quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Rei diferente

 

Ser rei significava, no passado, ser superior aos demais. Em alguns casos, era a conquista de uma condição que se atribuía divina.

A personalidade real se conduzia como se tudo, à sua volta, lhe devesse obediência e bajulação. Eternos no poder, pensavam alguns.

Contudo, bastava uma alteração dos ventos políticos ou uma reviravolta no tonel das paixões dos adversários, e eram despidos de todo o poder.

Houve quem se acreditasse o mais belo, o mais inteligente, o mais perfeito. Houve quem se intitulasse o rei sol, em torno do qual deveriam estabelecer as suas órbitas os planetas das vaidades humanas.

Disfarçavam-se com roupas exóticas e ricas, sem que elas lhes pudessem ocultar as torpezas morais.

Em verdade, embora nem todos ostentem coroas de ouro e pedras preciosas, muitos dos que detêm o poder, ainda hoje apresentam algumas dessas expressões comportamentais.

E, contudo, as insígnias do poder continuam a se transferir de um para outro, ao sabor dos caprichos humanos.

*   *   *

Ele, no entanto, é um Rei diferente.

Seu reino não é deste mundo. Expande-se muito além das fronteiras físicas e é mais rico do que todos os reinos da Terra juntos.

Seu reinado abrange o território ilimitado da intimidade das criaturas. São as paisagens e regiões do sentimento, onde podem ser colocadas as balizas da fraternidade.

Os Seus interesses são os do Pai que O criou. Neste mundo de formas transitórias, Ele figura acima das disputas mesquinhas de teor material.

Sua coroa e Seu cetro são o amor. Indestrutível no tempo. Seus seguidores, ao longo dos séculos, foram queimados, torturados, sem que desistissem dos tesouros da alma de que eram depositários fiéis.

Esse Rei tão poderoso escreveu a legislação do Seu Reino, de forma indelével, nos corações e nas mentes.

Por isso, os anos se somaram e a verdade continua chegando aos ouvidos que desejam ouvir, no idioma de cada um, porque ditada com a força da verdade.

Rei solar, tomou de uma roupagem semelhante a de todos os Seus súditos e viveu entre eles, durante um pouco mais de três décadas.

Mas extrapolou as fronteiras da nação que O recebeu e atravessou as idades, sem ter empanado o brilho da Sua vitória.

Ele venceu a morte e o mundo. Os homens O desejaram destruir, matando-Lhe o corpo físico. Ele retornou, cheio de luz, conforme anunciara, em uma indumentária indestrutível.

Ao contrário de todos os que reinam e reinaram sobre homens, Ele informou que viera para servir.

E realizou tarefas consideradas humilhantes, à época, quais a de lavar os pés de todos os Seus apóstolos, em célebre noite de despedida.

Inteligência superior a todas as que já passaram por este planeta, soube falar às gentes, com doçura, ensinando a verdade que liberta e torna felizes as criaturas.

Senhor dos Espíritos, demonstrou por atos e manifestou por palavras de que estava na Terra para cumprir a vontade de Deus, Pai dos céus, Criador do Universo.

Este Rei se chama Jesus. E, embora tenha partido da Terra, há mais de dois mil anos, a gratidão e a esperança dos homens comemoram Seu aniversário todos os anos.

Rei solar. Senhor dos Espíritos. Pastor de almas. Servidor.

Jesus, o Cristo.

Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O garoto do terminal

 

Terminal de ônibus. Manhã de frio e neblina forte. Muitos se acotovelam, aguardando a condução que os haverá de conduzir ao trabalho ou à escola. Entre tantos, alguém chama a atenção da jovem que também aguarda.

É um menino de uns dez anos, não mais. Pele morena, blusa de lã, cabelos cortados rente. Olhos pequenos, infinitamente pretos, agitando-se nas órbitas.

Vez ou outra, de forma quase contínua, ele levava a mão esquerda à boca e ela percebia que ele estava cheirando cola. Era um viciado.

Tão pequeno, tão indefeso e penetrando já por vielas tão obscuras.

Poderia ser meu filho, pensou a jovem. Não fosse eu a mãe dedicada e que tem a possibilidade de deixar o próprio rebento aos cuidados de pessoa nobre, enquanto trabalho.

Poderia ser meu filho, continua a pensar ela. Não estivesse eu, aqui na Terra, ao lado do filho de minhas entranhas.

Poderia ser meu filho se eu não desfrutasse dos valores dignificantes que o cristianismo propõe e que repasso a cada dia, para meu filho.

Sentiu que as lágrimas lhe chegavam aos olhos. Onde estaria a mãe daquela criança? Saberia o que seu filho estava fazendo àquela hora da manhã?

Seu olhar encontrou o do pequeno, que logo desviou os seus dos olhos dela, incomodado.

Ela cedeu ao impulso e se aproximou. Ele se retraiu. Estranha cena. Ela estendeu a mão e lhe acariciou a face, depois a orelha.

Achegou-se bem perto e começou a lhe falar ao ouvido.

Falava tão baixo e de forma tão doce, que chamou a atenção do companheiro do garoto que também se aproximou, desejando ouvir.

Ela lhe falou dos perigos da droga, dos problemas que ela lhe causaria ao cérebro tão novo. Problemas para o restante da sua vida.

Depois foram palavras de afago, de ternura que brotaram daqueles lábios jovens. Palavras que lhes acenavam com esperança e reconforto.

Os meninos ouviram nos primeiros instantes. Depois se tornaram desconfiados e pulando a amurada, debandaram.

O carinho dela os havia afugentado. Pequenas aves assustadas, sem ninho. Acostumadas a pedradas, a olhares de reprovação e impiedade, não podiam imaginar que aquela pessoa falasse a verdade.

Assustaram-se como aves que fogem aos passos apressados dos caminhantes nas calçadas.

A jovem ainda ficou ali um tanto mais, acompanhando-os com o olhar, até os ver sumirem no mar da multidão.

Poderia ser meu filho, falou para si mesma, não estivesse ele protegido em meu lar, sob os afagos do carinho e os cuidados da maternidade e paternidade responsáveis.

*   *   *

Enquanto prosseguimos nos digladiando em nome de ideias diferentes a respeito desse ou daquele ponto de vista, sobre esta ou aquela forma de interpretação das passagens evangélicas, a morte ronda os passos dos filhos de ninguém.

Muitos deles não chegarão à juventude, porque têm a infância agredida e os anos roubados pela droga.

Enquanto isso, o apelo de Jesus prossegue: Deixai que venham a mim os pequeninos, e não os impeçais...

E qualquer dessas coisas que fizerdes a um desses pequeninos, a mim mesmo o fazeis...

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Semeando rosas

 

Uma Rainha de Portugal, de nome Isabel, ficou conhecida por sua bondade e abnegada prática da caridade.

Ocorre que seu marido, o Rei D. Diniz não gostava das excursões da Rainha, pelas ruas da miséria.

Muito menos das distribuições que ela fazia entre os pobres. Não podia admitir que uma mulher nobre deixasse o trono das honras humanas para se misturar a uma multidão de doentes, famintos e mal vestidos.

A bondosa Rainha, no entanto, burlava a vigilância de soldados e damas de companhia e buscava a dor nos casebres imundos, levando de si mesma e de tudo o mais que pudesse carregar do palácio.

Não levava servas consigo, pois isto seria pedir a elas que desobedecessem às ordens reais.

Era humilhante, segundo o seu marido, o que ela fazia. Como uma Rainha, nascida para ser servida, realizava o trabalho de criados, carregando sacolas de alimentos, roupas e remédios?

Certo dia, ele mesmo a foi espreitar. Resolveu surpreendê-la na sua desobediência. Viu quando ela adentrou a despensa do palácio e encheu o avental de alimentos.

Quando ela se dirigia para os jardins do palácio, no intuito de alcançar a estrada poeirenta, nos calcanhares da fome, ele saiu apressadamente do seu esconderijo e perguntou:

Aonde vai, senhora?

Ela parou, assustada no primeiro momento. E, porque demorasse para responder, ele alterou a voz e com ar acusador, indagou:

O que leva no avental?

Levemente ruborizada, mas com a voz firme, ela finalmente respondeu:

São flores, meu senhor!

Quero ver! Disse o rei, quase enraivecido, por sentir que estava sendo enganado.

Ela baixou o avental que sustentava entre as mãos e deixou que o seu conteúdo caísse ao chão, num gesto lento e delicado.

Num fenômeno maravilhoso, rosas de diferentes tonalidades e intensamente perfumadas coloriram o chão.

Consta que o Rei nunca mais tentou impedir a rainha da prática da caridade.

*   *   *

Para quem padece as agruras da fome, sentindo o estômago reclamar do vazio que o consome; para quem ouve, sofrido, as indagações dos filhos por um pedaço de pão, umas colheres de arroz, a cota de alimento que lhes acalme as necessidades é semelhante a um frasco de medicação poderosa.

Para quem esteja atravessando a noite da angústia junto ao leito de um filho delirando em febres, as gotas do medicamento são a condensação da esperança do retorno à saúde.

Para quem sente as garras afiadas do inverno cortar-lhe as carnes, receber uma manta que o proteja do vento gélido é uma ventura.

Por isso, quem leva pães, agasalho e conforto é portador de flores perfumadas de vários matizes.

*   *   *

Há muitos que afirmam que dar coisas é alimentar a preguiça e fomentar acomodação.

Contudo, bocas famintas e corpos enfermos não podem prescindir do alimento correto e da medicação adequada.

Se desejarmos os seres ativos, envolvidos com o trabalho, preciso é que se lhes dê as condições mínimas. Não se pode ensinar a pescar alguém que sequer tem forças para segurar a vara de pesca.

 

Redação do Momento Espírita.

COLHENDO PEDRAS

 

Para o Espírito não existe velhice nem desgaste. É sempre novo, porque nele tudo se renova. Suas possibilidades se revigoram na experiência, desdobrando-se em novas capacidade.

Ninguém se faz velho por ter vivido um determinado número de anos (só o corpo). Há envelhecimento, quando há desânimo, quando se volta as costas para os ideais. Os anos enrugam a pele mas o abandono do entusiasmo faz rugas na alma. A dúvida, a falta de confiança em si próprio, o temor e a desesperação, são os largos, larguíssimos anos, que fazem inclinar a cabeça e submergir o Espírito.

És tão jovem como a tua fé, e tão velho como a tua dúvida; tão jovem como a confiança em ti mesmo, e tão velho como o temor; tão jovem como tua esperança e tão velho como desesperação.

Hoje somos aquilo que fizemos ontem. Portanto acreditemos, amanhã será aquilo que fizermos hoje. Então façamos o melhor.

Na vida tudo recomeça! O dia, a noite, as estações, as marés e vazantes. Mas a natureza é cíclica e repetitiva. Nós, não. Nós podemos recomeçar sempre em nível melhor, com a experiência passada.

