quinta-feira, 24 de março de 2011

CONSTRUINDO O HOMEM DO FUTURO

 

No Terceiro Milênio, que já estamos vivendo, muito se fala a respeito do homem desse mundo novo que todos aguardamos. Psicólogos, jornalistas, o povo em geral comenta a respeito de como será o homem do futuro.

Uma coisa é certa, ele deverá ser muito melhor do que o homem atual.

É de nos perguntarmos, na condição de pais, o que temos feito para isso. Porque os nossos filhos, pequenos hoje, serão os homens do futuro, os que viverão, em tese, mais tempo do que nós no Terceiro Milênio.

Alguns pais anseiam que seus filhos se tornem superprofissionais. Então os matriculam em muitos cursos, de forma que a criança não tem tempo para pensar, criar, organizar o pensamento.

É uma verdadeira maratona que criará seres cansados, desanimados e estressados.

Que a criança estude, tenha atividades fora da escola normal, está bem. Mas todo excesso é prejudicial.

É necessário respeitar a infância da criança como esta fase importante para a adaptação ao mundo e à sociedade. Tanto quanto permitir que ela participe intensamente das tarefas do dia-a-dia.

Ao contrário do selvagem, que permitia que o filho realizasse muitas tarefas, de um modo geral damos as coisas mastigadas para os nossos pequenos.

Importante permitir às crianças tarefas que desenvolvam a sua criatividade e o seu raciocínio.

Um aniversário no lar é uma excelente oportunidade.

Por que não permitir que as crianças pintem ou desenhem os convites? Poderão não sair maravilhosamente estéticos mas certamente com muito valor.

As que já sabem escrever podem escrever uma pequena mensagem no convite.

Também podem ajudar a pensar em como será o bolo, os doces, tanto quanto planejá-los e fazê-los.

Tudo isso permitirá que eles tenham noção de tempo, espaço, quantidade, nutrição, economia, planejamento, com início, meio e fim das tarefas.

E depois virá a lista dos convidados, as lembrancinhas a serem feitas, a arrumação da casa. Tudo demonstrará que o melhor é trabalhar em equipe. A união faz a força.

E as férias? Outra oportunidade para crescer. Arrumar a mala para a viagem, escolher a roupa que irá levar. Ajudar a escolher o lugar para passar as férias. Compreender a possibilidade econômica da família.

A realização das tarefas é produto da maturidade, enquanto a conversa dos pais com os filhos, conversas alegres, esclarecedoras ajudarão a solidificar os laços do amor.

Criança amada, respeitada, criativa, provavelmente será um indivíduo que ama, que auxilia a sociedade, que produz, que cresce e que faz crescer.

* * *

Saiba que se pode limitar a capacidade de raciocínio do filho permitindo que ele tenha uma vida sedentária em frente ao computador ou à televisão.

A repetição de exercícios físicos monótonos e inexpressivos não permitem a criatividade.

As tarefas que podem desenvolver a criatividade são as dinâmicas e participativas.

Por isso mesmo foi que o bom Deus nos criou para viver em sociedade. Em união. A dependermos uns dos outros para as nossas necessidades.

Isso nos auxilia a expandir a nossa mente, a valorizar a família e os amigos, a amadurecermos como individualidades.

 

Redação do Momento Espírita, com base no artigo Tarefas construtivistas,

de Heloísa Pires, publicado no jornal Correio Fraterno do ABC, de novembro de 1999.

O SEGREDO DA AMIZADE

 

Eram dois amigos e pareciam ter a mesma alma. Tudo era comum a ambos: tristezas e alegrias. Eram inseparáveis.

Um dia começaram a observar, com olhos críticos, um ao outro. Nessa mútua observação, perceberam quantos defeitos havia no outro e resolveram, intimamente, sem nada externar, moldar o caráter do outro pela forma do seu próprio.

Passado algum tempo, um certo resfriamento começou naquela amizade. De início, eles nem perceberam. Entretanto, quando um deles perdeu um ente querido, o outro não se fez presente, em solidariedade. E o outro, no seu aniversário, não recebeu o abraço do amigo.

Certo dia, se encontraram em uma praça e confessaram mutuamente como estranhavam o que lhes estava acontecendo. Com certeza, disseram, era a inveja alheia que havia destruído o sentimento que nutriam.

O Pastor Espiritual da cidade foi consultado a respeito e convidou-os a um passeio. Era um dia quente e o sol queimava.

Depois de andarem muito, sedentos e exaustos, encontraram uma limeira. Seus frutos saborosos dessedentaram os amigos e a sombra os reconfortou.

O Pastor olhou para a árvore e disse: Esta árvore tem bons frutos, mas se a podássemos poderia produzir muito mais. Os galhos poderiam ser redirecionados, poderíamos libertá-la dos parasitas.

Com esse intuito, os dois amigos compareceram no dia seguinte e realizaram a poda, de tal forma que ela ficou quase desnuda.

Passados uns dias, o Pastor tornou a convidar ambos para o mesmo passeio. Chegados ao pé da limeira, novamente sedentos e exaustos, observaram que nela não havia nenhum fruto e bem rala era a sombra que podia oferecer, pois possuía somente diminutas folhas.

Descontentes, falaram os amigos: Como fomos tolos podando esta árvore. Destruímos os seus frutos e a sombra amena, que nos reconfortou no outro dia.

Foi então que o Pastor os olhou e disse: O que fizeram com esta árvore é o que fizeram com a sua amizade. Cada um quis modificar o outro e então perderam todo o encanto do afeto que os ligava. Mataram, com podas improdutivas, a árvore da amizade que tinham plantado no coração.

E finalmente completou:

Todo sentimento necessita, para que não pereça, ter como base a tolerância e o respeito. Não queiramos modificar a outrem. Aceitemos as criaturas como são. Assim procedendo, haveremos de encontrar sempre em seus corações, apesar dos defeitos, frutos saborosos e doces e sombra amiga.

*   *   *

A amizade é árvore que, para produzir, necessita ser plantada e cuidada com esmero.

Se colocarmos em nossas ligações afetivas o sal do amor, teremos sempre presente no prato da fraternidade o verdadeiro paladar cristão.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. O segredo de uma sólida amizade, do livro A canção do destino,  por Espíritos diversos, psicografia de Dolores Bacelar, ed. Correio Fraterno do ABC e no verbete Amor do livro Repositório de sabedoria, v. 1, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.