quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

APRENDENDO A AMAR

 

O escritor americano Walter Trobisch, em seu livro AMOR, SENTIMENTO A SER APRENDIDO, narra uma antiga lenda contada na Índia sobre a criação da mulher.

"Diz a lenda que o Senhor, após criar o homem e não tendo nada sólido para construir a Mulher, tomou um punhado de ingredientes delicados e contraditórios, tais como: timidez e ousadia, ciúme e ternura, paixão e ódio, paciência e ansiedade, alegria e tristeza e assim fez a mulher e a entregou ao homem como sua companheira.

Após uma semana, o homem voltou e disse:

- Senhor, a criatura que você me deu faz a minha vida infeliz. Ela fala sem cessar e me atormenta de tal maneira que nem tenho tempo para descansar. Ela insiste em que lhe dê atenção o dia inteiro... e assim as minhas horas são desperdiçadas. Ela chora por qualquer motivo e fica facilmente emburrada e, as vezes, muito tempo ociosa.  Vim devolvê-la por que não posso viver com ela.

Depois de uma semana o homem voltou ao criador e disse:

- Senhor, minha vida é tão vazia desde que eu trouxe aquela criatura  de volta! Eu sempre penso nela, em como ela dançava e cantava, como era graciosa, como me olhava, como conversava comigo e como se achegava a mim. Ela era agradável de se ver e de se acariciar. Eu gostava de ouvi-la rir. Por favor, dê-me-a de volta.

- Está bem, disse o Criador.  E a devolveu.

Mas, três dias depois, o homem voltou e disse:

- Senhor, eu não sei. Eu não consigo explicar, mas depois de todas estas minhas  experiências com esta criatura, cheguei a conclusão que ela me causa mais problemas do que prazer. Peço-lhe, toma-a de novo! Não consigo viver com ela!

O Criador respondeu:

- Mas também não pode viver sem ela. E virou as costas para o homem e continuou seu trabalho.

O homem desesperado disse:

- Como é que eu vou fazer? Não consigo viver com ela e não consigo viver sem ela.

E arremata o Criador:

- Achei que com as tentativas você já tivesse descoberto. Amor é um sentimento a ser aprendido. É tensão e satisfação. É desejo e hostilidade. É alegria e dor. Um não existe sem o outro. A felicidade é apenas uma parte integrante do amor. Isto é o que deve ser aprendido. O sofrimento também pertence ao amor. Este é o grande mistério do amor.

A sua própria beleza e o seu próprio fardo. Em todo o esforço que se realiza para o aprendizado do amor é preciso considerar sempre a doação e o sacrifício ao lado da satisfação e da alegria. A pessoa terá talvez que abdicar de alguma coisa para possuir ou ganhar uma outra coisa. Terá talvez que desembolsar algo para obter um bem maior e melhor para sua felicidade. É como plantar uma árvore frente a uma janela. Ganha sombra, mas perde uma parte da paisagem. Troca o silêncio pelo gorjeio da passarada ao amanhecer.

É preciso considerar tudo  isto quando nos dispomos a enfrentar o aprendizado do AMOR."

 

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A Lei de Cooperação

 

A Espiritualidade Superior ensina que o isolamento é contrário à natureza humana.

Segundo ela, o homem é instintivamente gregário por motivos providenciais.

Ele precisa progredir e o progresso é sempre fruto da colaboração de muitos.

Em regra, o homem busca a vida em sociedade por razões pessoais.

Ocorre que as criaturas possuem diferentes habilidades e caracteres.

Mediante o convívio, elas se aproveitam dos talentos recíprocos e aprendem umas com as outras.

Justamente por isso, a força de uma sociedade advém da diversidade de seus integrantes.

Quando a diversidade é valorizada, tem-se um organismo social dinâmico e eficiente.

Ao contrário, toda tentativa de uniformização, com intolerância ao diferente, implica enfraquecimento.

Pode-se entender que vigora no âmbito humano uma Lei geral de Cooperação.

Ela se apresenta nos mais variados contextos, dos triviais aos sublimes.

Por exemplo, Jesus encarnou na Terra para ensinar e exemplificar a vivência do bem, na conformidade dos desígnios Divinos.

Dotado de extremas sabedoria e pureza, ainda assim buscou companheiros para auxiliá-lO na tarefa.

Escolheu doze Apóstolos, aos quais ministrou os mais variados ensinamentos.

Orientou-os, burilou-os e amparou-os para que no tempo devido sustentassem a vivência do Evangelho no mundo.

Os Apóstolos eram diferentes entre si.

Havia os reflexivos, os exaltados, os emotivos e os práticos.

Jesus a nenhum desprezou. Antes, soube aproveitar suas diferentes habilidades para o sucesso da empreitada evangélica.

Certamente, ao assim agir, o Mestre Divino sinalizou a importância da cooperação e da tolerância.

Dotado de poderes magnéticos desconhecidos e de extraordinária sabedoria, nem por isso quis fazer tudo sozinho.

Soube dividir o peso da tarefa com homens rudes e que não O compreendiam bem.

Esse eloquente exemplo demanda detida reflexão.

A vida em sociedade nem sempre é fácil.

Entre pessoas de visões e habilidades diversas, por vezes surgem discussões e desentendimentos.

Ocorre que o bem pujante nunca é obra de um homem só.

Toda realização de importância é sempre fruto do esforço de incontáveis envolvidos.

Apenas é preciso ser tolerante para conviver com o diferente.

A fim de que o melhor resultado surja, importa aprender a admirar opiniões divergentes.

Não apenas tolerá-las, mas valorizá-las, no que apresentem de positivo.

Sem dúvida, é possível agir sozinho na luta por um ideal.

Ocorre que, quando várias mãos se juntam, o bem se multiplica e expande.

Pense nisso.

 

Redação do Momento Espírita.