Sempre que uma pessoa passa por uma forte experiência de perda ou enfermidade, vê-se defronte um convite de recomeço; uma necessidade urgente de correção ou de readaptação. E pode recomeçar melhor! Seja um novo lar, uma vida nova, um novo emprego, uma nova atividade, uma transformação de hábitos, em prol da saúde — se invoca Deus com fé. Ele lhe infunde poder, descortino e decisão para reconstruir sua vida.

Considera-se fé a confiança que se deposita na realização de determinada coisa, a certeza de atingir um objetivo. Assim, ela confere uma espécie de lucidez, que faz antever pelo pensamento os fins que se têm em vista e os meios de atingi-los, de maneira que aquele que a possui avança, por assim dizer, infalivelmente.

A fé sincera e verdadeira é sempre calma. Confere a paciência que sabe esperar, porque estando apoiada na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao fim.

Pela fé o ser humano pode revelar valores desconhecidos dele próprio e canaliza-los de modo muito proveitoso à sua alma.

A fé racional e a esperança nos sustentarão.

Recomece melhor! Descubra os seus dons!

A nossa vida diária se constrói com tijolos de pensamentos, emoções, reações, palavras, e experiências! Somos todos construtores! Conforme a qualidade de nossa vida e de nossos propósitos, assim é a construção e aprimoramento de nossa consciência ou a sua degeneração...

Nossa consciência é formada e reformulada diariamente com a nossa vida.

Tal como construímos e mantemos nossos lares; assim como organizamos e levamos avante nossos negócios — com maior ou menor empenho e zelo — assim também com nossa consciência, que reflete em nossa alma e em nossa felicidade.

Pelo conhecimento e prática sincera da verdade estamos aprendendo a manejar sabiamente a nossa vida. Escolher, manter e aprimorar pensamentos retos; evitar emoções negativas e cultivar sentimentos nobres; tomar consciência de nossas palavras e atitudes; agir sensatamente — por certo assegurará uma rica consciência, que nos abençoará profusamente com progresso interno e externo. É claro que isto pressupõe aspiração, que as pessoas de íntimo elevado alimentam. E também disciplina, que bem mostra nossas convicções. O certo é que, desse modo, conquistamos o respeito dos homens e as bênçãos de Deus.

Por que haveremos de viver vulgarmente, cedendo às inclinações da personalidade, por negligência, ausência de ideal ou preguiça?

Podemos dizer que a nossa vida e semelhante a uma caravana que caminhava no deserto penosamente num terreno árido, poeirento. As pessoas que a compunham tinham uma fé absoluta no guia e, confiadamente, entregavam a ele todas as decisões. Gostavam de o fazer, sobretudo quando, devido ao intenso calor do sol, ele decidia que viajassem de noite, reservando o dia para dormir.

Certa noite, após uma jornada particularmente esgotante, o guia, de repente, exclamou:

— Alto! Deter-nos-emos aqui por alguns momentos. Como vêem, atravessamos, neste momento, um terreno invulgarmente pedregoso. Quero que se abaixem e apanhem todas as pedras que consigam alcançar. Talvez consigam encher as bolsas e levá-las assim cheias para casa. Temos que fazer isso depressa! — Prosseguiu, batendo as palmas — temos apenas cinco minutos; depois disso, retomaremos a marcha.

Os viajantes, que apenas desejavam um prolongado descanso e um sono repousante, pensaram que o guia tinha enlouquecido.

— Pedras?! — Disseram eles — Quem pensa ele que somos nós?

Somente alguns fizeram o que o guia sugerira: puseram nas bolsas uns quantos punhados de pedras soltas.

—  Bem, agora chega! — Disse o guia — Temos que andar de novo!

Enquanto continuavam a difícil caminhada, durante o resto da noite, todos se encontravam demasiado cansados para se darem ao incomodo de falar. Mas todos continuavam a perguntar a si mesmos o que poderiam significar as estranhas ordens daquele guia.

Quando o sol se levantou no horizonte, a caravana deteve-se de novo. Todos armaram as suas tendas. Os poucos viajantes que tinham apanhado as referidas pedras puderam vê-las detidamente pela primeira vez. Assombrados, começaram a gritar:

— Santo Deus! Todas elas são de cores diferentes! E como brilham! Realmente são pedras preciosas!

Mas esta sensação de júbilo depressa deu lugar a outra de depressão e abatimento:

— Por que não tivemos o bom senso de seguir as ordens do guia? Se assim fosse, teríamos apanhado o maior número de pedras possível!

A viagem da vida e semelhante a esta história, muitas vezes caminhamos por terrenos áridos, outras vezes encontramos um oásis, outras caminhamos por terrenos pedregosos, mas tudo isso é para que consigamos a perfeição.

As vezes, não compreendemos o motivo dessas dificuldades, e praguejamos contra Deus e contra tudo, mas mesmo assim, temos que continuar caminhando, nesse trajeto muitos não se revoltam, mas procuram tirar bom proveito dessa situação, tem esperanças de um dia melhor e, aproveitam para aprender com essas dificuldades, começam a conhecer e, suas mentes clareiam, com isso a fé se robustece, e os problemas agora não mais os fazem sofrer. Começam a compreender seus semelhantes, sentem agora necessidade de ajudá-los e, fazem de tudo para os ensinar e facilitar sua caminhada.

Sempre teremos que andar com esforço próprio, de vez em quando encontraremos um cireneu que nos dará uma ajuda, assim como, também nós, ajudaremos outros. Mas o mérito está em conseguir chegar lá no apogeu com esforço próprio. E todos nós estamos juntos nessa caminhada. Podemos fazer esta viajem de uma maneira alegre, nos dando as mãos e apoiando-nos mutuamente.

Temos as lições e os exemplos de Jesus por nosso guia e as pedras no caminho serão jóias quando a olharmos detidamente. Assim, não podemos dispensá-las. Temos que ter fé. Apanhá-las, e guardá-las com carinho. Porque a vida será o buril que as farão brilhar com todo o vigor tal qual o diamante.

Podemos pedir a Deus nosso Pai, forças para superar os percalços que encontramos no caminho.

Vamos abrir a sacola, vamos ver as pedras que colhemos, isto é, se confiamos no nosso guia e as pegamos, com certeza a caminhada valeu a pena, caso contrário, não desanimemos, pois o amanhã será mais uma oportunidade que Deus nos oferece para aproveitarmos e conseguirmos também chegar ao objetivo... colhendo as pedras preciosas.

Texto adaptado por E. Mollo.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A mãe de Jesus

 

Ela crescera, tendo o Espírito alimentado pelas profecias de Israel.

Desde a meninice, quando acompanhava a mãe à fonte de água, para apanhar o líquido precioso, ouvia os comentários.

Entre as mulheres, sempre que se falava a respeito, perguntavam-se umas às outras, qual seria o momento e quem seria a felizarda, a mãe do aguardado Messias.

Nas noites povoadas de sonhos, era visitada por Mensageiros que lhe falavam de quefazeres que ela guardava na intimidade d’alma.

Então, naquela madrugada, quase manhã do princípio da primavera, em Nazaré, uma voz a chamou: Miriam. Seu nome egípcio-hebraico, significa querida de Deus.

Ela despertou. Que estranha claridade era aquela em seu quarto? Não provinha da porta. Não era o sol, ainda envolto, àquela hora, no manto da noite quieta.

De quem era aquela silhueta? Que homem era aquele que ousava adentrar seu quarto?

Sou Gabriel, identifica-se, um dos Mensageiros de Yaweh. Venho confirmar-te o que teu coração aguarda, de há muito.

Teu seio abrigará a glória de Israel. Conceberás e darás à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado filho do Altíssimo e o seu reino não terá fim.

Maria escuta. As palavras lhe chegam, repassadas de ternura e, pela sua mente, transitam os dizeres proféticos.

Sente-se tão pequena para tão grande mister. Ser a mãe do Senhor. Ela balbucia: Eis aqui a escrava do Senhor. Cumpra-se em mim segundo a tua palavra.

O Mensageiro se vai e ela aguarda. O Evangelista Lucas lhe registraria, anos mais tarde, o cântico de glória, denominado Magnificat:

A minha alma glorifica o Senhor! E o meu Espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador!

Porque, volvendo o olhar à baixeza da Terra, para a minha baixeza e humildade atentou.

E eis, pois, que, desde agora, e por todos os tempos, todas as gerações me chamarão bem-aventurada!

Porque me fez grandes coisas o Poderoso e santo é o seu nome!

E a sua misericórdia se estende de geração em geração, sobre os que o temem. Com seu braço valoroso, destruiu os soberbos, no pensamento de seus corações.

Depôs dos tronos os poderosos e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos.

Cumpriu a palavra que deu a Abraão, recordando-se da promessa da sua misericórdia!

Ela gerou um corpo para o ser mais perfeito que a Terra já recebeu. Seus seios O alimentaram nos meses primeiros. Banhou-O, agasalhou-O, segurou-O fortemente contra o peito mais de uma vez. E mais de uma vez, deverá ter pensado:

Filho meu, ouve meu coração batendo junto ao teu. Dia chegará em que não Te poderei furtar à sanha dos homens. Por ora, amado meu, deixa-me guardar-Te e proteger-Te.

Ela Lhe acompanhou o crescimento. Viu-O iniciar o Seu período de aprendizado com o pai, que lhe ensinou os versículos iniciais da Torá, conforme as prescrições judaicas, embora guardasse a certeza de que o menino já sabia de tudo aquilo.

Na Sinagoga, O viu destacar-Se entre os outros meninos, e assombrar os doutores. O seu Jesus, seu Filho, seu Senhor. Angustiou-se mais de uma vez, enquanto O contemplava a dormir. Que seria feito dEle?

Maria, mãe de Jesus. Mãe de todos nós. Mãe da Humanidade. Agradecemos-te a dádiva que nos ofertaste e, ao ensejo do Natal, te dizemos: Obrigado, mãe.

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. A mãe de Jesus, do livro Personagens da Boa Nova, de Maria Helena Marcon, ed. Fep.

domingo, 26 de dezembro de 2010

AQUECIMENTO GLOBAL

 

A Terra nos acolheu quando nascemos. O planeta que viu nascer nossos antepassados deverá ver também a chegada de nossos descendentes.

Muito tempo depois que deixarmos o solo desta Terra, o sol vai aquecer os homens do futuro que viverão aqui. E que mundo teremos deixado para a geração do amanhã?

Não costumamos pensar na generosidade da Terra que nos recebeu, ofertando frutos e flores, sombra e água.

Ao contrário, ao longo dos séculos, encharcamos o solo com substâncias corrosivas, reviramos a terra em busca de riquezas, matamos árvores, contaminamos águas, desperdiçamos recursos, poluímos o ar.

Enfim, seguimos esquecidos que os recursos naturais precisam de renovação e cuidado. O descuido de milênios então, afinal, surgiu.

Hoje, os resultados estão bem à nossa frente: chuva ácida, rios que se tornaram quase sólidos, montanhas de lixo.

