Aquela foi
mais uma visita à maternidade, feita a um jovem casal que acabara de
receber nos braços sua filhinha. A menina chegou ao mundo em um
lindo dia de verão.
Fomos
recebidos pelo pai que se mostrava radiante, transmitindo a alegria
que lhe ia no íntimo.
Ao
adentrarmos no quarto para conhecer a menininha, logo nos encantamos
com sua expressão de doçura.
Natural que
procurássemos saber notícias do bebê recém chegado, da mãe e também
do pai, questionando se tudo correra dentro do
esperado.
Quando
perguntamos ao pai se ele havia acompanhado o parto, que se dera
através de uma cirurgia cesariana, ele respondeu que esteve ao lado
da esposa do começo ao fim do procedimento.
Relatou
que, apesar de não se sentir à vontade em ambientes hospitalares,
principalmente em uma sala de cirurgia, procurou manter a atenção ao
que realmente importava naquele momento.
Durante o
processo de nascimento da criança, não se ateve às questões práticas
da cirurgia.
Concentrou-se na sua amada esposa, na filhinha tão
aguardada e em toda a beleza daquele instante divino, deixando em
segundo plano o ambiente, os equipamentos médicos e tudo mais que o
rodeava.
* *
*
Podemos
transferir esse olhar para várias situações que acontecem em nossas
vidas e também para as pessoas.
Muitas das
circunstâncias pelas quais passamos, por mais difíceis e complicadas
que possam parecer, têm um lado que nos traz algum ensinamento, que
nos mostra beleza.
Cabe a nós
desenvolver esse olhar.
Por trás de
alguém que tem dificuldades de relacionamento que, por vezes, trata
os outros com indelicadeza, podemos encontrar um tesouro escondido,
um baú repleto de qualidades e virtudes.
Busquemos
valorizar o que cada um carrega de melhor em si. Agindo assim,
estaremos sendo mais indulgentes com o próximo.
Procuremos
enxergar o outro sem julgamentos pois, na maioria das vezes, não
sabemos os motivos que o levam a agir dessa ou daquela
maneira.
Mesmo que a
pessoa tenha tomado o caminho equivocado ou que não tenha feito as
melhores escolhas, dentro dela sempre existirá a bondade e o
amor.
* *
*
Para que
tenhamos uma convivência fraternal, aprendamos a valorizar os
tesouros que cada um carrega dentro de si.
Procuremos
dar importância às qualidades e não às imperfeições.
É
necessário que estejamos em constante vigilância sobre nós mesmos
para buscarmos agir com tolerância, adaptando-nos às pessoas com a
disposição firme de ajudar.
Lembremo-nos de refletir sobre a Providência Divina, que
nos mostra a tolerância em toda parte.
Deus não
espera que a semente produza o fruto imediatamente após o seu
plantio. Há o tempo de germinar, florescer e
frutificar.
Tolerar é
agir no bem.
O mundo
precisa de indulgência para com as falhas alheias, de mãos que
apoiem, sem julgamentos, aqueles que necessitam.
Sejamos nós
essa luz que espalha beleza e enriquece o mundo.
Redação do
Momento Espírita.