As estradas
que nos levam à felicidade fazem parte de um método gradual de crescimento
íntimo cuja prática só pode ser exercitada pausadamente, pois a verdadeira
fórmula da felicidade é a realização de um constante trabalho interior.
Ser feliz
não é uma questão de circunstância, de estarmos sozinhos ou acompanhados pelos
outros, porém de uma atitude comportamental em face das tarefas que viemos
desempenhar na Terra.
Nosso
principal objetivo é progredir espiritualmente e, ao mesmo tempo, tomar
consciência de que os momentos felizes ou infelizes de nossa vida são o
resultado direto de atitudes distorcidas ou não, vivenciadas ao longo do nosso
caminho.
No entanto,
por acreditarmos que cabe unicamente a nós a responsabilidade pela felicidade
dos outros, acabamos nos esquecendo de nós mesmos.
Como
consequência, não administramos, não dirigimos e não conduzimos nossos próprios
passos.
Tomamos
como jugo deveres que não são nossos e assumimos compromissos que pertencem ao
livre-arbítrio dos outros.
O nosso
erro começa quando zelamos pelas outras pessoas e as protegemos, deixando de
segurar as rédeas de nossas decisões e de nossos caminhos.
Construímos
castelos no ar, sonhamos e sonhamos irrealidades, convertemos em mito a verdade
e, por entre ilusões românticas, investimos toda a nossa felicidade em
relacionamentos cheios de expectativas coloridas, condenando-nos sempre a
decepções crônicas.
Ninguém
pode nos fazer felizes ou infelizes, somente nós mesmos é que regemos o nosso
destino. Assim sendo, sucessos ou fracassos são subprodutos de nossas atitudes
construtivas ou destrutivas.
A
destinação do ser humano é ser feliz, pois todos fomos criados para desfrutar a
felicidade como efetivo patrimônio e direito natural.
O ser
psicológico está fadado a uma realização de plena alegria, mas por enquanto a
completa satisfação é de poucos, ou seja, somente daqueles que já descobriram
que não é necessário compreender como os outros percebem a vida, mas sim como
nós a percebemos, conscientizando-nos de que cada criatura tem uma maneira
única de ser feliz.
Para sentir
as primeiras ondas do gosto de viver, basta aceitar que cada ser humano tem um
ponto de vista que é válido, conforme sua idade espiritual.
Para ser
feliz, basta entender que a felicidade dos outros é também a nossa felicidade,
porque todos somos filhos de Deus, estamos todos sob a Proteção Divina e
formamos um único rebanho, do qual, conforme as afirmações evangélicas, nenhuma
ovelha se perderá.
É sempre
fácil demais culparmos um cônjuge, um amigo ou uma situação pela insatisfação de nossa alma,
porque pensamos que, se os outros se comportassem de acordo com nossos planos e
objetivos, tudo seria invariavelmente perfeito.
Esquecemos,
porém, que o controle absoluto sobre as criaturas não nos é vantajoso e nem
mesmo possível.
A
felicidade dispensa rótulos, e nosso mundo seria mais repleto de momentos
agradáveis se olhássemos as pessoas sem limitações preconceituosas, se a nossa
forma de pensar ocorresse de modo independente e se avaliássemos cada indivíduo
como uma pessoa singular e distinta. Nossa felicidade baseia-se numa adaptação
satisfatória à nossa vida social, familiar, psíquica e espiritual, bem como
numa capacidade de ajustamento às diversas situações vivenciais. Felicidade não
é simplesmente a realização de todos os nossos desejos; é antes a noção de que
podemos nos satisfazer com nossas reais possibilidades.
Em face de
todas essas conjunturas e de outras tantas que não se fizeram objeto de nossas
presentes reflexões, consideramos que o trabalho interior que produz felicidade
não é, obviamente, meta de uma curta etapa, mas um longo processo que levará
muitas existências, através da Eternidade, nas muitas moradas da Casa do Pai.
De “Renovando Atitudes” Hammed / Médium
Francisco do Espírito Santo Neto