Animais e plantas que morrem, que se extinguem como se fossem bolhas que simplesmente estouram no ar.

Nosso planeta agoniza, sufocado pela nossa displicência.

Podemos de fato fazer algo? Que atitude tomar?

Acredite: todos nós podemos, sim, retribuir a generosidade dessa Terra que nutre seus filhos.

Hoje é dia de um novo começo, dia de amar mais a Terra, a natureza.

Olhe por alguns momentos para o céu claro. Pense no ar limpo que entra em seus pulmões. E em homenagem a tudo isso, deixe o carro em casa... Por um dia que seja.

Por um instante apenas, lembre das flores que brotam em janelas e sacadas. Flores selvagens, urbanas, flores em rosa, vermelho, laranja, branco e amarelo.

Recorde desse perfume e beleza. E retribua, evitando o desperdício que se torna a montanha de lixo que soterra as flores.

Agora, tenha em mente os regatos claros, as correntes de água, os rios imensos, o oceano formidável.

Pense em cada copo de água fresca que sacia a sede e faça um gesto de gratidão: economize água sempre que puder.

Nesses pequenos gestos do cotidiano é que conseguiremos reverter o quadro dos dias atuais. AOS POUCOS, SEREMOS OBRIGADOS – PELO PRÓPRIO INSTINTO DE SOBREVIVÊNCIA – A CUIDAR MAIS DO MUNDO EM QUE VIVEMOS.

E, se o homem firmar esse compromisso consigo mesmo, quem sabe um dia, novamente, haverá ar puro, céu azul, água limpa e um lugar adorável para se viver.

Mas não se engane. Tudo isso depende – e muito – de você. Dos gestos de responsabilidade ambiental que você tomar, dos exemplos que der, da educação que oferecer aos seus filhos.

Esse é um tempo de escolhas, de decisões.

Pense nisso. E, um dia, quando seus olhos físicos tiverem se fechado neste mundo – mesmo que os homens não mais se lembrem que você viveu aqui, sua memória estará viva na brisa que agita as folhas, nas correntes de água.

Os perfumes e as cores da Terra lembrarão de você e de seus gestos de amor.

* * *

DEPENDE DE CADA UM DE NÓS A TERRA DO AMANHÃ.

Tanto moral quanto fisicamente.

Nós partiremos, em alguns anos. Mas, haveremos de retornar a este mundo, outras vezes, em outras épocas, em novos corpos.

Que desejamos encontrar, em nosso retorno?

Pensemos nisso, agora!

Redação do Momento Espírita.

sábado, 25 de dezembro de 2010

JESUS E O NATAL

 

Elio Mollo

 

A data de 25 de dezembro, Natal, foi criada para homenagear numa confraternização geral, o sereno Rabi da Galiléia, conhecido como o grande Mestre Jesus, que legou à humanidade o código da mais alta moral.

É o nosso irmão maior, que ensinou e exemplificou através da boa ação, conjugado a oração que o amor à Deus e aos seus semelhantes irmãos, formam laços que estabelecem a fraternidade e a união em grande profusão.

Ele chegou e lecionou sem violar nenhuma lei, mas mostrou como cumpri-las

através da paz e do amor evitando qualquer dissabor.

Ele lutou contra a hipocrisia, contudo em seus gestos trazia, a bondade que contagia, o perdão em primazia e o amor que sempre envolvia.

Por isto tem Natal Momento de união total, Para estabelecer uma grande onda mental, que seguirá rumo ao Pai Universal, com agradecimentos sinceros, por nos ter enviando a mais avançada criatura da Pátria Espiritual,

para a povo da Terra aprender a construir o que chama de Felicidade geral.

 

Feliz Natal.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Trégua de Natal

 

Era noite de Natal de 1944. O menino e a mãe moravam em uma cabana na Alsácia, perto da fronteira Franco-alemã. O pai fora convocado para o Corpo de Bombeiros da Defesa Civil da cidade, que distava seis quilômetros.

Enviar o filho e a esposa para a floresta lhe tinha parecido uma boa ideia. Acreditou que ambos estariam a salvo.

Então, bateram à porta. A senhora foi abrir. Do lado de fora, como fantasmas contra as árvores cobertas de neve, estavam dois homens de capacetes de aço.

Um deles falou em uma língua estranha. Apontou para um terceiro vulto que jazia na neve.

Rapidamente, a mulher entendeu. Eram soldados americanos. Difícil dizer se eram amigos ou inimigos.

Eles estavam armados e poderiam ter forçado a entrada. No entanto, estavam ali parados, suplicando com os olhos.

Nenhum deles compreendia o alemão. Mas um deles entendia o francês.

A um sinal da mulher, entraram na casa conduzindo o ferido. O filho foi buscar neve para esfregar nos pés azuis de frio de todos eles.

O ferido estava com uma bala na coxa. Havia perdido muito sangue.

Eram três meninos grandes, de barba crescida: Gary, Fred e Mell.

Ema pediu ao filho que fosse buscar Schultz, o galo. Ela o estava guardando para quando o marido voltasse para casa. Talvez no Ano Novo. Mas agora Schultz serviria a um objetivo imediato e urgente.

Dali a pouco o aroma tentador do galo assado invadia a sala.

O menino punha a mesa quando bateram de novo à porta. Esperando encontrar mais americanos, depressa ele foi abrir.

O sangue lhe gelou nas veias. Lá estavam quatro soldados usando fardas muito conhecidas, depois de cinco anos de guerra. Eram alemães.

A pena por abrigar soldados inimigos era crime de alta traição. O garoto ficou parado, gélido, sem reação.

Ema se aproximou. Com calma nascida do pânico, ela desejou Feliz Natal.

Podemos entrar? - Perguntou o cabo alemão. Era o mais velho deles: 23 anos. Os outros tinham somente 16 anos.

Sim. - Falou Ema. E também poderão comer até esvaziar a panela. Mas temos três convidados que vocês poderão não considerar amigos.

Hoje é dia de Natal e não vai haver tiroteio. Coloquem todas as armas sobre a pilha de lenha.

Os quatro ficaram olhando para ela, indecisos.

Nesta noite única, - ela continuou - nesta noite de Natal, vamos esquecer a matança. Afinal de contas, vocês todos poderiam ser meus filhos. Hoje à noite não há inimigos.

Os soldados obedeceram. Entraram.

Os americanos também entregaram as armas, que foram parar em cima da mesma pilha de lenha.

Alemães e americanos se aglomeraram, tensos, na sala apertada.

Sem deixar de sorrir, Ema providenciou lugar para todos se sentarem.

Ela aumentou a ceia com aveia e batatas, um pão de centeio.

Um dos alemães examinou o ferido. A calma foi substituindo a desconfiança.

Com os olhos cheios de lágrimas, Ema pronunciou a oração: Senhor Jesus, Amigo e Mestre, sê nosso hóspede.

Em volta da mesa, havia lágrimas também nos olhos cansados da luta daqueles soldados. Meninos outra vez, uns da América, outros da Alemanha, todos longe dos seus lares.

No dia seguinte, eles tomaram das armas e cada grupo partiu para um rumo diferente, depois de terem se apertado as mãos em despedida.

Então, Ema entrou. Abraçada ao filho, abriu o Evangelho e leu na página da história do Natal, o nascimento de Jesus, a chegada dos magos vindos de longe.

Com o dedo ela acompanhou a última linha: ... E partiram para sua terra por outro caminho.

 

*   *   *

 

Estamos vivendo as vésperas do Natal de Jesus.

Proponhamos nosso armistício particular. Isso mesmo. Pensemos em alguém com quem nos tenhamos desentendido, magoado, ferido.

Agora é a hora de estender a mão, de perdoar, de abraçar.

Em nome de um Menino que veio pregar a paz e o amor.

Pensemos nisso! Mas pensemos agora!

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Quatro horas, do livro Remotos cânticos de Belém, de Wallace Leal Rodrigues, ed. O clarim.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Senhor e Mestre

 

Inigualável. Senhor das estrelas. Senhor dos Espíritos.

Iniciou Sua jornada, na Terra, num berço de palha, improvisado por Seu pai.

Fez-Se frágil, num corpo de criança, como todos os Seus irmãos, na Terra.

Demonstrando o valor do amor, confiou-Se à guarda de uma mulher. Sua mãe.

Em seu seio Se aninhou, alimentou-Se e recebeu carinho.

Sábio dentre todos os sábios, obedecendo ao costume de Israel, aprendeu de Seu pai o ofício da carpintaria, moldando a madeira com Suas mãos abençoadas.

Conhecedor da Lei, que Ele próprio viera ensinar, submeteu-Se à frequência à sinagoga local, como todos os meninos de Sua idade.

Mais de uma vez, apresentou questões de alta filosofia e ciência, numa demonstração do quanto sabia, bem como desejando assinalar, de forma clara, que muito mais saber havia para ser aprendido, não sendo os homens os detentores de toda a sabedoria.

Mestre o foi, sempre. Portador de entendimento pedagógico, como ninguém mais, conhecedor da alma das Suas ovelhas, lançou sementes aqui e acolá, de forma sutil, muito antes de iniciar o Seu Messianato.

Quando o tempo se fez, deixou a casa simples de Nazaré, onde crescera, olhou os campos e as colinas, e buscou as estradas do mundo.

A partir de então, condutor de um imenso rebanho de Espíritos, não teria uma pedra para repousar a cabeça.

Onde passou, fez amigos, lecionando que o homem foi feito para viver em sociedade. E viver bem com todos.

Granjeou amigos entre os pobres, os ricos, os doentes e os que esbanjavam saúde, moços e velhos.

Não deixou de buscar ovelhas desgarradas em terras estranhas, distribuindo Suas bênçãos, em nome do amor que representava.

Curou cegos, afirmando que é preciso ter olhos de ver.

Libertou ouvidos do silêncio, conclamando que era preciso ter ouvidos de ouvir.

Cada gesto, um ensino. Nada desperdiçado.

Devolveu movimentos a paralisados, lucidez a perturbados. E o convite era de, dali em diante, o agraciado fazer o melhor, para conquistar felicidade.

Não Se entristeceu por viver entre os homens. A nota melancólica que cantou foi somente pela dureza dos corações, pois prescrevia que a cada um seria dado segundo suas obras, antevendo as dores dos que semeavam espinhos em suas jornadas.

Iniciou Sua missão abençoando, com Sua presença, a união de dois seres, na constituição de uma nova família.

Como convidado, nos banquetes do mundo, serviu-Se das oportunidades para distribuir a Sua luz a todos os convivas.

Entregou-Se, no momento oportuno, ao martírio, como um cordeiro ao sacrifício.

Da mesma forma que o berço foi Lhe improvisado o túmulo, para o depósito do corpo, por um amigo conquistado para o Seu Reino.

Apresentando-Se glorioso aos discípulos, após a morte, num atestado da Imortalidade, despediu-Se num dia de luz, na mesma Galileia onde entoara o mais belo canto que a Humanidade jamais ouvira.

