Existe um provérbio
muito popular em nosso país e também em países de língua inglesa que
diz o seguinte: a grama do vizinho é sempre mais
verde.
O provérbio foi objeto
de estudo por um psicólogo americano, que resolveu checar, por meio
de vários métodos, como percepção ótica e psicologia, se a frase é,
de fato, verdadeira.
As conclusões são
curiosas e uma delas inusitada: a de que, levando em conta o ângulo
que uma pessoa forma em relação à própria grama e à do vizinho
quando olha, realmente a do outro parecerá mais verde.
Segundo ele ainda, ao
olhar para nossa própria grama, por entre as folhas, vemos também a
terra marrom, que altera o verde, fazendo com que fique mais
fraco.
Quando olhamos para a
do vizinho, no entanto, o ângulo não deixa que vejamos a terra, só
as folhas, o que fortalece a percepção do tom forte.
A divertida analogia
nos serve para iniciar mais esta reflexão importante: será que
estamos dando real valor à nossa grama, ao nosso verde? Ou ainda
estamos preocupados demais com o verde aparentemente mais atraente
do outro?
Olhando de longe,
obviamente, não vemos a terra no jardim alheio, nem mesmo as
irregularidades do gramado de nosso vizinho, que, acreditemos ou
não, sempre está lá.
Não há vida perfeita,
não há gramado perfeito neste planeta!
Então, por que
gastamos tanto tempo e energias com sentimentos desequilibrados,
como a inveja, por exemplo?
Sim, toda vez que
observamos a felicidade dos outros e isso nos traz uma sensação
desagradável, uma indignação ou uma tristeza, estamos alimentando em
nós a inveja.
Vício moral, perigoso,
esse sentir em desajuste pode nos levar a graves problemas, além de
fazer grande mal aos que são foco dela em nossas vidas.
Por inveja, amizades
são desfeitas, lares são destruídos, crimes hediondos são
cometidos.
Toda avaliação que
fazemos da vida de alguém à distância, é pobre, incompleta,
pequena.
Invejamos as
celebridades e seu glamour, por exemplo – baseados apenas em breves
fotos, relatos ou aparições nesse ou naquele evento.
Desconhecemos os seus
dramas, suas dificuldades de relacionamento, seus problemas
familiares e, até mesmo suas inquietações e sofrimentos mais
íntimos.
Deixemos de ser
ingênuos e tolos achando que alguém neste mundo vive a vida
perfeita. Na maioria das vezes temos problemas muito
parecidos.
Trabalhemos assim,
cuidando de nossa grama, para que permaneça sempre com cores
vibrantes e se, eventualmente, encontrarmos gramado mais bem
cuidado, que ele nos sirva de inspiração e alegria – nunca
despertando inveja.
Evitemos questionar
como, em que condições, se foi merecido ou não, quando mencionarmos
as conquistas alheias. Não nos cabe julgar.
Finalmente, observemos
a nossa grama com um pouco mais de atenção, pois poderemos perceber,
ao valorizá-la, que é mais deslumbrante, mais reluzente do que
imaginávamos que ela fosse.
Redação do Momento
Espírita com base em artigo intitulado A grama do vizinho é
sempre mais verde?, de Diogo Antonio Rodriguez, da revista
Vida simples, junho 2013, ed.
Abril.