própria vida.
Se queremos subir, certamente haverá de aparecer o esforço.
O conhecimento da verdade requer trabalho, operação em todos os sentidos.
No campo íntimo, o exercício é mais difícil no que tange à felicidade, e se o que se faz por dentro reflete o que vai por fora, é necessário que tenhamos boa vontade nessa caridade, de aproveitamento.
Se queres avançar na grandeza divina, se estás preparado, passa a esforçar-te no campo da mente e da alegria, e que essa alegria cresça, dando segurança para quem se esforçar.
Compreendemos que Deus deu início à vida gerando esforços e criando-a, e essa vida carrega consigo a força de co-criar a sua própria felicidade.
Não deixes para amanhã o que podes começar hoje mesmo.
Esforça-te todos os dias, conquistando o bem-estar na paz, no entendimento, no amor, no perdão e assim, sucessivamente, porque quem já tem paz no coração conquistou-a pelo preço do trabalho na luz de Deus, refletida no Cristo. Jesus veio nos ensinar os meios, senão todos os métodos, de compreender a nós mesmos e entender as leis naturais do Criador.

De “Páginas Esparsas 2”, de João Nunes Maia, pelo Espírito Bezerra de Menezes


sábado, 15 de março de 2014

CRISES E VOCÊ



Justificando suas aflições, você relaciona as crises que enxameiam o mundo:
       Crise na balança do comércio mundial;

       Crise nos negócios, que sofrem ágios altos;

       Crise na saúde, que se decompõe por uso de drogas, agressões e permissividades;

       Crise de trabalho, com o desemprego de milhões de cidadãos;

       Crise ambiental, em virtude da poluição;

       Crise de confiança, por falta de ética de fraternidade entre os homens;

       Crise de amor, enxovalhado pelas explosões da sensualidade.

Há crise, mas você pode modificar a paisagem que lhe parece anárquica:

       Não acuse o caído - levante-o;

       Não exceda dos seus direitos - cumpra com os seus deveres;

       Não semeie pessimismo - difunda ânimo.

Para sair da crise íntima, inicie um projeto dignificante em seu favor, seguindo a regra do apóstolo Paulo: “deteste o mal e apegue-se ao bem”, sempre e invariavelmente.



Marco Prisco / Médium Divaldo Franco - Livro: Sementes de Vida Eterna - Ed. LEAL

sexta-feira, 14 de março de 2014

CONVITE À PRUDÊNCIA


A prudência é atitude de sabedoria.
Prudência no falar, no agir e no pensar.
Ao falar, o homem perde o domínio da palavra.
Falar com prudência leva-o a atitude refletida.
Já a palavra precipitada pode lavrar incêndio, provocar conflito ou desarticular programas úteis.
A palavra não pronunciada é patrimônio precioso que o homem pode utilizar no momento justo.
A palavra falada pode converter-se em chicote que volta e pune o irresponsável que a libera.
Antes de agir, o homem detém os valores que pode utilizar; depois, colhe os resultados do ato.
Agir com ponderação.
Pensar com prudência.
A palavra que fere conduz à posição exaltada, impedindo a perfeita ordenação mental, o que pode levar a resultados danosos.
Pensar-refletindo predispõe a ouvir e cria o hábito de ponderar com acerto sobre os verdadeiros problemas da vida.
Com prudência, Jesus pensou, falou e agiu.
Devagar, surge um reino de paz e esperança para a humanidade.



Joanna de Ângelis / Médium Divaldo Franco - Livro: Convites da Vida - Ed. EDIOURO

quinta-feira, 13 de março de 2014

PATRIOTISMO


Patriotismo é definido como o amor à pátria, qualidade de patriota, que é a pessoa que ama a pátria e procura servi-la.
 
Quase sempre, quando o vocábulo é dito, se pensa nos heróis, que deram a sua vida em campos de batalha. Na história dos países, são recordados aqueles que lutaram pela liberdade, os que deram o sangue por direitos dos cidadãos, os que defenderam a honra da pátria, em grandes feitos.
 
A História lhes registra os nomes e apregoa os atos. Os considerados grandes patriotas têm seus nomes assinalados no panteão dos heróis.
 
Recordamos que o grande compositor Giuseppe Verdi, que viveu os dias de uma Itália oprimida, se serviu da sua música para insuflar o veio patriótico em um povo que parecia adormecido.
 
Sua ópera Nabuco, que narrava a escravidão do povo judeu e sua libertação, levantou os brios nacionais de tal forma, com o extraordinário Vá pensiero, que esse passou a ser cantado pelo povo como símbolo de uma liberdade a ser buscada.
 
Verdi, mesmo sob a censura severa que sofreu, continuou, servindo-se da sua arte, a gritar pela liberdade, a lembrar aos seus irmãos a riqueza e a honra de ser livre.
 
A ópera A Batalha de Legnano lembrou aos italianos a que fora travada contra os germanos do norte, em 1176; Os lombardos na Primeira Cruzada surgiu como incentivo à luta contra a ocupação dos austríacos, em toda a parte lombarda da Itália.
 
A ópera Joana d’Arc lembrava aos italianos a luta dos franceses contra a ocupação inglesa no século XV.
 
O compositor e maestro, em 1861, foi eleito deputado de uma Itália que ressurgia, unificada, no cenário político europeu.
 
Contudo, pensamos: e cada um de nós, cidadão comum, sem grandes dotes artísticos, ou de oratória, sem uma luta armada para demonstrar o seu brio, como pode manifestar seu patriotismo?
 
Recordamos que, se os grandes heróis promovem os grandes feitos, são os cidadãos, a cada dia, que mantêm a nação.
 
Quando uma mulher gera um filho, contribui para o engrandecimento do país; quando os pais educam suas crianças, estão fornecendo matéria prima burilada para os alicerces da nação.
 
Patriotas podemos e devemos ser, a cada dia, todos os dias. Cumprindo os deveres ditados pela Constituição Federal, sendo homens e mulheres honestos, corretos e fraternos.
 
Quando mantemos a limpeza da calçada em frente à nossa residência, quando auxiliamos a preservar a grama dos jardins públicos, quando não colhemos nenhuma flor dos vasos que embelezam as ruas, estamos sendo patriotas.
 
Estamos servindo ao nosso país. Quando, com nossa ação diária, de trabalhador consciente, nos dispomos a ganhar o pão honrado de cada dia, somos patriotas.
 
Estamos contribuindo para a massa nacional de homens conscientes e honestos.
 
Quando colaboramos nas campanhas de reciclagem do lixo, de economia d’água e energia elétrica; quando respeitamos as leis e pagamos impostos; quando elegemos nossos representantes de forma consciente, somos patriotas.
 
E podemos, com orgulho, olhar para o Pavilhão Nacional e cantar com todo vigor: Salve, lindo pendão da esperança; salve, símbolo augusto da paz...
 
Redação do Momento Espírita.