E nos aguarda, no Seu Reino de bênçãos, amando-nos ainda e sempre.

Jesus, Mestre e Senhor. Caminho, Verdade e Vida.

Sigamo-lO.

 

Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Em Clima Natalino - Fala o Coração

Elio Mollo

Aos meu amigos e irmãos.

Neste momento de clima natalino onde os nossos corações se unem através

de um grande sentimento cristão,  venho abrir o meu coração para lhes mostrar onde está localizado o lugar de cada um dentro da mais nobre emoção. São anos a fio que de ação em ação e no dia a dia foi se firmando

essa grande construção.

É uma agradável amizade que podemos dizer, que é de irmão para irmão.

Cada um doa o que tem de bom tornando cada ação numa magnifica e positiva animação.

Cada um transmite o que sabe com a naturalidade de uma sincera exaltação.

E a gente aprende e se enriquece a cada dia para em seguida exercitar em cada ação.

É dezembro, um bom clima cristão!

Por isso, aproveito para desejar a vocês meus amigos irmãos com sinceridade,

Um Feliz Natal com o legado de Jesus praticado em cada humana relação.

Desejo também à todos os amigos, que o ano de 2011 seja repleto de alegria,

prosperidade, paz e amor, construindo em cada um uma boa cota de evolução.

Que tudo isso se estenda a vossa família Pois se nos tornarmos amigos irmãos somos todos parentes formando uma grande união, neste imenso Universo

que está sempre em movimentação. Recebam agora um imenso abraço deste vosso amigo que também se declara com muita sinceridade que é vosso irmão

e que vós tem guardado num lugar especial dentro do coração.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A FASCINAÇÃO DOS NÚMEROS

 

O inesquecível personagem de Saint-Exupéry, o Pequeno Príncipe, trouxe inúmeros pensamentos sábios ao mundo.

Uma de suas constatações nos diz que as pessoas grandes adoram números.

“Quando a gente fala de um novo amigo, elas nunca se interessam em saber como ele realmente é.” – afirma ele.

“Não perguntam: Qual é o som da sua voz? Quais são seus brinquedos preferidos? Ele coleciona borboletas?

Mas sempre perguntam: Qual é a sua idade? Quantos irmãos ele tem? Quanto pesa? Quanto o pai dele ganha?

Só então elas acham que o conhecem.” – termina ele por dizer.

Exupéry nos convida a redescobrimos o que há de bom na infância, a redescobrir a pureza, a essência das coisas e da vida.

E quando nos fala, de forma até inocente, sobre as pessoas e os números, nos alerta para algo muito grave: viciamo-nos em números.

Associamos o tempo sempre a números.

Esquecemos que os numerais atribuídos à medição do tempo são convenções, e nos escravizamos a elas.

Muito tempo; pouco tempo; não vai dar tempo; tempo de sobra.

60 segundos; 60 minutos; 24 horas; 365 dias – são números que parecem nos perseguir. Vivem em nossos sonhos, pesadelos e em nossas urgências maiores.

Esquecemos que o tempo é oportunidade, é sucessão de experiências e de fatos, e que deve ser aproveitado ao máximo, tendo em vista nosso crescimento espiritual.

15 anos de vida; 30 anos; quarentões; sessentões; terceira idade – são todos rótulos que criamos no mundo, e que, na verdade, não correspondem à idade verdadeira, à idade da alma.

A idade da alma está associada não ao tempo dos números, mas à disposição, ao humor, ao ânimo, à coragem.

Encantamo-nos ao ver relatos de pessoas que depois dos 90 anos vão aprender a ler, e dizem-se realizados, sentindo-se mais jovens do que nunca!

Não é força de expressão! Elas são jovens mesmo. A idade do corpo pode ser disfarçada, maquiada. A da alma, nunca.

Como avaliar, julgar alguém, pelo número de dígitos em sua folha de pagamento? Pelas roupas que pode comprar; pelas viagens que pode fazer; pelo ano de seu automóvel?

Dizendo assim, parece absurdo, exagero, mas é a forma de muitos procederem no que diz respeito aos números e aos julgamentos que fazemos.

Muitos têm números como objetivos: números na balança; números das loterias; número de clientes; números de metas de vendas, etc.

Ainda não descobriram que o mundo verdadeiro não é feito de numerais, que os objetivos maiores da vida, as aquisições de maior valor, nunca poderão ser mensuradas desta forma.

É tempo de conhecer os outros e a nós mesmos pelo que somos, e não por tudo aquilo que os números podem contar.

Números nunca poderão medir felicidade. Números nunca poderão mensurar alegria. Nunca poderão ponderar o amor.

 

* * *

 

Mas se neste mundo ainda não pudermos escapar dos números, pensemos nestes:

Quantos sorrisos damos ao dia?

Há quanto tempo não dizemos que amamos alguém? Não este “Eu te amo” de novela, mas aquele dito e sentido por todas as partes da alma.

Quantos segundos dura seu abraço?

Qual a data que você escolheu para abandonar um vício, para se libertar de algo que o escraviza?

Quantos dias faltam para você começar a ser feliz?

 

Texto da Redação do Momento Espírita com base em citação da obra O pequeno príncipe, do livro Felicidade, amor e amizade – a sabedoria de Antoine de Saint-Exupéry, ed. Sextante.

CORAGEM PARA MUDAR

 

Muitos dos conflitos que afligem o ser humano decorrem dos padrões de comportamento que ele próprio adota em sua jornada terrestre.

É comum que se copiem modelos do mundo, que entusiasmam por pouco tempo, sem que se analisem as conseqüências que esses modos comportamentais podem acarretar.

Não se tem dado a devida importância ao crescimento e ao progresso individual dos seres.

Alguns crêem que os próprios equívocos são menores do que os erros dos outros.

Outros supõem que, embora o tempo passe para todos, não passará do mesmo modo para eles.

Iludem-se no sentido de que a severidade das leis da consciência atingirá somente os outros.

Embriagados pelo orgulho e pelo egoísmo deixam-se levar pelos desvarios da multidão sem refletir a respeito do que é necessário realmente buscar-se.

É chegado o momento em que nós, espíritos em estágio de progresso na Terra, devemos procurar superar, de forma verdadeira, o disfarçado egoísmo, em busca da inadiável renovação.

Provocados pela perversidade que campeia, ajamos em silêncio, por meio da oração que nos resguarda a tranqüilidade.

Gastemos nossas energias excedentes na atividade fraternal e voltada à verdadeira caridade.

Cultivemos a paciência e aguardemos a benção do tempo que tudo vence.

Prossigamos no compromisso abraçado, sem desânimo, sem vãs ilusões, confiando sempre no valor do bem. 

É muito fácil desistir do esforço nobre, comprazer-se por um momento, tornar-se igual aos demais, nas suas manifestações inferiores.

Todavia, os estímulos e gozos de hoje, no campo das paixões desgovernadas, caracterizam-se pelo sabor dos temperos que se convertem em ácido e fel, passados os primeiros momentos.

Aprendamos a controlar nossas más inclinações e lograremos vencer se perseverarmos no bom combate.

Convertamos sombras em luz.

Modifiquemos hábitos danosos, em qualquer área da existência, começando por aqueles que pareçam mais fáceis de serem derrotados.

Sempre que surgir a oportunidade, façamos o bem, por mais insignificante que nosso ato possa parecer.

Geremos o momento útil e aproveitemo-lo.

Não nos cabe aguardar pelas realizações grandiosas, e tampouco podemos esperar glorificação pelos nossos acertos.

O maior reconhecimento que se pode ter por fazer o que é certo é a consciência tranqüila.

Toda ascensão exige esforço, adaptação e sacrifício, enquanto toda queda resulta em prejuízo, desencanto e recomeço.

Trabalhemos nossa própria intimidade, vencendo limites e obstáculos impostos, muitas vezes, por nó mesmos.

Valorizemos nossas conquistas, sem nos deixarmos embevecer e iludir por essas vitórias.

Há muitas paisagens, ainda, a percorrer e muitos caminhos a trilhar.

Somente a reforma íntima nos concederá a paz e a felicidade que almejamos.

A mudança para melhor é urgente, mas compete a cada um de nós, corajosa e individualmente, decidir a partir de quando e como ela se dará. 

 

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no capítulo 10 do livro Revelações da luz de Raul Teixeira, pelo Espírito Camilo, e capítulo 11 do livro Vigilância, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

APRENDENDO A DESPRENDER-SE

 

Bonnie precisou ser internada duas semanas antes do natal, para uma cirurgia, e estava muito preocupada. Além dos quatro filhos para cuidar, ela pensava nas compras, presentes e enfeites a providenciar.

Quando abriu os olhos depois de ter dormido grande parte dos dois dias no hospital, após a cirurgia, olhou ao redor e viu algo semelhante a uma floricultura.

Buquês de flores se enfileiravam sobre o parapeito da janela. Cartões se empilhavam sobre a mesinha de cabeceira. Na prateleira, acima da pia, havia uma dúzia de rosas vermelhas enviada por seus pais, que moravam em outro estado.

O marido lhe disse que os amigos haviam preparado refeições para a família e se ofereceram para cuidar das quatro crianças.

Mais flores, disse a enfermeira, entrando no quarto e interrompendo os pensamentos da convalescente.

Ela abriu espaço entre as demais flores, para colocar outro belo arranjo colorido.

Acho que vamos ter de mandar a senhora para casa, disse sorridente. Não temos mais espaço aqui.

Enquanto Bonnie lia os cartões, ouviu alguém dizer: gostei das flores.

Era a companheira de quarto. Uma mulher de mais ou menos 40 anos, portadora de síndrome de Down.

Ginger gostava de falar e não se cansava de dizer que estava ali para que o doutor desse um jeito no seu pé. Contou que morava em companhia de outras pessoas e desejava voltar a tempo para poder participar da festa de natal.

Enquanto Ginger foi para a cirurgia, Bonnie ficou olhando o quarto. O seu lado estava florido. O lado de Ginger, nada. Nenhum cartão, nenhuma flor, nenhuma visita.

Vou oferecer a ela algumas de minhas flores, pensou.

Foi até a janela e escolheu um arranjo de flores vermelhas. Mas daí recordou que o arranjo ficaria muito bonito em sua mesa de natal.

E as justificativas continuaram: as flores estão começando a murchar, a amiga que ofereceu ficaria ofendida, poderia enfeitar a casa com aquele arranjo.

Resultado: ela não conseguiu repartir nenhuma. Voltou para a cama e pensou que no dia seguinte, quando a loja abrisse,  iria pedir para que entregassem algumas flores a Ginger.

Ginger voltou da cirurgia e uma funcionária do hospital lhe trouxe uma guirlanda de belas flores e a pendurou acima da sua cama.

Logo após o café, na manhã seguinte, a enfermeira retornou para dizer a Ginger que ela iria para casa. A condução estava a caminho para buscá-la.

