quinta-feira, 13 de junho de 2013

Ingratidão ou cobrança


Ela estava inconsolável, afirmava que fora vítima de terrível ingratidão. Pergunte-lhe a razão e ela respondeu: Meu filho não quer ser médico!
Chorando dizia que dedicara toda sua vida àquele jovem e agora que ele crescera tornara-se um ingrato não realizando os sonhos que ela sonhou.
Por que os filhos tem que tornar realidade o sonho dos pais?
Ser pai ou mãe é diferente de acreditar-se proprietário dos filhos e querer determinar o futuro deles. Muitos pais planejam o futuro dos filhos sem consultar-lhes os ideais. Vai longo o tempo em que até o casamento eram os pais que escolhiam.
Se uma criança do ensino fundamental tem oito matérias e no final do bimestre tira uma nota vermelha, os pais massacram-na, valorizando apenas a nota baixa, esquecendo-se das outras sete notas azuis.
Nós seres humanos, sempre nos detemos somente no que acontece de pior, infelizmente. Fazer-se vítima de ingratidão dos filhos é ter criado expectativas que só existiram dentro da cabeça dos queixosos. Cada ser humano possui em si um universo de conhecimentos adquiridos em outras vidas. Isso fica claro pela diversidade de comportamentos e aptidões que as crianças apresentam, embora recebam a mesma educação e tenham nascido do mesmo pai e mãe.
“O que provem da carne é carne, o espírito procede do espírito”. Já diz o ditado popular, os dedos da mão não são iguais.
Não podemos criar expectativas sobre os nossos filhos ou de quem quer que seja e fazer delas o motivo principal da nossa vida. Devemos tomar muito cuidado com as expectativas que criamos com relação às pessoas, seja qual for o tipo de relacionamento. Cada ser escolhe o caminho que deve seguir e recebe da vida a oportunidade de que necessita para poder evoluir.
Não somos donos dos nossos filhos. São joias preciosas que não nos pertencem e a qualquer tempo pode acontecer que tenhamos que as devolver.
Não existe ingratidão quando compreendemos que todos nós somos livres para realizar as experiências que desejamos. Amar sem posse é a melhor saída, para não dizer-se amanha vítima de ingratidão. Amparar sim, dominar não, amar sim, possuir não.
Jamais teremos o poder de interferir nas experiências que aqueles que amamos escolheram passar. Nossos filhos não são bibelôs para dispormos na hora em que desejarmos. Ninguém é de ninguém. Se amarmos verdadeiramente e não cobrarmos pagamentos por esse amor, não sofreremos desse suposto mal, chamado ingratidão.

Estamos aqui para aprendermos a amar.
Algemas Invisíveis – Adeilson Salles – Editora CEAC

Terroristas psíquico


Somos aprendizes. Quem nunca errou?
”Quem estiver sem pecados...” (Jesus).
Muitos tiranos emocionais aproveitam-se da nossa condição de aprendizes para nos atemorizarem emocionalmente, tornando-nos reféns do passado e deles mesmos. Como verdadeiros terroristas psíquicos, diante das conquista que alcançamos, procuram sempre nos lembrar que já erramos um dia. Procuram manter-se em posição de domínio sobre os outros. Colocam-se como arautos da verdade, julgando-se inatingíveis hipócritas.
Isso acontece em sociedade, na família e mesmo nos relacionamentos “amorosos”. Existem pessoas extremamente carentes, que se escondem atrás dessa postura belicista para manter a atenção dos outros. Quando não conseguem ser o centro da atenção em um relacionamento, seja ele qual for, procuram lembra-nos sobre equívocos cometidos um dia, buscando assim controlar a situação exaltando a si mesmas.
São frágeis emocionalmente e acreditam manter lações afetivos às custas da manipulação de sentimentos.
Devemos tomar cuidados com aqueles que se relacionam conosco e nos impedem de viras as páginas emboloradas do passado. Se cairmos é importante que não nos mantenhamos identificados com o chão, pois só cai quem está andando. É na queda que encontramos os verdadeiros amigos, eles nos ajudam a erguermo-nos e seguir caminhando.
Afaste-se dos que pregam a renovação e não renovam as próprias ideias. Tomemos cuidado com os terroristas psíquicos, eles são ardilosos, são sutis. Terrorista psíquico é todo aquele que deseja que os outros pensem como ele. Cuidado para não se tornar refém dos terroristas, suas principais armas são:
A exaltação de erros passados para exercer o domínio no presente.
O ciúme em qualquer tipo de relação.
A posição de eterna vítima.
A falta de escrúpulos para denegrir a imagem dos outros.
A tentativa de nos impedir o raciocínio.
A inveja.
A religião, etc..., etc...

Viver é um constante aprendizado. Precisamos compreender que, “a cada um será dado conforme suas próprias obras” somos os únicos responsáveis pelo nosso destino.
                                                                      Algemas Invisíveis – Adeilson Salles – Editora CEAC