quinta-feira, 7 de outubro de 2010

ONDE A FELICIDADE MORA?

 

Você sabe onde mora a felicidade?

Sim, se você deseja encontrar a felicidade, primeiro é preciso saber onde ela mora.

Talvez você nunca tenha pensado nisso, mas a felicidade pode ser encontrada em vários lugares e revestida das mais variadas formas.

No entanto, é preciso procurar com sabedoria, para não seguir falsos guias ou falsas trilhas.

Muitas vezes o prazer tem acenado para as pessoas que estão em busca da felicidade, mas logo ele se vai, deixando rastros confusos e um forte sabor de amargura.

Outras vezes a riqueza se diz proprietária da felicidade, mas nem sempre consegue aprisionar essa fugitiva, que logo se vai, deixando uma sensação de vazio naqueles que acreditam em suas falsas promessas.

Não raro, o poder, travestido de orgulho, se coloca como único mensageiro da felicidade, iludindo aqueles que caem em suas malhas cruéis.

Sem escrúpulos, a ambição desmedida tem se apresentado como guia capaz de conduzir os interessados à morada da felicidade, mas, tão logo suas vítimas abrem os olhos, já estão bem distantes do seu objetivo.

D'outras vezes, a juventude, de combinação com a beleza física, arrebata criaturas descuidadas que estão em busca da felicidade, para logo mais abandoná-las, sem rumo e sem esperança, na estrada da desilusão.

Talvez seja por isso que a felicidade é o tesouro mais procurado e mais dificilmente encontrado.

E você sabe por quê?  Porque o homem a tem buscado em coisas exteriores, situações passageiras ou em outras pessoas.

Com efeito, nem a riqueza, nem o poder, nem a florida juventude, nem mesmo todas essas condições tão desejadas reunidas são condições essenciais à felicidade...

Isso se pode constatar porque incessantemente se ouvem, no seio das classes mais abastadas, pessoas de todas as idades se queixarem amargamente da situação em que se encontram.

Quem deseja, sinceramente, ser feliz, sabe que a felicidade independe de valores externos, mas é a somatória de vários fatores internos, como o dever cumprido, a consciência tranqüila, a serenidade da alma.

Ao contrário do que se pensa, a felicidade não é ausência de sofrimento, de dor, de obstáculos no caminho, mas é o estado d'alma que o ser conquista, apesar de todos os desafios naturais da caminhada evolutiva.

Todos os grandes líderes da humanidade lutaram até atingir sua meta: alcançar a felicidade possível, neste planeta de provas e expiações.

Buda renunciou a todo conforto principesco para conquistar a iluminação.

Maomé sofreu perseguições e permaneceu invencível até alcançar sua meta.

Gandhi foi preso inúmeras vezes, sem reagir, fiel aos planos de não-violência e da liberdade para seu povo.

E Jesus preferiu a cruz infamante à mudar seu comportamento baseado no amor.

Como se pode perceber, a felicidade de cada indivíduo depende da fidelidade que cada um tem para consigo mesmo e para com as metas que estabeleceu para alcançá-la.

Assim sendo, a felicidade encontra morada onde quer que exista alguém disposto a lhe dar guarida.

Pode ser num casebre ou numa mansão, num leito de dor ou num jardim de alegrias, o importante é saber senti-la e saber cultivá-la.

E você?  Gostaria de plantar nos jardins secretos da sua alma, as sementes de felicidade?

Pense nisso!

"Na terra, a felicidade somente é possível quando alguém se esquece de si mesmo para pensar e fazer tudo que lhe seja possível em favor do seu próximo."

 

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no livro Momentos de Alegria, cap.  1, ed.  Leal, e pensamento do livro Repositório de Sabedoria, vol I, ed.  Leal verbete felicidade.

 

* * *

O festejado escritor italiano G. Papini, convertido ao catolicismo, conta a história de um homem que não era feliz, porque achava que ali onde morava não era o seu lugar.

Um dia resolveu sair pelo mundo à procura da felicidade.

Fechou a pobre casa e partiu com a disposição de percorrer todos os caminhos da terra, sem descansar, até encontrar o lugar de ser feliz.

Aonde chegava, reunia um pequeno grupo a quem explicava os planos que tinha para ser feliz.

Afirmava que seus seguidores seriam felizes na posse de regiões gigantescas, onde haveria montes de ouro...

Mas o povo lamentava e ninguém o seguia... No dia seguinte, novamente partia. Assim, foi percorrendo cidades e cidades, de país em país, anos a fio.

Mas, um dia percebeu que estava ficando velho, sem ter encontrado a terra da felicidade. Seus cabelos tingiam-se de branco, suas mãos enrilhadas, roupas esfarrapadas, calçados aos pedaços. Além disso, estava cansado de procurar a felicidade, tão inutilmente.

Enfim, parou frente a uma casa antiga, janelas de vidro já quebrados, o mato cobrindo o canteiro do jardim, poeira invadindo salas e quartos.

Dentro, os pardais haviam construído seus ninhos.

E, de logo, pensou que naquela casa desprezada e sem dono, ele edificaria a sua felicidade: arrumaria o telhado, colocaria novas janelas e vidros novos, cuidaria do jardim, pintaria as paredes, as portas... E cantaria a canção da felicidade.

Tomou uma decisão: vou tratar de ser feliz aqui.

E o homem cansado de tantos caminhos foi andando até chegar ao portão do jardim. Atravessou-o. Empurrou a porta da casa e entrou. Mas, de repente, parou e ficou imóvel, qual estátua de pedra: aquela casa era a sua própria residência que ele abandonara, há tantos anos, à procura da felicidade.