Ela ficou feliz pois chegaria a tempo para participar da festa de natal. Arrumou as suas coisas enquanto Bonnie se entristeceu. A floricultura do hospital só iria abrir dali a duas horas.

Será que ela deveria oferecer uma das suas flores?

Ginger vestiu seu casaco, sentou-se na cadeira de rodas para ser conduzida pela enfermeira. Quando estava na porta, pediu para voltar, como se estivesse esquecido algo.

Foi até sua cama, apanhou a guirlanda, aproximou-se de Bonnie e, levantando-se com certa dificuldade, a abraçou, deixando o enfeite em seu colo.

Depois, se foi.

Enquanto ela saía do quarto, Bonnie não conseguiu dizer nada.

Segurou a pequena guirlanda nas mãos, com os olhos úmidos. O único presente de Ginger e ela o tinha oferecido à companheira de quarto.

Então Bonnie entendeu que Ginger possuía muito mais coisas do que ela mesma. 

 

* * * 

 

Há muita gente escravizada ao que não tem e muita alma livre do que possui.

Verifique onde você se enquadra e busque se transformar em anjo da ação bem dirigida, convertendo o que lhe chegue às mãos em bênçãos e alegrias mantenedoras da vida.

 

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. Tudo é meu, de Bonnie Shepherd, do livro Histórias para o coração da mulher, de Alice Gray, editora United Press e cap. 25 do livro Legado Kardequiano, do Espírito Marco Prisco, pela psicografia de Divaldo Franco, editora LEAL.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

AMAR É...

 

O que é o amor?

É sentimento. É estado d´alma?

E como buscá-lo, como vivê-lo. desde que todos os grandes Espíritos que vieram à Terra disseram ser ele o caminho seguro?

Os conceitos atribuídos ao amor são inúmeros. As discussões filosóficas tornam-se sem fim.

Porém, o que realmente precisamos conhecer é sua prática, sua vivência em nossos dias.

A compreensão maior virá como consequência, como se precisássemos estar em seu íntimo para finalmente descobri-lo.

O amor é o sacrifício pelo próximo que, aos olhos do mundo, é pesado, é difícil, mas para quem ama é leve, gratificante.

Amar é interessar-se pela vida do outro, é perguntar: Como foi seu dia? É questionar: Você está bem? E estar realmente atento para ouvir a resposta.

Amar é modificar nossa rotina para ouvir um amigo, fazer-lhe uma visita, levar notícias boas.

Amar é reunir a família, sem a necessidade de uma comemoração especial, apenas para celebrar a presença de todos, para fortalecer os laços.

Amar é adiar um sonho para atender as necessidades de um filho, de um pai, de uma mãe.

Amar é respeitar as opiniões dos outros, mesmo que elas sejam diferentes das nossas.

É abraçar os familiares, não apenas quando celebrem aniversários, ou conquistas, mas sempre que o coração lembrar do quanto se querem bem.

Amar é chorar junto. É sorrir junto. É sempre guardar a esperança de que tudo será melhor.

Amar é saber dizer sim. É saber dizer não. É saber ouvir um sim, saber ouvir um não.

Aqueles que amamos jamais serão um peso em nossas vidas. Pelo contrário, serão eles que nos farão mais leves. Serão eles os agentes que farão com que nossa consciência esteja satisfeita, que nosso íntimo receba energias revigorantes do Alto, fazendo-nos mais felizes.

O verdadeiro amor não está distante. Não está apenas nos romances literários, nos poemas inspirados, nas imagens dos sonhos. Ele está conosco nos pequenos gestos de carinho, nas gentilezas inesperadas, nas renúncias.

O verdadeiro amor não está distante. Ele aguarda apenas que as mãos fortes da vontade o alcancem, e concedam-lhe a chance de respirar os ares do mundo.

 

* * *

 

Os Espíritos Superiores nos ensinam que amar, no sentido profundo do termo, é o homem ser leal, probo, consciencioso, para fazer aos outros o que queira que estes lhe façam.

É procurar em torno de si o sentido íntimo de todas as dores que acabrunham seus irmãos, para suavizá-las.

É considerar como sua a grande família humana, porque essa família todos a encontraremos, dentro de certo período, em mundos mais adiantados, e os Espíritos que a compõem são, como nós, filhos de Deus, destinados a elevar-se ao infinito.

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. XI, item 10 de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A VISÃO DA INFÂNCIA

 

Diz-nos Cecília Meirelles: Se fosse preciso ainda uma vez recordar a diferença profunda que existe entre a infância e a idade adulta, eu convidaria o leitor a relembrar os lugares por onde passou, quando pequeno.

Então, comparar a impressão que lhe deixavam naquele tempo com a que lhe oferecem agora.

O ambiente em que se desenvolveu a nossa meninice foi visto por nós com olhos tão diversos daqueles que vêem depois as realidades do adulto, que geralmente sentimos uma enorme surpresa revendo esses lugares.

Achamo-los tão mudados... No entanto, não mudaram, eles. Mudamos nós.

As coisas... Nós as víamos de perto, com um interesse e uma atenção de que já não dispomos.

Nossos sentidos, donos ainda de raras sensações, analisavam cada espetáculo, linha por linha, percorrendo-os com verdadeiro deslumbramento.

E, nessa encantadora viagem do olhar iam tecendo uma história que foi a primeira legenda, escrita por nós sobre as vidas que encontramos.

Hoje, um inseto é para nós um inseto, apenas, com um lugar determinado na História Natural.

Esse mesmo inseto foi um motivo decorativo de infinita beleza nos nossos tempos de criança.

Conhecíamos com exatidão o desenho das suas asas, a cor que tomavam, com a luz, o movimento que tinham, a resistência que lhe era peculiar.

Como eram enormes as nossas bonecas e os nossos carros!  Se algum deles tivéssemos conservado até hoje, haveríamos de o achar insignificante, e ficaríamos admirados do tamanho que lhe supúnhamos.

A eminente escritora brasileira termina então por questionar:

Com toda essa diferença de visão, como querer fazer que as crianças sintam o que sentimos?

Como forçá-las a compreender o nosso mundo com as proporções que lhe damos?

Como arrancá-las ao seu prodigioso cenário, tão diverso deste que em geral se lhe quer impor, como o único autêntico?

Muito há de se pensar sobre estas questões, certamente.

Preciso se faz refletir sobre como estamos tratando nossas crianças, e ainda mais: sobre como tratamos a criança que mora em cada um de nós.

Por que perdemos essa visão acurada ao longo do tempo? Será realmente uma mudança natural, necessária, inevitável?

Não seria possível conservar, como um grande tesouro que se guarda, pelo menos um pouco dessa sensibilidade infantil?

Nós, adultos, temos muito a aprender com as crianças.

Primeiramente entendendo seu mundo, sua visão da vida, sua interpretação dos fatos, evitando exigir-lhes compreensões que são nossas apenas.

Em segundo lugar, enamorando-nos de sua sensibilidade apurada, analisando-a com cuidado, e tomando-a como exemplo.

Passemos algumas férias dentro do coração de nossos filhos, procurando viver em seu mundo por alguns instantes, de quando em vez.

Será viagem inesquecível para ambos.

Para eles será prova de amor, de companheirismo. Para nós, escola moral enriquecedora.

 

Redação do Momento Espírita com base em texto do livro Crônicas de educação, de Cecília Meirelles, ed. Nova Fronteira.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Símbolos do Natal

 

O Natal, que logo estaremos a comemorar, apresenta alguns aspectos pouco conhecidos. Em especial no que diz respeito aos seus símbolos.

Por exemplo, a árvore de Natal. Alguns acreditam que ela se originou no século oitavo. Teria sido o missionário São Bonifácio que a idealizou, em substituição ao culto realizado nas florestas ao deus Odin.

Outros afirmam que foi Martinho Lutero o seu idealizador, no século dezesseis.

Registra a História que, na noite de Natal, Lutero caminhava por uma floresta de pinheiros. Olhando para o céu, viu as estrelas brilhando ainda mais belas, através dos galhos cobertos de neve.

Encantado com a beleza do quadro, cortou um galho, levou-o para casa e usou velas acesas para imitar o brilho dos astros que presenciara.

A árvore de Natal veio para a América, na época colonial, trazida pelos alemães.

O presépio, por sua vez, teve origem no século treze. Foi na Itália. Na noite de vinte e quatro para vinte e cinco de dezembro de mil duzentos e vinte e quatro,  Francisco de Assis teve a ideia de representar o nascimento de Cristo.

Preparou uma encenação, num estábulo verdadeiro, da manjedoura, do boi e do jumento. A tempos regulares ele mesmo aparecia em cena e falava a respeito do nascimento de Jesus.

Ainda no século treze, a representação idealizada pelo fundador das Ordens Franciscanas ficou conhecida em toda a Europa.

Os cartões de Natal surgiram na Inglaterra por volta de mil oitocentos e quarenta e três. A iniciativa foi do diretor do Museu Britânico de Londres, Sir Henry Cole. Foram popularizados e começaram a ser impressos em mil oitocentos e cincoenta e um.

Dar presentes é uma tradição que tem origem em tempos recuados. Fazia parte das saturnálias, festas orgíacas de Roma, como também de festividades nórdicas.

Entre os cristãos, o costume iniciou no século sete, com o Papa Bonifácio, que presenteava os necessitados, em nome do Divino aniversariante.

As velas acesas no Natal para enfeitar as árvores e outros arranjos têm origem comum: o culto ao fogo.

Só o tempo fez desaparecer as orgias pagãs e ajudou a apagar as recordações sobre a origem do fogo, que era o velho culto ao sol.

Desde que os símbolos não remontam à época do Cristo, conclui-se que ele, em essência, nada tem a ver com nenhum deles.

Assim, comemorar o Natal nos permite ornamentar o lar com luzes, cores, enfeites. Mas importante não esquecer de preparar o coração.

Preparar a ceia de Natal para parentes e amigos, mas não esquecer de, em nome do Divino aniversariante, saciar a fome de quem a sofre.

 

*   *   *

 

Em mil oitocentos e setenta, durante a guerra entre a Alemanha e a França, um oficial prussiano idealizou cartões de Natal a partir de capas de alguns cadernos de colégio.

Distribuiu aos seus soldados para que eles pudessem escrever aos seus parentes.

Foi assim que nasceram os primeiros cartões postais, que depois sofreram várias modificações.

Pode-se imaginar a emoção de uma mãe, uma esposa, a namorada, irmãos recebendo uma mensagem de Natal, escrita de próprio punho, por seu amor, de uma frente de batalha.

 

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Não É Uma Mercadoria

 

"Sede santos, porque eu sou santo" (1 Pedro 1:16).

 

Não é difícil, em nosso mundo, fazer uma pessoa se interessar pela mensagem do Evangelho. O que é terrivelmente difícil é fazê-la conservar o interesse. Milhões de pessoas, em nossa cultura, se decidem por Cristo, mas, a taxa de desgaste é enorme. Muitos proclamam que nasceram de novo, mas, as evidências de um discipulado cristão maduro são muito pequenas. Em nosso tipo de cultura, qualquer coisa, até notícias sobre Deus, pode ser vendido se tiver sido empacotado recentemente; mas, quando perder a novidade, torna-se um montão de lixo. existe um grande mercado de experiência religiosa em nosso mundo; mas, existe pouco entusiasmo e paciência para a aquisição de virtudes e pouca inclinação para o aprendizado longo do que gerações antigas de cristãos chamavam "santidade".

O que tem movido os nossos corações a Cristo? A curiosidade? O fato de muitas pessoas estarem tomando o mesmo rumo? As ofertas de prosperidade, lucro fácil, riquezas e notoriedade? O que nos motiva a ir constantemente às reuniões, e passar ali um tempo cantando, orando e ouvindo um sermão?

Jesus orientou seus discípulos para sair e pregar o Evangelho. Disse que aqueles que viessem a crer seriam salvos. O apóstolo Paulo disse que os que crêem e passam a viver uma nova vida em Cristo são completamente transformados. Terá isso acontecido, realmente, conosco?

Cremos, verdadeiramente, na Palavra de Deus? E a partir do momento que cremos, fomos transformados? Deixamos o mundo para trás? Somos, sem dúvidas, novas criaturas?

O Senhor Jesus não é uma mercadoria que compramos, como os presentes de Natal, que recebemos, usamos e, talvez, logo joguemos fora. Ele é a maior bênção que uma pessoa pode ter. Ele deve ser guardado no coração e vivido, por fé, por toda a nossa existência.

Com Jesus no coração, a única coisa que podemos ainda buscar, para uma completa felicidade, é uma vida de virtudes e santidade, de obediência e submissão. Só assim seremos verdadeiros cristãos, só assim o Natal deixará de ser uma data comercial, só assim a nossa alegria será perfeita.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

COM OS OUVIDOS DA ALMA

 

O fato é narrado por uma mulher que vivia nas colinas da Escócia. Era inverno, próximo ao Natal.

Roberto, o marido, era ferreiro. Ela, mãe ocupada, cuidava dos quatro filhos.

O menor era o que lhe dava maior preocupação. É que o garoto era surdo. Ela ficara muito doente durante a sua gestação e o menino nascera com aquela deficiência.

De resto, era esperto e depressa aprendeu a ler. Para manter a conversação com a mãe e os irmãos, André se servia de gestos e, como aos cinco anos já sabia escrever muitas palavras, usava papel e caneta para expressar aquilo que não conseguiam entender por seus gestos.

Naqueles dias, próximos ao Natal, o marido foi chamado para prestar serviços em uma fazenda distante e ela ficou só com as quatro crianças.

A tempestade veio e durou dias. A caixa de lenha ao lado do fogão começou a ficar vazia.

Na quase véspera do Natal, Elizabeth agradeceu a Deus pela colheita do verão ter sido boa, pelas compotas terem dado certo e pela boa caça do seu marido. Assim, eles teriam o suficiente para se alimentarem até acabar aquele inverno ingrato.

Mas a lenha acabou. Ela reuniu os quatro filhos, calçaram e se agasalharam bem e saíram quando o tempo deu uma trégua.

Os pequenos Mary, Alice e André brincavam entre as árvores, felizes por estarem fora de casa. Corriam de um lado para outro, enquanto ela e o filho maior, de 15 anos, cortavam troncos em pedaços pequenos e colocavam no trenó.

Num piscar de olhos, o tempo mudou. O vento soprou forte e a neve caiu violenta. Ela conseguiu encontrar as duas meninas mas não o pequeno André. Por mais que chamasse, ele não a ouviria. Era surdo.

Voltaram para casa a fim de não congelarem. As horas angustiosas passaram lentas. Quando a tempestade acalmou, ela se preparou para ir procurar o menino.

Estaria vivo? Teria caído, cego pela tempestade, em algum penhasco?

Então, alguém bateu na porta. Era o pequeno André, sorridente.

Entre gestos e escritos no papel explicou que logo que a tempestade começou, ficou agachado atrás de um tronco.

Depois, escreveu que ouviu chamar o seu nome: André. Foi até onde a voz vinha e não tinha ninguém.

Então ouviu de novo: Venha, André, venha para casa.

Continuou caminhando, seguindo a voz, embora não visse ninguém. E assim foi até chegar em casa.

Então a mãe caiu de joelhos, abraçou seu tesouro e agradeceu a Deus por ter enviado um mensageiro Seu, aquela voz para guiar o seu filho.

Uma voz que não vinha do mundo exterior, mas que se fez ouvir na alma do pequenino André. A voz dos invisíveis.

 

* * *

 

O Natal é uma época de esperança, de confiança e de fé. É uma época de acreditar no invisível e em maravilhas que o Divino Pai nos proporciona.

Uma época em que os Mensageiros de Deus cantam, falam e os surdos ouvem as Suas vozes.

Natal é o momento em que a Terra toca os céus, aquieta os seus gritos para ouvir o excelso canto da esperança.

Jesus nasceu em Belém. A esperança se renova. Comemoremos.

 

Redação do Momento Espírita, com base no conto Tempestade nas montanhas, de autoria ignorada.

domingo, 12 de dezembro de 2010

CHANTAGEM EMOCIONAL

 

O uso da chantagem emocional com os filhos é muito comum por parte de alguns pais.

Em vez de fazer uso da razão e do bom senso para persuadir o filho a agir de forma correta, esses pais apelam para a chantagem.

Alguns dizem: "se você não for bonzinho, eu não gosto mais de você!"

Geralmente o filho cede, pois não quer perder o afeto dos pais.

Numa idade em que a criança ainda não tem condições de perceber que os pais estão blefando, fará de tudo para ser aceita.

Outras vezes, quando o filho tem algum sentimento negativo, os pais falam: "sentir inveja é feio", "sentir ciúmes é vergonhoso", "ninguém gosta de quem guarda mágoa".

É certo que o filho irá dissimular os sentimentos, mas não aprenderá a lidar com esses vícios que o infelicitam tanto.

Afinal, quem não faria tudo para não abrir mão do amor de quem se ama?

Para merecer o amor de seus pais, o filho esconderá o que sente e agirá de forma traiçoeira, sempre que tiver ensejo.

Pais que usam a chantagem emocional torturam o filho em vez de ajudá-lo a se libertar das imperfeições.

A criança deve ser orientada, educada, mas também envolvida em afeto, carinho, proteção, aconchego.

De forma alguma os pais devem condicionar seu amor.

O amor não deve ser barganhado. O bem-querer deve ser espontâneo e independente do comportamento da criança.

Nosso filho deve saber que o que importa é a sua felicidade.

Devemos passar a ele a certeza de que nossa relação amorosa jamais estará em jogo.

Como pais podemos não concordar com o comportamento de nosso filho, mas jamais deveremos jogar com nosso carinho e atenção.

Devemos deixar bem claro que não aprovamos suas ações inadequadas, mas que o amamos mesmo assim.

Com essa atitude estaremos preservando nosso filho da necessidade de esconder seus sentimentos.

Daremos a ele a lição da honestidade, da sinceridade, da humildade, pois ele saberá que suas fragilidades devem ser enfrentadas, e não escondidas para agradar esta ou aquela pessoa.

Com isto ele também aprenderá a respeitar as limitações dos outros. Não evitará pessoas que pensam, sentem e agem de forma diversa da sua.

O seu bem-querer estará acima das diferenças de gostos, preferências, conhecimentos, pontos de vistas, etc.

E o que é mais importante: nosso filho sentirá que pode educar suas más tendências sob a proteção do nosso amor e da nossa ternura. E isso o ajudará muito na sua auto-educação.

Isso mudará totalmente o rumo que a criança dará ao seu mundo.

Ela não precisará crescer para compreender que o que seus pais sempre desejaram era sua felicidade e que, por não saber muito como fazer isso, usavam a chantagem emocional como recurso.

Por todas essas razões, vale a pena rever os meios que estamos usando para educar nossos filhos.

Ninguém duvida da boa intenção e do amor dos pais pelos filhos, mas o que se pretende pensar é na melhor maneira de ajudá-los a se ajudarem.

Pense nisso!

 

Quando seu filho manifestar algum sentimento nocivo, aproxime-se dele e o ajude a refletir sobre o que está sentindo.

Ajude-o a analisar seus maus pendores, mas também enalteça suas virtudes, seus acertos, suas conquistas, pois estas são mais importantes para sua felicidade.

Faça-o sentir que seu amor por ele é incondicional, e verá que tudo será mais fácil, tanto para seu filho como para você.

 

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita

sábado, 11 de dezembro de 2010

A VISÃO DE SAI BABA SOBRE 2012

 

P: Ouviu falar de 2012 como um ano em que algo ocorrerá?

R: Os mais negativos pensam que nesse ano o mundo termina, mas isto não é real. Neste ano começa a Era de Aquário. (...) Na verdade este planeta está sempre mudando a sua vibração, e estas mudanças intensificaram-se desde 1898, levando a um período de 20 anos de alterações dos pólos magnéticos que não ocorriam há milhares de anos. Quando ocorre uma mudança do magnetismo da terra, surge também uma mudança de consciência, assim como uma adaptação física à nova vibração. Estas alterações não acontecem apenas no nosso planeta, mas em todo o universo, como a ciência atual tem comprovado. (...)

Esta alteração magnética se manifesta como um aumento da luz, um aumento da vibração planetária.

Para entender mais facilmente esta questão, é preciso saber que a vibração planetária é afetada e intensificada pela consciência de todos os seres humanos. Cada pensamento, cada emoção, cada ser que desperta para a consciência de Deus, eleva a vibração do planeta. Isto pode parecer um paradoxo, uma vez que vemos muito ódio e miséria ao nosso redor, mas é assim mesmo.

Venho dizendo em mensagens anteriores que cada um escolhe onde colocar

a sua atenção.. Só vê a escuridão aqueles que estão focados no drama, na dor, e na injustiça. Aquele que não consegue ver o avanço espiritual da humanidade, não tem colocado a sua atenção nesse aspecto.

Porém se liberar sua mente do negativo abrirá um espaço onde sua essência divina pode manifestar-se, e isto certamente trará o foco para o que ocorre de fato neste momento com o planeta e a humanidade. “Estamos elevando a nossa consciência como jamais o fizemos”.

P:Mas como? Não percebe a escuridão?

R: Sim a vejo, mas não me identifico com ela, não a temo. Como posso temer a escuridão se vejo a luz tão claramente? Claro que entendo aqueles que a temem, porque também fiquei parado nesse lugar onde apenas via o mal. E por esta razão sinto amor por tudo.

A escuridão não é uma força que obriga a viver com mais ruindade ou com mais ódio. Não é uma força que se opõe à luz. É ausência da luz. Não é possível invadir a luz com a escuridão, porque não é assim que o principio da luz funciona. O medo, o drama, a injustiça, o ódio, a infelicidade, só existem em estados de penumbra, porque não podemos ver o contexto total da nossa vida. A única forma de ver a partir da luz é por meio da fé. Assim que aumentamos a nossa frequência vibracional (estado de consciência), podemos olhar para a escuridão e entender plenamente o que vivemos.

P: Mas como pode afirmar tudo isso, se no mundo existe cada vez mais maldade?

R: Não há mais maldade, o que há é mais luz, e é sobre isso que falo agora.

Imagine que você tem um quarto, ou uma despensa, onde guarda suas coisas, iluminado por uma lâmpada de 40W. Se trocar para uma lâmpada de 100W, verá desordem e um tipo de sujeira que você nem imaginava que havia no local.

A sociedade está mais iluminada. Isto é o que está acontecendo. E isto faz com que muitas pessoas que lêem estas afirmações as considerem loucura.

Percebeu que hoje em dia as mentiras e ilusões são percebidas cada vez mais rapidamente? Bom, também está mais rápido alcançar o entendimento de Deus e compreender a forma como a vida se organiza.

A nova vibração do planeta tem tornado as pessoas nervosas, depressivas e doentes. Isto porque, para poder receber mais luz, as pessoas precisam mudar física e mentalmente. Devem organizar seus quartos de despejo, porque sua consciência cada dia receberá mais luz. E por mais que desejem evitar, precisarão arregaçar as mangas e começar a limpeza, ou terão que viver no meio da sujeira.

Esta mudança provoca dores físicas nos ossos, que os médicos não conseguem resolver, já que não vêem uma doença que possa ser diagnosticada. Dirão que é causado pelo estresse. Porém isto não é real. São apenas emoções negativas acumuladas, medos e angústias, todo o pó e sujeira de anos que agora está sendo visto para ser limpo.

Algumas noites as pessoas acordarão e não conseguirão dormir por algum tempo. Não se preocupem. Leiam um livro, meditem, assistam TV. Não imaginem que algo errado ocorre. Você apenas está assimilando a nova vibração planetária. No dia seguinte seu sono ficará normal, e não sentirá falta de dormir.

Se não entender este processo, pode ser que as dores se tornem mais intensas e você acabe com um diagnóstico de fibromialgia, um nome que a medicina deu para o tipo de dores que não tem causa visível. Para isto não existe tratamento específico – apenas antidepressivos, que farão com que você perca a oportunidade de mudar sua vida.

Uma vez mais, cada um de nós precisa escolher que tipo de realidade deseja experimentar, porém sabendo que desta vez os dramas serão sentidos com mais intensidade; assim como o amor. Quando aumentamos a intensidade da luz, também aumentamos a intensidade da escuridão, o que explica o aumento de violência irracional nos últimos anos.

Estamos vivendo a melhor época da humanidade desde todos os tempos. Seremos testemunhas e agentes da maior transformação de consciência jamais imaginada.

Informe-se, desperte sua vontade de conhecer estas questões. A ciência sabe que algo está acontecendo, você sabe que algo está acontecendo. Seja um participante ativo. Que estes acontecimentos não o deixem assustado, por não saber do que se trata.

Os que estão com Jesus

 

O Evangelho de Marcos lhe dedica dois versículos, sem mencionar seu nome.

Ele era um personagem constante nas pregações de Jesus. Ninguém sabia ao certo de onde vinha.

Mas, toda vez que o Mestre Jesus tomava da palavra, lá estava ele a postos.

Pegava seus estiletes, suas tintas e seus rolos de papiro e anotava os ensinamentos.

Se Jesus falasse na praça, à margem do lago, na planície ou na montanha, ele O seguia.

Estava bem próximo quando Jesus foi até a casa do chefe da sinagoga e retirou do sono profundo a filhinha, tida como morta.

Presenciou bem de perto o episódio da mulher enferma há anos e que se curou, ao simples toque das vestes do Galileu.

Ninguém o ouvia falar. Talvez temesse ser identificado como um estrangeiro por aquele povo. Mas ele ouvia. Com muita atenção, anotando e anotando.

Certo dia, em que a multidão sempre faminta de consolo e de milagres se comprimia na praça, à espera do Nazareno, foi que tudo aconteceu.

O sol estava especialmente quente e à medida que as horas se foram arrastando, o povo começou a ficar inquieto.

Doentes mais graves passaram a se lamentar, crianças se movimentavam, perturbados demonstravam todo seu desequilíbrio.

Em determinado momento, o jovem que sempre seguia Jesus sentiu-se compadecido. Ele também estava aguardando a presença do doce Rabi.

Olhando aqueles semblantes sofridos, para quem a espera parecia uma eternidade, sentiu-se compadecido.

Aproximou-se de um homem tido por endemoninhado, estendeu as mãos e recordando Jesus, exortou ao Espírito perturbador que o abandonasse.

O doente ainda rolou pelo chão, gritou roucamente. Finalmente, surpreso, parecendo acordar de um pesadelo, se ergueu, um tanto envergonhado, limpou a poeira da túnica e se foi. Estava curado.

O restante daquele dia foi dedicado todo a curas de obsedados. Parecia ser a especialidade daquele moço. Nos dias seguintes, ele continuou.

Discípulos que se aproximavam, em vendo a cena lhe falaram que ele não devia curar ninguém, muito menos usando o nome de Jesus. Ele não fazia parte do círculo dos Apóstolos do Mestre de Nazaré.

Ao final do dia, quando eufóricos informaram a Jesus sobre a sua atitude, o Mestre lhes ordenou que retornassem até o jovem com a ordem para que prosseguisse no seu apostolado. E concluiu: Quem não é contra vós, é por vós.

Nunca ninguém lhe registrou o nome. Na juventude, chamavam-no moço. Na velhice, avozinho.

Personagem grandiosa, trabalhador da seara de Jesus, a ele se refere o Evangelho com rapidez. No entanto, seu nome está escrito no livro dos céus, pelo desempenho da grande tarefa: amar a Deus, ao próximo e ao Evangelho do Mestre de Nazaré.

 

*   *   *

 

Todo aquele que segue as orientações do Cristo está a Seu favor, é alguém que contribui com o Mestre na Sua seara.

Por conseguinte, todo aquele que diz Senhor, Senhor, mas não vive os Seus ensinamentos, está apartado Dele, mesmo que se diga cristão.

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 5, do livro Ressurreição e vida, pelo Espírito Léon Tolstoi, psicografia de Yvonne do Amaral Pereira, ed. Feb.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O Cristo de Deus

 

Ele já houvera sido cantado por inúmeros profetas de Seu povo, que O designavam como o Messias, o Salvador.

Em torno de Sua figura, as mais variadas expectativas se construíam. As esperanças de uma nação, firme e sincera em sua fé monoteísta, aguardavam a Sua vinda.

Àquela época, longe se faziam os tempos dos profetas, e as bocas, desde há muito haviam se calado para as vozes dos céus. A águia romana, que dominava a tudo e a todos, fazia subjugados e servos.

Assim, não eram poucos aqueles que tinham na figura do Messias a concretização dos sonhos de libertação, de retomada da Terra Prometida a Moisés, a Canaã.

As expectativas em torno do Messias eram inúmeras, porém, todas de caráter temporal e passageiro, vinculadas às coisas do mundo.

Ele chegou, anunciando que Seu reino não era deste mundo. Embora não negando Sua realeza, desprezava os tesouros do mundo, alertando que esses a ferrugem corrói, a traça come e os ladrões roubam.

Afirmava ser a Luz do mundo, mas evitava o brilho vazio das coisas do mundo. Com a mesma naturalidade que travava reflexões profundas com sábios e estudiosos, falava à multidão iletrada e ignorante.

Era capaz de explicar as coisas de Deus ao Doutor da Lei que O interpelava, assim como aos simples pescadores que O escutavam.

Em uma didática perfeita, soube utilizar das coisas do cotidiano, como o grão de mostarda, a pedra do moinho, a figueira seca, para explicar profundos conceitos de vida.

Analisava as leis do Seu povo não com os olhos, que veem as letras, mas com o coração, que enxerga a alma, dando novo alento às dores e às provações da vida.

Dava pouca ou nenhuma importância à externalidade da fé, das ações e dos sentimentos, se esses não tinham sua nascente no coração, chegando a comparar alguns seres a sepulcros, caiados por fora, e cheios de podridão por dentro.

Alertava acerca dos perigos e desafios da vida, colocando-Se sempre como o Bom Pastor, a cuidar de cada uma das Suas ovelhas que o Senhor da Vida Lhe confiou aos cuidados.

Incitava ao progresso, comparando as criaturas ao precioso sal da terra e convocando-as à responsabilidade, a fim de que o sal não viesse se tornar insosso.

Ofereceu roteiro de felicidade e paz, ao cantar o poema das bem-aventuranças, oferecendo caminho seguro para seguir. Não mais a guerra, a vingança, a revolta, pois bem-aventurados serão os mansos, os pacíficos, os aflitos.

Disponibilizou-Se como servidor de todos, ao convidar a que a Ele se achegassem os cansados e aflitos, pois Ele lhes aliviaria as pesadas cargas e dores.

E, ainda hoje, Ele aguarda a decisão de cada um de nós, a segui-lO, tomar do Seu fardo que é leve e do Seu jugo que é suave.

Já se vão séculos desde que Sua voz cantou as Leis de Deus em perfeição, pelos caminhos da Palestina, encontrando eco em muitos corações que, ao longo da História, se deixaram imolar por amor do Seu nome.

Ele ainda aguarda pacientemente que o Seu verbo encontre ressonância em nossa intimidade, e definitivamente O aceitemos como Modelo e Guia para nosso agir.

 

Redação do Momento Espírita.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Canção de Natal

 

Era a véspera de Natal do ano de 1818. Em Hallein, nos Alpes austríacos, o padre Joseph Mohr lia a Bíblia.

Quando se detinha nos versículos que se referiam às palavras do visitante celeste aos pastores de Belém: Eis que vos trago uma boa nova, que será de grande alegria para todo o povo: hoje nasceu o Messias, o Esperado..., bateram à porta.

Uma camponesa pedia que fosse abençoar o filho de uns pobres carvoeiros, que acabara de nascer. O padre colocou as botas de neve, vestiu seu abrigo. Atravessou o bosque, subiu a montanha.

Em pobre cabana de dois cômodos, cheia de fumaça do fogão, encontrou uma mulher com seu filho nos braços. A criança dormia.

O padre Mohr deu sua bênção ao pequeno e à mãe. Uma estranha emoção começou a tomar conta dele. A cabana não era o estábulo de Belém, mas lhe fazia lembrar o nascimento de Jesus.

Ao descer a montanha, de retorno à paróquia, as palavras do Evangelho pareciam ecoar em sua alma.

Aproximando-se da aldeia, pôde observar os archotes que brilhavam na noite, disputando seu brilho com o das estrelas.

Era o povo que seguia para a igreja, a fim de celebrar, ali, em oração, o aniversário do Divino Menino. A milenária promessa de paz vibrava no silêncio do bosque e no brilho das estrelas.

Padre Mohr não conseguiu dormir naquela noite. Febricitante, ergueu-se do leito, tomou da pena e escreveu um poema, externando o que lhe ía na alma.

Pela manhã procurou o maestro Franz Gruber, seu amigo. Mostrou-lhe os versos.

O maestro leu o poema e disse, entusiasmado: Padre, esta é a canção de Natal de que necessitamos!

Compôs a música para duas vozes e guitarra, porque o órgão da igreja, o único na localidade, estava estragado.

No dia de Natal de 1818, as crianças se reuniram, debaixo da janela da casa paroquial, para ouvir o padre Mohr e o maestro Gruber cantar.

Era diferente de tudo quanto haviam escutado. Noite de paz, noite de amor...

Dias depois, chegou ao povoado o consertador de órgão. Consertado o instrumento da igreja, o maestro Gruber tocou a nova melodia, acompanhado pela voz do padre.

O técnico em consertos de órgão era também um excelente musicista e bem depressa aprendeu letra e música da nova canção.

Consertando órgãos por todos os povoados do Tirol, como gostasse de cantar, foi divulgando a nova Canção de Natal. Não sabia quem a tinha composto pois nem o padre Mohr, nem o maestro Gruber lhe tinham dito que eram os autores.

Entre muitos que aprenderam a Canção, quatro crianças, os irmãos Strasser passaram a cantá-la.

O diretor de música do Reino da Saxônia, em ouvindo-lhes as vozes claras e afinadas, se interessou por eles e os levou a se apresentarem, num concerto.

A fama dos pequenos cantores se espalhou por toda a Europa e a Canção apaixonava os corações.

Mas ninguém sabia dizer quem era o autor.

Foi um maestro de nome Ambrose quem conseguiu chegar até Franz Gruber.

Haviam se passado mais de trinta anos. E a história do surgimento da Canção de Natal foi escrita em 30 de dezembro de 1854.

Não são conhecidas outras músicas de Franz Gruber. A Noite de paz parece ter sido sua única produção.

Não será possível crer que as vozes do céu, que se fizeram ouvir na abençoada noite do nascimento de Jesus, tivessem inspirado os versos e a primorosa melodia para que nós, os homens, pudéssemos cantar com os mensageiros celestes, dizendo da nossa alegria com a comemoração, a cada ano, do aniversário do nosso Mestre e Senhor?

 

 

Redação do Momento Espírita, com dados colhidos no livro Remotos cânticos de Belém,

de Wallace Leal Rodrigues, ed. O clarim.

Disponível no CD Momento Espírita Especial de Natal, v. 15, ed. Fep.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O homem e o tempo

 

No mundo moderno, parece que o tempo é um artigo de luxo.

São constantes as reclamações a respeito de sua falta.

Muitos se dizem atarefados em excesso.

Incontáveis afirmam que o tempo parece passar cada vez mais rápido.

Envoltos em inúmeros afazeres, sentem-se autênticos reféns da vida.

Essa dificuldade humana para bem administrar o tempo não constitui algo novo.

O Espírito Emmanuel, mentor de Francisco Cândido Xavier, já tratou dela.

Certa feita, ele afirmou que o tempo não passa pelo homem, mas que o homem, sim, passa pelo tempo.

A diferença pode parecer sutil, mas é muito importante.

Quando se está parado e algo passa, surge uma certa sensação de lerdeza ou imobilidade, pois não se consegue acompanhar o que vai adiante.

O fenômeno apresenta-se diferente quando é o homem que passa e segue em frente.

Segundo o dizer de Emmanuel, é justamente isso que ocorre em relação ao tempo.

O homem é que se movimenta e direciona o seu viver, ao longo do tempo que lhe é dado.

Sendo assim, ele é quem dita o ritmo de sua vida.

Essa imagem feliz procura desvincular o ser humano de um sentir deletério em relação ao fenômeno temporal.

Ela busca capacitá-lo para viver em plenitude o momento presente.

Sem remorsos pelo que já foi.

Se erros foram cometidos, é necessário corrigi-los, mas de nada adianta escravizar-se ao passado.

Também evita ansiedades pelo que ainda será.

O importante é fazer o melhor no tempo presente.

Desfrutá-lo, em suas inúmeras possibilidades.

Ter ciência de que cabe ao homem disciplinar o próprio viver.

A mídia por vezes trabalha contra isso.

Ela passa a impressão de que o relevante é comprar muitas coisas, frequentar certos locais, distrair-se até a exaustão.

Habitualmente se afirma que o tempo é de ouro, ou que tempo é dinheiro.

Dependendo do enfoque, as assertivas são verdadeiras.

É preciso mesmo dar destinação útil ao próprio tempo.

Mas de forma equilibrada, sem se converter em escravo de atividades que se multiplicam de modo desnecessário.

E também sem se permitir torturar pelo que já foi ou pelo que virá.

Desfrutar o momento que se vive.

Se é horário de trabalho, trabalhar com serenidade, sem se angustiar pelo que ocorre em outros ambientes.

Em casa, desfrutar em paz da companhia da família.

Em momentos de estudo, apenas estudar.

Para viver em paz em meio às tormentas do mundo, é preciso tornar-se senhor do próprio tempo.

Eleger o que merece dedicação em dado instante e fazê-lo com serenidade.

Como disse Jesus, o dia de amanhã cuidará de si mesmo.

Se o hoje for bem vivido e aproveitado, certamente o amanhã será pacífico.

Pense nisso.

 

Redação do Momento Espírita.

domingo, 5 de dezembro de 2010

CONHECENDO-SE

 

Quais são suas maiores preocupações nos dias de hoje? Talvez a essa pergunta você responda que é a educação dos filhos. Outros poderão afirmar ser a violência na sociedade. Haverá, ainda, quem responda ser a manutenção do emprego.

É verdade que os desafios da vida e seus naturais compromissos nos empurram para um mar de preocupações com as coisas do mundo.

Nenhuma dessas preocupações se mostram fúteis ou não deveriam demandar nosso tempo e energia.

As responsabilidades da vida são impositivos que nos propelem ao progresso, ao aprendizado, a novas conquistas intelectuais e morais.

Porém, hoje você diria que uma de suas maiores preocupações é a de se autoconhecer? Saber o que habita no país das suas emoções é algo que a você preocupa?

Com tantos afazeres e demandas do mundo externo, muitas vezes, delegamos pouco tempo para as coisas do mundo interno.

Como se não fosse importante ou não refletisse intensamente em nosso cotidiano, relegamos os interesses do nosso mundo íntimo para o campo do esquecimento.

E a alma se ressente, pois que as emoções não são avaliadas, analisadas. Elas repercutem de maneira indiscriminada em nossa intimidade.

E, não é por acaso que as doenças da alma surgem tão frequentemente entre nós. Não que elas se gerem espontânea e rapidamente.

Quando a alma adoece, é resultado de um processo adiantado de esquecimento e abandono das próprias emoções.

Como consequência, surgem as síndromes, fobias, depressões, trazendo à tona as doenças que iniciaram, que existiam na intimidade da alma e nunca receberam a devida atenção.

Desta forma, para evitar tais situações, tenhamos sempre um tempo para nós mesmos. Um tempo para analisar nossas atitudes, nosso comportamento, nossas ações e, mais detidamente, nossas reações.

Experimentemos, ao final de um dia, antes do merecido repouso, fazer uma breve análise do que ocorreu conosco, no dia que se conclui.

Perguntemo-nos se alguém teria alguma queixa contra nós, se agimos injustamente com alguém, se praticamos alguma ação inadequada.

As nossas respostas, frente a essa análise, serão o fio condutor para o mergulho oportuno e necessário no país de nossas emoções, no campo dos nossos sentimentos.

Então nos poderemos avaliar, entendermo-nos um tanto mais e, aos poucos, nos autoconhecermos.

O passo seguinte, será o esforço do corrigir, do não repetir o erro, de não tombar nas mesmas dificuldades emocionais.

Esta será a melhor maneira de cuidarmos do nosso mundo íntimo, evitando episódios mais graves e intensos.

A nossa melhoria se dará sempre a partir do momento que iniciarmos a viagem inevitável para nossa intimidade, que nos conhecermos, conquistando-nos aos poucos.

Assim, caminharemos de maneira mais tranquila para a busca da paz e tranquilidade íntimas, evitando dificuldades maiores com as questões da alma.

 

Redação do Momento Espírita.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Almas em Prova

 

É possível estejas atravessando a provação de observar criaturas queridas, nas sombras de provação maior.

Almas queridas anestesiadas no esquecimento de obrigações que lhes dizem respeito; companheiros dominados por enganos que lhes furtam a paz; filhos que se terão marginalizado em desequilíbrio; e amigos que se afirmam cansados de esperar pela vitória do bem para abraçarem depois larga rede de equívocos que se lhes farão caminhos dolorosos...

Ao invés de reprová-los, compadece-te deles e continua fiel ao trabalho de elevação que esposaste.

Se permanecem contigo, tolera-lhes com bondade os impulsos de incompreensão, auxiliando-os, quanto puderes, a fim de que se retomem na segurança de que se distanciam.

Se te abandonam, não lhes impeças a marcha, no rumo das experiências para as quais se dirigem.

Sobretudo, abençoa-os com os teus melhores pensamentos de proteção.

Recorda que se consegues ajuizar quanto às necessidades de alma que patenteiam, é forçoso reconhecer que são eles doentes perante a sanidade em que te mostras.

Busca entender-lhes a perturbação e ora por eles.

São companheiros que a rebeldia alcançou em momentos de crise; corações que se renderam ao materialismo que admite os prodígios da vida unicamente por um dia; seres amados que ainda não suportam a disciplina pelo próprio burilamento ante a imaturidade em que se encontram ou espíritos queridos sob a hipnose da obsessão.

Embora pareça não te amem, ama-os mesmo assim.

Entretanto, se te permutam a fé por insegurança ou se trocam a luz pelo nevoeiro, não precisas acompanhá-los porque os ames.

Se tudo já fizeste para sustentá-los em paz, entrega-os à escola do tempo que de ninguém se desinteressa.

Os que procuram voluntariamente espinheiros e pedras na retaguarda, um dia, voltarão à seara do bem que deixaram...

Onde estiveres, abençoa-os.

Como estiverem, abençoa-os.

E a inda que isso te doa ao coração, continua fiel a ti mesmo, no lugar de servir que a vida te confiou, porque Deus os protege e restaura no mesmo infinito amor com que vela por nós.

Teus mais íntimos pensamentos são ímãs vigorosos trazendo-te ao roteiro as forças que procuras.

Autor Emmanuel

Livro: Irmão - Psicografia de Francisco Cândido Xavier